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    Administração Pública
    Governo já fez 1361 nomeações
    O novo Governo de José Sócrates, que assumiu funções há pouco mais de três meses, já nomeou 1361 pessoas. Segundo o Público, este número ultrapassa os registos de Durão Barroso e Santana Lopes


    Nos primeiros cinco meses de Durão Barroso (eleito em 2002), o Governo do agora presidente da Comissão Europeia nomeou 1260 pessoas (em dois anos de coligação PSD/CDS foram 2804), e 250 não estavam vinculadas ao Estado.
    A investigação divulgada hoje pelo Público revela ainda que Santana Lopes, em dois meses e meio, fez 1034 nomeações e, em igual período, o primeiro Governo de José Sócrates superou estes números, com 1094 pessoas.
    Neste segundo Executivo, Sócrates fez ainda mais nomeações: 1361, 232 das quais não tinham ligação à Função Pública. Apesar de ainda nem todos os despachos terem sido publicados (faltando conhecer alguns números), alguns dos nomeados transitaram do anterior governo.
    As nomeações incluem 265 assessores, 265 administrativos, 167 adjuntos, 132 secretárias e 114 motoristas, enumera o diário.
    Ainda assim, este registo está abaixo de António Guterres, com 5597 nomeações num mandato."




    Não é o local indicado para postar isto.


    Mas fica aqui a referência. Recordo-me perfeitamente que quando foi Santana Lopes, foi um escândalo de todo o tamanho (o início das desculpas para o PR o mandar embora)

    Comentário


      Originalmente Colocado por VTEC Ver Post
      Administração Pública
      Governo já fez 1361 nomeações
      O novo Governo de José Sócrates, que assumiu funções há pouco mais de três meses, já nomeou 1361 pessoas. Segundo o Público, este número ultrapassa os registos de Durão Barroso e Santana Lopes


      Nos primeiros cinco meses de Durão Barroso (eleito em 2002), o Governo do agora presidente da Comissão Europeia nomeou 1260 pessoas (em dois anos de coligação PSD/CDS foram 2804), e 250 não estavam vinculadas ao Estado.
      A investigação divulgada hoje pelo Público revela ainda que Santana Lopes, em dois meses e meio, fez 1034 nomeações e, em igual período, o primeiro Governo de José Sócrates superou estes números, com 1094 pessoas.
      Neste segundo Executivo, Sócrates fez ainda mais nomeações: 1361, 232 das quais não tinham ligação à Função Pública. Apesar de ainda nem todos os despachos terem sido publicados (faltando conhecer alguns números), alguns dos nomeados transitaram do anterior governo.
      As nomeações incluem 265 assessores, 265 administrativos, 167 adjuntos, 132 secretárias e 114 motoristas, enumera o diário.
      Ainda assim, este registo está abaixo de António Guterres, com 5597 nomeações num mandato."




      Não é o local indicado para postar isto.


      Mas fica aqui a referência. Recordo-me perfeitamente que quando foi Santana Lopes, foi um escândalo de todo o tamanho (o início das desculpas para o PR o mandar embora)
      Pois! O problema é que no pós 25 de Abril o povinho a quem meteram medo com a história do papão da direita, virou definitivamente à esquerda, para o proclamado xuxialismo! E continuam empenhados no dito, mesmo que tenham que engolir muitos sapos (sapos xuxialistas)!

      Comentário


        qual é mesmo o problema das nomeações? todos sabemos que há muitos empregos que funcionam por nomeação política (isso sim pode ser considerado errado), e que sempre que muda o governo, é preciso nomear/renomear as pessoas para essas posições. eleições implicam renomeações... penso eu, que não percebo muito disso

        Comentário


          Originalmente Colocado por LuisCapelo Ver Post
          qual é mesmo o problema das nomeações? todos sabemos que há muitos empregos que funcionam por nomeação política (isso sim pode ser considerado errado), e que sempre que muda o governo, é preciso nomear/renomear as pessoas para essas posições. eleições implicam renomeações... penso eu, que não percebo muito disso
          Não percebo é a nomeação de motoristas... se calhar dá jeito agora alguns que "conduzem à esquerda", em vez dos que conduzem à "direita"...

          Comentário


            Originalmente Colocado por LuisCapelo Ver Post
            qual é mesmo o problema das nomeações? todos sabemos que há muitos empregos que funcionam por nomeação política (isso sim pode ser considerado errado), e que sempre que muda o governo, é preciso nomear/renomear as pessoas para essas posições. eleições implicam renomeações... penso eu, que não percebo muito disso
            O governo mudou?
            Pensei que continuasse a ser do PS e o Sócrates continuasse a ser o PM

            Ou será que abriram foi mais vagas para nomeações politicas em certas áreas que ainda não estavam "controladas"?

            Comentário


              Originalmente Colocado por Alpiger Ver Post
              O governo mudou?
              Pensei que continuasse a ser do PS e o Sócrates continuasse a ser o PM

              Ou será que abriram foi mais vagas para nomeações politicas em certas áreas que ainda não estavam "controladas"?
              Ao dizeres que não estavam controladas, ja explicas pq é que se fazem nomeações.

              Comentário


                Originalmente Colocado por Alpiger Ver Post
                O governo mudou?
                Pensei que continuasse a ser do PS e o Sócrates continuasse a ser o PM
                o governo mudou, sim. com as eleições, suponho os postos que são associados a nomeação política "caducam" e será preciso renomear gente para essas posições.

                Comentário


                  Originalmente Colocado por LuisCapelo Ver Post
                  o governo mudou, sim. com as eleições, suponho os postos que são associados a nomeação política "caducam" e será preciso renomear gente para essas posições.

                  A maior parte dos postos não existem, estamos a falar de acessores (seja de comunicação, estratégia, de projectos ou do papel higiénco), secretárias e motoristas.

                  A maior parte não são postos fixos, basta um ministro pedir e criam-se os lugares, bem pagos por sinal. E a maior parte já tem lugar marcado, de amigos, familiares, de favores a cobrar, do partido, etc...

                  Comentário


                    ora bem, e esses acessores não são directamente ligados ao político que os quer contratar? se houve eleições, o governo faz "reset" e é preciso renomear os acessores e secretárias e etc, porque não é garantido que quem lá vai governar agora queira ter as mesmas pessoas ao seu lado.

                    acho que se está a misturar alguns conceitos e a tomar o todo pela parte...
                    se amanhã caísse o governo e houvesse novas eleições e houvesse um novo governo, iam ter outra vez estas nomeações porque são posições associadas ao governo no poder, e que acabam quando é nomeado um novo executivo (mesmo que sejam exactamente as mesmas pessoas no governo)

                    se alguém me souber dizer se estou errado nesta caducidade das posições por nomeação, agradeço informação estou a basear o meu argumento nessa base.

                    Comentário


                      Exactamente, os assessores (aka boys) dos antigos ministros não passam para os novos, as equipas mudam. E sim, um motorista é um cargo de confiança política, para além de ser um cargo de muita responsabilidade é alguém que ouve muita coisa.

                      O que eu acho é que se deviam definir de uma vez por todas o que são cargos políticos ou politicamente voláteis, de cada vez que mudava o governo já estaríamos a contar com X novas nomeações e respectivas rescisões.

                      Comentário


                        Respondendo directamente ao título do tópico. Não, o palhaço não vai dar à sola. É demasiado vaidoso e sequioso de poder para isso. Só mesmo quando o país estiver na ruína e o povo deixar de ser estúpido e lhe quiser fazer a folha é que ele pensará em fugir. Além do mais, aposto que ele ainda tem muitos "investimentos" que quererá garantir que se concretizem enquanto está no poleiro. De preferência sem perturbações da comunicação social...

                        Falando mais a sério, essa criaturinha representa tudo o que de mau e ******* a classe(?) política tem. Mas o facto de não haver contestação e de ele ter ganho as eleições por uma segunda vez, só vem mostrar a irracionalidade e estupidez do povo português.

                        Comentário


                          Originalmente Colocado por gonexplorer Ver Post
                          Respondendo directamente ao título do tópico. Não, o palhaço não vai dar à sola. É demasiado vaidoso e sequioso de poder para isso. Só mesmo quando o país estiver na ruína e o povo deixar de ser estúpido e lhe quiser fazer a folha é que ele pensará em fugir. Além do mais, aposto que ele ainda tem muitos "investimentos" que quererá garantir que se concretizem enquanto está no poleiro. De preferência sem perturbações da comunicação social...

                          Falando mais a sério, essa criaturinha representa tudo o que de mau e ******* a classe(?) política tem. Mas o facto de não haver contestação e de ele ter ganho as eleições por uma segunda vez, só vem mostrar a irracionalidade e estupidez do povo português.
                          Para o povo, desde que seja xuxialista está tudo bem! Mas também não tem a culpa de ter sido criados a ouvir falar no papão da direita!

                          Comentário


                            Originalmente Colocado por xsaraman Ver Post
                            Para o povo, desde que seja xuxialista está tudo bem! Mas também não tem a culpa de ter sido criados a ouvir falar no papão da direita!
                            Conheceram algum 1º Ministro mais de Direita do que o Pinóquio?

                            Comentário


                              Enquanto a maior parte dos governos tentam passar para o estrangeiro uma imagem de estabilidade e confiança económica, nós por cá tivemos precisamente o contrário na semana passada. Um PM a ameaçar demitir-se acompanhado pelo Ministro das Finanças que lhe seguiu as pisadas.
                              Resultado: caímos em descrédito total lá fora, a bolsa teve uma violenta quebra e o país perdeu num só dia mais de mil milhões de euros (coisa pouca que não nos faz falta).

                              Este foi o verdadeiro prejuízo das politiquices da passada semana, porque de política autêntica proveitosa para o país não se viu nada. O tempo era pouco e a azáfama muita na colocação de mais um número escandaloso de boys em postos de chefia em lugares estratégicos no país. Pagam-se chorudas indemnizações aos boys anteriores que lá estavam e colocam-se mais cães de fila nos seus lugares. Há que dar a ganhar a todos, pois a fila é extensa.

                              E não pensem que não existe mérito nessas nomeações! Por exemplo, o irmão do presidente da câmara de Mangualde tinha o 9º ano, e com grande sacrifício conseguiu tirar o 12º através das honrosas Novas Oportunidades conseguindo por isso meritoriamente passar directamente a assessor do 1º ministro.
                              Não podemos ser más-línguas. Ele apenas teve uma nova oportunidade, coitado. Todos nós tivéssemos tido o sacrifico de também ter queimado as pestanas na nossa formação através das NO e também teríamos a mesma sorte… além de, é claro, ter o cartão do partido e estar disposto a ser uma pau-mandado.

                              Eles vão-nos substituindo e controlando. Por isso, tenham cuidado, pois “Eles andem por aí.”

                              Comentário


                                Pois; á custa desses idiotas ameaçarem demitirem-se, em dois dias fizeram-me "perder" 200 €.

                                Comentário


                                  Originalmente Colocado por gtabarth Ver Post
                                  Pois; á custa desses idiotas ameaçarem demitirem-se, em dois dias fizeram-me "perder" 200 €.
                                  Todos nós, de uma ou de outra forma, estamos continuamente a perder a cada dia que passa com essa «máfia» no poleiro.

                                  Os próximos 3 meses irão ser cruciais. É bem possível que este calvário não se arraste por muito mais tempo.

                                  Ou algo muda no entendimento na AR com uma mudança de atitude do governo (o mais natural é que iso só aconteça em sonhos) ou esta farsa não vai durar, pois o país está a dar as últimas.

                                  O que estamos a assistir é um «Portugal a arder»; um país a saque; um país onde aqueles que deveriam ser os seus polícias são os seus bandidos.

                                  Entre maniatar, ameaçar, despedir, limpar do caminho, demitir, encerrar, colocar em tribunal e controlar, estamos a viver os piores tempos desde a ditadura, apenas com uma pequena diferença: antes a ditadura chamava-se Ditadura; agora encobre-se sob o nome de Democracia. Uma ditadura disfarçada. Um lobo vestindo pele de ovelha. E isso causa-me medo; medo de um inimigo invisível. Um inimigo que limita a liberdade de expressão; que limita a liberdade de imprensa. Um inimigo da própria liberdade que por algum motivo não se dá bem na casa da democracia. Move-se bem com os seus extensos e inúmeros tentáculos fora da casa do povo. Tentáculos que chegam a todo o lado. Tentáculos que entram pelas nossas casas mal ligamos a televisão.

                                  Por isso, caro, gtabarth, não te preocupes com o crime que há nas ruas, nem com o dinheiro que perdes, pois nas ruas abundam os criminosos que aprenderam que o crime compensa. É que, ao olharmos para aqueles que deveriam ser estadistas para nos representar, chegamos à triste conclusão que tudo o que lá encontramos que não é gatuno ou ladrão, é simplesmente aldrabão.

                                  Comentário


                                    Eu preocupo-me por exemplo com uma miserável aplicação que tinha e que em 15 meses estava já a ganhar 7%, sempre dava para ganhar uns troquinhos (700 €).
                                    Ora no dia em que esses bandalhos fizeram a chantagem a coisa veio logo para 5,8%.
                                    Óbviamente deixei passar mais um dia e caíu para 5%.
                                    Claro que resgatei de imediato.
                                    Em, vez de 700 € só trago 500 €.

                                    Comentário


                                      Bladerunner: faz-me um favor!
                                      Vai à Covilhã explicar aos Professores do Sindicato dos Professores da Covilhã que antigamente o Salazar era Ditador e que agora o Pinóquio é Democrata.

                                      Nota: e o Pinóquio ainda por cima é de lá (não nasceu lá, mas foi para lá de fraldas... claro que quando conseguiu se instalou na Capital).

                                      Comentário


                                        Originalmente Colocado por Irascivel Ver Post
                                        A questão é que o Cavaco também tem os seus interesses...

                                        Destituir agora o governo ou o parlamento faria-o perder o eleitorado socialista e consequente 2º mandato como PR.


                                        O Cavaco Silva e o Sócrates não se suportam, e não fosse a agenda pessoal do primeiro sobrepor-se ao interesse do país, já o deveria ter mandado para a "rua".

                                        Mas atenção, não estou a criticar mais o PR do que critico o Sócrates. Tivesse este vergonha na rua, não precisava que alguém o mandasse embora, demitia-se. Face às noticias que têm saído é a única decisão possível. Mas este não, tem uma grande cara de pau.
                                        Mas estas pessoas só se sabem guiar por interesses, po****.

                                        Comentário


                                          Originalmente Colocado por nmyguel Ver Post
                                          Mas estas pessoas só se sabem guiar por interesses, po****.
                                          Então não sabes já que é assim. Na minha opinião é a grande razão de estarmos onde estamos. O país rege-se por interesses e compadrio. Todo o mundo funciona um pouco assim, mas em Portugal exagera-se.

                                          Comentário


                                            Originalmente Colocado por BLADERUNNER Ver Post
                                            ...
                                            Resultado: caímos em descrédito total lá fora, a bolsa teve uma violenta quebra e o país perdeu num só dia mais de mil milhões de euros (coisa pouca que não nos faz falta).

                                            ...
                                            Discordo. Esse dinheiro é fictício. Então na bolsa portuguesa...

                                            Comentário


                                              Originalmente Colocado por gtabarth Ver Post
                                              Bladerunner: faz-me um favor!
                                              Vai à Covilhã explicar aos Professores do Sindicato dos Professores da Covilhã que antigamente o Salazar era Ditador e que agora o Pinóquio é Democrata.

                                              Nota: e o Pinóquio ainda por cima é de lá (não nasceu lá, mas foi para lá de fraldas... claro que quando conseguiu se instalou na Capital).
                                              Então e não sei!? Já lá leccionei vários anos e sei bem aquilo quer se fala da figura. Arrogante, falsa, pouco amiga dos estudos e que não gostava ser contrariada.

                                              Usei a ironia no meu post anterior. Espero que assim o tenhas percebido.

                                              Comentário


                                                Originalmente Colocado por PortuguesAoVolante Ver Post
                                                Não percebo é a nomeação de motoristas... se calhar dá jeito agora alguns que "conduzem à esquerda", em vez dos que conduzem à "direita"...
                                                Se pensarmos bem, essa dos motoristas faz todo o sentido. Quando o governo muda os motoristas regressam aos lugares de origem e são nomeados novos motoristas. Qualquer membro do governo, assessor, chefe de gabinete, etc, gosta de ter um motorista que conhece bem ou em quem sabe á partida que pode confiar. Faz sentido.

                                                Comentário


                                                  Originalmente Colocado por BLADERUNNER Ver Post
                                                  Então e não sei!? Já lá leccionei vários anos e sei bem aquilo quer se fala da figura. Arrogante, falsa, pouco amiga dos estudos e que não gostava ser contrariada.

                                                  Usei a ironia no meu post anterior. Espero que assim o tenhas percebido.

                                                  Percebi, eu estava no mesmo registo irónico.

                                                  Mandaram a PIDE ao sindicato e estão professores em tribunal agora.

                                                  Comentário


                                                    Suposto plano para controlar os media fragiliza José Sócrates

                                                    Há um clamor crescente na sociedade e na política a reclamar explicações do primeiro-ministro sobre o alegado plano para controlar os media. Dirigentes partidários de primeira linha, conselheiros de Estado, bloguistas e até o bispo do Porto sublinharam ontem que José Sócrates deve esclarecer publicamente o seu alegado envolvimento no plano referido pelo magistrado de Aveiro no âmbito do processo Face Oculta, divulgado pelo semanário Sol na sexta-feira.

                                                    No plano partidário, ficou ontem claro que a oposição quer analisar até que ponto há liberdade de expressão, seja através de audições avulsas, seja através de uma comissão de inquérito. No plano social, mais de um milhar de pessoas já subscreveu uma petição lançada na Internet pela liberdade de expressão, num movimento que se vai manifestar esta semana junto ao Parlamento. E dois conselheiros de Estado nomeados por Cavaco Silva, Anacoreta Correia e Marcelo Rebelo de Sousa, defendem que o eventual plano para controlar os media deve ser cabalmente esclarecido, tendo Marcelo criticado o procurador-geral da República por não ter aberto um inquérito para averiguar a fundamentação dos indícios referidos pelo juiz.

                                                    Até no interior do PS o ambiente de tensão é notório. São poucos os socialistas que ousam criticar abertamente Sócrates. Mas são também poucos aqueles que manifestam a sua solidariedade com o líder socialista. Mesmo António Vitorino, autor do programa do PS, assumiu ontem à noite na RTP que o Governo "dá-se mal com algum tipo de crítica da comunicação social". E sublinhou que Sócrates "deu uma resposta incorrecta quando disse que não sabia" do negócio da PT/TVI.


                                                    Mas há socialistas que já reivindicam uma "nova liderança" para o partido. É o caso do ex-deputado Ventura Leite, que, não sendo uma voz solitária no PS, é o único que defende publicamente que Sócrates deveria abandonar o Governo, "para bem do país" e da si- tuação económica nacional. "Temos uma liderança extremamente debilitada, que faz todos os esforços, no plano mediático, para mostrar dinamismo. Mas está muito fragilizada e não dá qualquer confiança ao país", disse ao PÚBLICO.

                                                    Mais cauteloso mas igualmente preocupado está o dirigente socialista Vítor Ramalho, conotado como soarista, que nota que o pedido de Cavaco Silva, na reunião do Conselho de Estado, não foi ouvido pelas lideranças partidárias. "O pedido de calma pedido pelo Presidente foi a posição mais sensata. Mas os líderes não foram sensíveis a esse apelo", disse, referindo-se ao PS e ao PSD.

                                                    Rangel versus Aguiar-Branco

                                                    Preocupado está também o PSD, que ontem falou a duas vozes. Em Estrasburgo, na sessão plenária do Parlamento Europeu, Paulo Rangel carregava nas tintas, denunciando "um plano do Governo para controlar" jornais, estações de televisão e de rádio. "Pela forma como estamos a andar, Portugal já não é um Estado de direito", declarou, acusando Sócrates de se refugiar em formalismos e não "dar explicações substanciais".


                                                    Mais tarde, no Porto, o líder parlamentar "laranja" demarcava-se de Rangel: "Temos todas as condições, designadamente através da Assembleia da República, para escrutinar e fiscalizar este tipo de problemas". Em conferência de imprensa, Aguiar-Branco anunciou a proposta de um conjunto de audições na comissão de ética para esclarecer os "graves indícios" de condicionamento da liberdade de expressão. O PSD vai chamar ao Parlamento, entre outros, José Eduardo Moniz, Mário Crespo, Manuela Moura Guedes, e os presidentes da Ongoing, Nuno Vasconcelos, e da Prisa e Media Capital, Manuel Polanco. No rol consta ainda Paulo Penedos, Armando Vara e Rui Pedro Soares, as três figuras ligadas ao PS escutadas no âmbito do Face Oculta. Praticamente as mesmas personalidades que o CDS também quer ouvir, embora os centristas acrescentem à lista o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, e o presidente da PT, Zeinal Bava.

                                                    Comissão do BE recusada

                                                    A opção pelas audições na comissão de ética, justificadas por tornarem o processo mais rápido, poderá acabar por "matar" a proposta do BE de constituição de uma comissão de inquérito.

                                                    Até o PS prefere o formato sugerido pelo PSD, embora por razões diferentes. "A Assembleia da República e os tribunais são órgãos de soberania, independentes e não devem sobrepor-se. Não podemos sindicar despachos dos juízes de primeira instância ou do Supremo numa comissão de inquérito", disse Ricardo Rodrigues ao PÚBLICO.
                                                    Até o PS está contra o seu lider...

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                                                      Outras frases polémicas das escutas, ainda não referidas:

                                                      - [Pede-lhe] «para marcar a reunião para a semana, conforme combinado» (Rui Pedro Soares, administrador executivo da PT, em conversa com Paulo Penedos, pedindo para marcar reunião com Manuel Polanco, da PRISA).

                                                      - «Ela, Manuela Moura Guedes, vai ser anunciado já que vai sair – vai para o entertenimento. Ele deve ser muito bom porque os espanhóis querem fazer a transição com tranquilidade. O que ele não sabe é que já não estão a pedir a cabeça dele.» (Paulo Penedos para pessoa não identificada)

                                                      «No dia 29 de Maio, Rui Pedro Soares diz que esteve «com o Júdice» [José Miguel Júdice], que pensou outra solução».

                                                      «Inventou-se uma solução de antologia: Compram activos em baixo, o que permite que a PT, directamente, possa comprar a internet e a produtora de novelas, e que outras entidades mais inócuas vão comprar 30% da televisão.» (Rui Pedro Soares com Paulo Penedos)

                                                      - «Vão comprar 30% por 90 milhões e era importante que o João Carlos [João Carlos Silva, ex-presidente da RTP nomeado por Vara] conseguisse, pelo menos, uma participação de 9 milhões. Em dinheiro seriam 3 milhões no máximo.» (Rui Pedro Spares para Paulo Penedos)

                                                      - «Vai haver alterações imprevisíveis na comunicação social, que vai deixar de ser controlada [daí a dois dias] por Moniz e Manuela.» (Paulo Penedos para um tal de Luis, 17 de Junho)

                                                      Até o José Miguel Júdice está metido nesta embrulhada...

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                                                        Outras frases polémicas das escutas, ainda não referidas:




                                                        Até o José Miguel Júdice está metido nesta embrulhada...
                                                        O Júdice não é um gajo esquisito.

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                                                          Juízes querem explicações de Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento.

                                                          A Associação Sindical dos juízes (ASJP) quer que o Procurador-Geral da República e o presidente do Supremo Tribunal esclareçam os factos que os levaram a desvalorizar alguns indícios recolhidos no inquérito do caso Face Oculta

                                                          Num editorial hoje divulgado, a ASJP refere que a opinião pública recebeu «com indignação e incompreensão» os últimos factos divulgados sobre as certidões do processo Face Oculta, extraídas para apurar se terá havido pressões sobre a comunicação social.

                                                          «O silêncio, ou os escassos esclarecimentos, a que se remeteram de novo as autoridades judiciárias que fizeram a avaliação final dos indícios não contribuiu, em nada, para a credibilidade da Justiça», criticam os juízes.

                                                          Segundo a ASJP, os cidadãos «não compreendem as razões que levaram aquelas autoridades judiciárias a desvalorizar os indícios recolhidos no inquérito», sendo benéfico que expliquem «de forma cabal e definitiva, para que, de uma vez por todas, não fique qualquer dúvida sobre os seus procedimentos e decisões».
                                                          Os juízes consideram «indispensável que a confiança na independência dos tribunais não resulte minimamente comprometida aos olhos dos cidadãos».

                                                          Por isso, «apelam ao Procurador-Geral da República e ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça para que assegurem aos portugueses que têm razões para confiar na autonomia do Ministério Público e na independência do poder judicial».

                                                          Na sexta-feira, o SOL transcreveu extractos do despacho do juiz de Aveiro responsável pelo caso Face Oculta em que este considera haver «indícios muito fortes da existência de um plano», envolvendo o primeiro-ministro, José Sócrates, para controlar a TVI.

                                                          Do despacho constam transcrições de escutas telefónicas envolvendo Armando Vara, então administrador do BCP, Paulo Penedos, assessor jurídico da PT, e Rui Pedro Soares, administrador executivo da PT.

                                                          O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas.

                                                          No âmbito deste processo, foram constituídos 18 arguidos, incluindo Armando Vara, José Penedos, presidente da REN - Redes Eléctricas Nacionais, suspenso de funções pelo tribunal, e o seu filho Paulo Penedos.
                                                          Lusa / SOL
                                                          fonte

                                                          O cerco está a apertar...e não só para o Sócrates.

                                                          Comentário


                                                            O relato das escutas, vale a pena ler tudo:

                                                            Escutas revelam o ‘esquema’ e os negócios


                                                            Pode parecer ficção, mas o que ressalta das conversas telefónicas interceptadas no inquérito ‘Face Oculta’ é que um plano dominava a cabeça do primeiro-ministro e de um conjunto de homens da sua confiança ao longo de 2009: controlar a principal comunicação social do país


                                                            O plano envolveu directamente alguns dos principais gestores da PT e de outros grandes grupos económicos, mas também de bancos – todos qualificados como «os nossos».

                                                            O primeiro alvo que surge é a TVI e percebe-se que o «esquema» estava em marcha há quase um ano. Manuela Moura Guedes, que à sexta-feira abria o Jornal Nacional com notícias sobre o ‘caso Freeport’, era uma das vozes a silenciar. Mas para isso tinham de afastar da estação o director, José Eduardo Moniz. Armando Vara, quando a estratégia sofreu o primeiro revés, disse a frase certa numa das várias conversas interceptadas: «Esta operação era para tomar conta da TVI e limpar o gajo».

                                                            As primeiras escutas com relevância criminal são de Maio de 2009, com Paulo Penedos (advogado, dirigente do PS, assessor na PT e pivô para vários negócios) e Armando Vara (ex-dirigente do PS, muito próximo de Sócrates, e vice-presidente do BCP) a falarem do assunto com vários interlocutores.

                                                            No dia 26 de Maio, Penedos recebe um telefonema do administrador executivo da PT para quem trabalha: Rui Pedro Soares (ver biografia na pág. 9), o homem escolhido para ultimar o contrato com o grupo de media espanhol Prisa, que há muito se sabia estar vendedor de 30% da portuguesa Media Capital, dona da TVI.

                                                            Rui Pedro pede-lhe para ligar para a secretária de Manuel Polanco (líder da Prisa) na TVI, para «marcar a reunião para a semana, conforme combinado».

                                                            PT compra através de fundos
                                                            No dia seguinte, 27, Paulo Penedos dá conta dos seus receios a Américo Thomati (presidente executivo do Tagus Park, em representação da PT, a cujo quadro pertence). É que Zeinal Bava, presidente executivo da PT, não queria envolver o nome da empresa na compra e optara por engenharias participadas pelos bancos para a ocultar.

                                                            «O Zeinal já arranjou maneira de, não dizendo que não ao Sócrates, fazer a operação de forma que ele nunca aparece» – conta Penedos, explicando que vão «passar uns fundos para Londres». Thomati diz que «então são os fundos que aparecem a comprar». Paulo diz que não está disposto a ficar mal visto no mercado e o outro remata: «Não é conveniente para nenhum».

                                                            30% por 90 milhões
                                                            No dia 29 de Maio, Rui Pedro Soares diz que esteve «com o Júdice» (o advogado José Miguel Júdice, cujo nome é apenas referido, não existindo escutas de conversas com ele), que pensou outra solução. A Media Capital, empresa-mãe da TVI, detém outras participadas.

                                                            Se a PT, aliada a parceiros de confiança, dividisse esse ‘bolo’ em fatias, conseguiriam dominar a holding através dos administradores lá colocados pelos vários compradores.

                                                            Rui Pedro conta como se «inventou uma solução de antologia»: em vez de comprarem 30% da holding, «compram activos em baixo, o que permite que a PT, directamente, possa comprar a internet e a produtora de novelas, e que outras entidades mais inócuas vão comprar 30% da televisão».

                                                            Rui Pedro Soares e Paulo Penedos convocam para os ajudar João Carlos Silva (vogal da comissão executiva do Tagus Park e ex--presidente da RTP nomeado por Armando Vara, quando este foi ministro-adjunto de Guterres e tinha o pelouro da Comunicação Social).

                                                            No dia 2 de Junho, Rui pede a Paulo para fazer «aquele périplo pelos empresários do Porto, pessoas de confiança».

                                                            Rui esclarece as contas: vão «comprar 30% por 90 milhões» e «era importante que o João Carlos conseguisse, pelo menos, uma participação de 9 milhões. Em dinheiro seriam 3 milhões, no máximo».
                                                            No dia 3 de Junho, Rui Pedro vai a Madrid, negociar com o patrão da Prisa, Manuel Polanco.

                                                            Manuela sai, para o entretenimento
                                                            No dia 5 de Junho, Penedos fala com um homem não identificado, mas que parece bem informado. Comunica-lhe que, na segunda-feira a seguir, vai ter «um dia lindo, que começa com Zeinal», às 8h45. Ao saber que, na reunião, o tema na mesa é a TVI, o interlocutor diz que «tem-se rido» com o assunto, pois tem «informação privilegiada».

                                                            Penedos revela que, quanto a «ela, Manuela Moura Guedes, vai ser anunciado já que vai sair»«vai para o entretenimento». Moniz é um problema nesta altura ainda não resolvido: «Ele deve ser muito bom porque os espanhóis querem fazer a transição com tranquilidade».

                                                            Têm medo de, «se o hostilizarem, perderem uma boa operação em Portugal» e afectarem os activos da Media Capital. O que Moniz «não sabe é que já não estão a pedir a cabeça dele». Ou seja, há outras formas de resolver a questão.

                                                            A 17 de Junho, Paulo Penedos não tem dúvidas sobre o desfecho do negócio e avisa um certo Luís (alguém que vive fora do país e que não surge identificado) de que «vai haver alterações imprevisíveis na comunicação social». Daí a dois dias, segundo as suas contas, a TVI «vai deixar de ser controlada por Moniz e Manuela».

                                                            O tal Luís quer saber se a Media Capital vai mudar de dono. Penedos garante o plano inicial, que apenas compram 30% à Prisa. Mas também poderão comprar o Correio da Manhã a Paulo Fernandes – já que o dono da Cofina, com a quebra das receitas de publicidade, admite desfazer-se do diário se não entrar no negócio da TVI. Pediu «140 milhões, para começar a conversar».

                                                            Impresa na mira
                                                            A Impresa, grupo de Francisco Pinto Balsemão, também é envolvida. Foram então comunicadas à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) duas operações, fora de Bolsa, de compra e venda de acções da holding do fundador do Expresso. A Ongoing, de Nuno Vasconcelos e Rafael Mora (accionistas da PT), compra mais 1,88% da Impresa.

                                                            O BCP vendeu também a sua participação na Impresa, quase na mesma percentagem.

                                                            Paulo Penedos explica ainda ao incógnito Luís: «A confirmar-se a operação da TVI», esta «terá algum fôlego na reorganização da comunicação social, da qual apenas lhe dá um lamiré» – as «transacções do grupo Impresa nas últimas horas». «Está tudo ligado».

                                                            A encenação e o jogo psicológico noutras esferas de poder também não são descurados. Entre os sócios do Benfica opositores a Luís Filipe Vieira, surgira o movimento ‘Vencer, Vencer’ que convida Moniz para se candidatar à presidência do clube. O director da TVI admite estar a pensar seriamente no assunto – e Paulo Penedos vê logo aí «um sinal», uma «saída» mesmo.

                                                            Em conferência de imprensa, Moniz anuncia que afinal desiste, pois não tem tempo para preparar convenientemente a candidatura.

                                                            Paulo Penedos lamenta, mas acha que isso até «foi bom»: acabou por ser uma excelente «cortina de fumo», que já deixou às pessoas a ideia de que o próprio Moniz até está disponível, tem vontade em sair da direcção da TVI sem dramas e conotações políticas.

                                                            O negócio com a Prisa está quase fechado. A 19 de Junho, Rui Pedro Soares manda Paulo Penedos tratar de enviar a Manuel Polanco «um documento», por email. Penedos fala com a secretária do líder da Prisa em Madrid, diz-lhe que «é a versão definitiva».


                                                            Jantar com Sócrates: ‘é tudo ou nada’

                                                            Estava-se a 19 de Junho e Rui Pedro comenta com Penedos que está «tudo a seguir o seu caminho» e que vai «jantar com o 1.º». Telefona três horas depois e conta que «o chefe estava bem disposto».

                                                            No dia seguinte, 20 de Junho, Moniz dá uma conferência de imprensa e Paulo faz o relato a Rui: «Não tem nada de pessoal contra o primeiro--ministro» e «terá dito que, se não o ouvirem na alteração ao projecto, sai sem fazer barulho».

                                                            Então, conclui Rui, «a abordagem está a correr bem». Mas avisa que há uma alteração de última hora: Sócrates diz que «tem de ser a PT, especificamente, a fazer a operação».

                                                            Penedos pergunta-lhe se o documento que foi para a Prisa já reflecte isso e a resposta é afirmativa. Rui, aliás, tem viagem marcada para Madrid daí a três dias para fechar o negócio. Penedos desabafa que «é uma situação de risco» e que tem «mais medo do lado interno».

                                                            Internamente, porém, a situação parecia salvaguardada. A PT assumia o negócio e Rui seria o substituto de Moniz.

                                                            Para isso, teria de fazer uma espécie de comissão de serviço na Prisa. Sócrates – que é apelidado pelos seus como o «chefe» ou «chefe maior» – dissera-lhe que tinha de ir para a Prisa «durante três meses».

                                                            O que ele acata: «O chefe diz que é tudo ou nada e que não pode ficar com a fama e sem o proveito».
                                                            Rui Pedro adianta que também «já está escolhido o homem da informação, o Paulo Baldaia» (director da TSF, rádio do grupo Controlinveste, de Joaquim Oliveira, que inclui o DN e o JN).

                                                            Notícias colocadas nos jornais

                                                            Mas o caso Benfica/Moniz, causara interrogações nos jornalistas e começam a circular informações de que a PT estava na corrida à TVI. Além disso, a súbita mudança de planos obriga a acções rápidas.

                                                            A 23 de Junho, terça-feira, Rui Pedro Soares parte para Madrid, num avião a jacto, para ultimar o negócio com a Prisa. Pelo telefone, comenta com Penedos a manchete do Diário Económico (da Ongoing) que satisfaz os seus objectivos. O jornal dá conta de que não apenas a PT, mas também a Telefónica estão na guerra pela Media Capital.

                                                            Nesse mesmo dia, a PT é obrigada a fazer um comunicado à CMVM em que admite o interesse estratégico na Media Capital – mas nega ter sido concretizado qualquer acordo.

                                                            Rui e Paulo esfregam as mãos: ambos concordam que, dada a forma como as coisas foram feitas, só uma teoria da conspiração anularia a ideia de que se tratou de uma «guerra entre empresas». «Ao menos a notícia já não sai de chofre».

                                                            O ego dos dois é enorme e Rui Pedro Soares festeja o rasgo intelectual de ambos: «Podemos escrever um livro e ser pagos a peso de ouro».

                                                            Com a campanha eleitoral à porta, comenta que merece mesmo ser recompensado pelos seus feitos – depois disto, espera «obter do chefe ‘luz verde’ para lhe tratar da comunicação durante três meses».
                                                            Rui telefona para Armando Vara: «O que lhe está a parecer a comunicação?».

                                                            O homem do BCP não vacila: «Boa».
                                                            Mas a rápida inversão de estratégia deixa os mais próximos preocupados. José Penedos (presidente da REN) não percebe, mas o filho explica-lhe que se trata de «uma cortina de fumo para dar a ideia de que há mais interessados e que se trata de algo com mero interesse empresarial para justificar a operação».

                                                            ‘Isto é que é uma tristeza total’
                                                            Conta ainda ao pai como Rui voara para Madrid num jacto particular, com as minutas do contrato na mão, que já lhes tinha enviado por email.

                                                            Os bancos com que a Prisa trabalha «não estavam a aceitar as condições financeiras» e, «por isso, estão agora a negociar». E adianta: «As minutas não foram feitas por mim mas pelo Bes Investimentos». José Penedos ri-se: «Isto é que é uma tristeza total».

                                                            Aos primeiros minutos do dia 24, Paulo Penedos reporta a Rui Pedro Soares as manchetes dos jornais da manhã seguinte, que está a ver nas televisões. Mas Rui, em Madrid, ainda está preocupado com outros imbróglios do negócio. Estão a terminar «um novo documento para o Moniz assinar». Vai mandar-lhe, para Penedos o ler.

                                                            A notícia correcta já está em alguns jornais, que não engoliram a história do interesse da Telefónica: o diário i tem como manchete «PT compra 30% da Media Capital». Os comentários sobre Moniz e as más relações com o Governo multiplicam-se e o ambiente começa a ficar tenso.

                                                            Rui Pedro Soares e Paulo Penedos apostam que houve fuga de informação. Paulo recebe os ecos da PT, que está dividida. Agora «está toda a gente contra» «o chairman (Henrique Granadeiro) está contra», «o Zeinal faz isto porque é um profissional, mas está-se a torcer».

                                                            Rui Pedro Soares sabe que vai receber ataques, mas continua mais preocupado com José Eduardo Moniz, que ainda não saiu de cena: «Se o Moniz é corrido sem nós entrarmos, é melhor para a PT», mas «é pior para o ‘chefe máximo’».


                                                            Um contrato para Moniz

                                                            Paulo não tem dúvidas que «os gajos que trabalharam ali espalharam» informações. Por seu lado, Rui já informara quem de direito: «Disse ao Sócrates que tem a noção que andam nisto há dez meses e que só nos últimos dias é que…».

                                                            Mas o primeiro-ministro tinha uma ideia fixa: «O Sócrates perguntou-me se não era melhor correr com o Moniz antes da PT entrar». Rui garantiu-lhe que não, porque «tem uma grande pára-choques para ele» (o ‘chefe’).

                                                            E Penedos: «Custe o que custar em termos de dinheiro, por muito que um gajo possa pensar que o crime compensa ou vamos beneficiar o gajo, o Moniz devia sair confortável para estar calado».
                                                            Mas o que os deixa mais moídos são os comentários do socialista Arons de Carvalho no i, ao dizer que teme que a entrada da PT na TVI possa ser vista como tentativa de pressão do Governo: «Parece que põe cá a história toda e, ainda por cima, burro, dá como certa a entrada da PT».

                                                            Dia 24 é dia de debate na Assembleia da República, entre Governo e oposição e os homens do plano adivinham que vem aí um ataque a Sócrates.

                                                            Ainda em Madrid, com ordens para manter o plano, Rui aguarda a todo o momento a hora em que irá falar com a Prisa. Dá então instruções a Penedos para meter de imediato uma pessoa num avião, para lhe levar o seu computador a Madrid.

                                                            Entretanto, pede-lhe que vá ao seu gabinete e entre no seu email – «a password é ‘Sócrates2009». O contrato de Moniz está concluído e tem de ser «entregue a Zeinal».

                                                            Falta um minuto para as 11 horas da manhã, quando Fernando Soares Carneiro (outro administrador executivo da PT) telefona a Armando Vara. Recorda-lhe o almoço em que falaram «das perpétuas» (acções de direito perpétuo, que também pode significar golden share) e pergunta ao vice-presidente do BCP quando «termina o prazo».

                                                            Este responde que «precisam de tomar uma decisão hoje». Fernando diz-lhe que «interessa que esteja a ser analisado o pacote da PT» – Vara responde apenas que «está» e «o outro está mas não é para já».

                                                            À mesma hora, Paulo Penedos lê um documento a Rui Pedro Soares. Trata-se de um contrato de prestação de serviços para «consultor» do grupo PT na área dos audiovisuais. Pela conversa de ambos, deduz-se que seria um contrato para Moniz assinar.


                                                            Sócrates já falou com Zapatero

                                                            Paulo Penedos diz a Rui que Soares Carneiro lhe «disse que o negócio estava feito», pois «ontem à noite o Zapatero (chefe do Governo espanhol) tinha falado com Sócrates».

                                                            São três horas da tarde (ainda do dia 24) e Rui Pedro Soares pergunta a Penedos «se a Mediapro já disparou» (trata-se de outro grupo de media espanhol, dono da cadeia La Sexta, que em Maio de 2009 os jornais espanhóis diziam ser alvo do interesse da Prisa, que estudaria uma fusão). Penedos responde: «A informação que há aqui é que dispararam; a Mediapro e as acções da Prisa dispararam 9%».

                                                            Como condicionar Cavaco

                                                            Ainda na mesma conversa, Rui Pedro Soares equaciona mais uma ideia: «As rádios (da Media Capital) vão ser compradas pela Ongoing e pelo genro de Cavaco» (o empresário Luís Montez).

                                                            Penedos comenta que «isso é bom» e pergunta--lhe se é «o autor desta patifaria». Rui Pedro acrescenta, referindo-se a Cavaco, que «é o preço da paz e que esse cala-se logo, fica a cuidar dos netos».

                                                            O debate no Parlamento começa por essa altura e Penedos vai relatando o que se passa a Rui Pedro Soares. Diogo Feio, deputado do CDS, pergunta a Sócrates se o Governo está a par do negócio da PT/TVI. E o primeiro-ministro perde a calma, mas nega: «O Governo não dá orientações nem recebe informações da PT».

                                                            Rui Pedro pede então a Paulo que vá aos estatutos da PT ver em que circunstâncias a golden share do Estado na empresa tem de dar parecer. Penedos pergunta se o negócio «está fechado ou não».

                                                            Rui diz que sim, mas, como a questão «Moniz não está fechada», ele também «não fecha» – não quer «cair do cavalo abaixo, deixando a questão do Moniz por assinar antes de assinarmos». «Os gajos estão debaixo de uma pressão terrível pois as acções da Prisa cresceram hoje 14%», acrescenta. Mas chegam à conclusão que «está tudo feito em fanicos».

                                                            À noite, Armando Vara recebe um telefonema de outro arguido no ‘Face Oculta’, o empresário Fernando Lopes Barreira, que lhe pergunta se viu «a entrevista da ‘bruxa’» à SIC Notícias (referindo-se a Manuela Ferreira Leite, líder do PSD). Vara responde que não e o amigo comenta que «saiu-se bem».

                                                            Vara diz que já ouviu dizer que ela disse que Sócrates mentiu, ao dizer que não sabia de nada. Comentam que «não se dizia uma coisa dessas». Vara diz que «ninguém acredita que não soubesse», diria antes que «foi um erro trágico», «ele tinha de ter dito que não foi oficialmente informado, mas tinha conhecimento disso».

                                                            Termina a dizer que as cisas vão correr mal e Lopes Barreira responde que não tem a mínima dúvida. No dia seguinte, 25, Cavaco Silva desafia publicamente a PT a esclarecer o que se passa. Zeinal Bava, presidente executivo da PT, vai à RTP dizer que não havia negócio nenhum, apenas uma disponibilidade de ambas as partes.

                                                            Nos bastidores discute-se: avança-se ou não se avança. Até que Sócrates anuncia que, se a PT prosseguir, o Estado usará a golden share para vetar o negócio.

                                                            O plano sofre assim um sério revés, mas não ficaria por aqui.
                                                            fonte

                                                            Comentário


                                                              Seria também interessante que a CMVM analisa-se ao pormenor todos os movimentos bolsistas das empresas de comunicação social como a Impresa e Media Capital, de forma a confirmar se houve indícios de inside trading por parte de pessoas envolvidas ou próximas destas negociações.

                                                              Acho bastante provável que alguém tenha aproveitado estas informações para ganhar uma pipa de massa com as subidas em bolsa destas acções neste espaço temporal.

                                                              Comentário

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