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Suícidio. Porquê?

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    #61
    bem...ouvi 1 miudo 1 vez dizer qqer coisa do género..."o amanhã é um desafio, o hoje é uma dádiva.. por isso lhe chamamos presente..."

    A ideacção suicida é algo que decerto não passa pela cabeça de nenhuma criança... por muito miserável que seja a sua vida.. já pensaram nisso?..Falamos da interacção/integração social ou nos danos infligidos pela sociedade, crescimento, responsabilização, maturação?..

    Em relação à classificação de Durkheim ou , se quiserem, à inclusão do suicídas associados ao fundamentalismo político-religioso, julgo que quando discutimos aqui o suicídio nos referimos claramente, apenas, ao acto de desespero, à anomia. Esse, continuo a dizê-lo, não se adjectiva de corajoso ou cobarde.É uma "complicação" de patologias psiquiátricas.

    Comentário


      #62
      Porque é que os polícias se suicidam?...

      Sim, parece ser um problema que os afecta muito e que a nós, cidadãos que deles necessitamos, nos deve deixar apreensivos...:

      Um militar, segundo a versão oficial, terá colocado termo à vida, no interior daquelas instalações policiais, com um tiro na têmpora. Recorreu à arma de serviço, uma pistola de calibre 7,65 milímetros e com mais de dez anos. Mas vários populares asseguraram que ouviram dois disparos já depois dos bombeiros terem chegado ao local. Curiosamente, ninguém terá ouvido o tiro que o Comando-Geral da GNR diz estar na origem da morte do militar Hélder Costa, que completaria em breve 26 anos.

      Dúvidas populares que não terão fundamento. Segundo o Correio da Manhã apurou junto de fontes policiais, o militar terá mesmo cometido suicídio, por razões ainda desconhecidas, mas que não terão qualquer relação com a sua actividade profissional. “Ele andava com problemas familiares e pessoais já há alguns meses. Pode não ter conseguido aguentar a pressão e cometer esta loucura”, disse um amigo do falecido Hélder Costa.

      O major Costa Lima, responsável da GNR, confirmou que se tratou do suicídio de um militar que se encontrava na instituição há três anos e tinha sido colocado no posto de Lever – junto à sua residência (Penafiel) – em Janeiro do corrente ano. Adiantou ainda que este foi o primeiro caso de suicídio registado na Guarda nos últimos dois anos.

      “Temos uma baixa taxa de suicídios, mas basta uma situação para nos deixar preocupados. A família já está a ser acompanhada por psicólogos e a Guarda tudo fará para auxiliar a mulher e o filho [um bebé de 17 meses]”, acrescentou o major Costa Lima, esclarecendo que os dois tiros ouvidos pelos populares foram feitos por peritos chamados ao local e em local seguro, porque o invólucro da bala que vitimou o militar ficou encravado na pistola. A vítima é hoje autopsiada.

      REACÇÕES

      "DEFENDEMOS OS GABINETES DE APOIO": Paulo Rodrigues, Ass. Sind. Prof. PSP

      “A questão dos suicídios não se baseia só na profissão. Os problemas começam no foro familiar, e trabalhar nas forças de segurança acentua esses problemas. Nós, ASPP, sempre defendemos os gabinetes de apoio psicológico, e a proximidade que eles devem ter, não só dos agentes da PSP, mas também dos militares da GNR. O problema dos suicídios veio para ficar, e carece de atenção redobrada.”

      "RESPONSABILIZAMOS O MINISTÉRIO": José Alho, Asso. Soc. Prof. Ind. da GNR

      “Responsabilizamos o Ministério da Administração Interna por muita da tristeza vivida no seio da GNR. Falta-nos um horário de referência, como há muito nos tem vindo a ser prometido. É algo de fundamental para se evitar mais suicídios na GNR. Os problemas de saúde no efectivo continuam a alastrar, e com os problemas do trabalho diário, eles tendem mesmo é a aumentar cada vez mais.”

      ...
      http://www.correiodamanha.pt/noticia...Canal=10&p=200

      Porque será, então?...

      Comentário


        #63
        Se calhar o acesso a uma arma facilita as coisas...


        Acredito também que um polícia que seja aquilo que consideramos ser "uma boa pessoa" e que foi para as forças de segurança por convicção de prestar serviço em prol da justiça e bem estar das pessoas não tenha estômago para aguentar aquilo que vê, ouve e sabe todos os dias. Da depressão ao suicídio é um passo...

        Comentário


          #64
          Originalmente Colocado por ClioII Ver Post
          Se calhar o acesso a uma arma facilita as coisas...
          Acho que se resume a isso....

          Comentário


            #65
            Pé Leve
            Os casos de suicídio nas forças de autoridade são um "caso de estudo".

            Há diversas teses, mas há diversos aspectos que influenciam muito estas ocorrências, a saber:


            - As condições de serviço -

            Quando deslocados e longe da família não existem alojamentos, refeitórios.

            Pressão psicológica a nível do "prestar serviço", influencido pela crescente desautorização e desadequação de leis que façam respeitar a "figura policial" da autoridade, em suma do homem que enverga o uniforme.


            - Remuneração -

            A questão da remuneração muitas vezes está directamente ligada à deslocação do agente, pagar quarto e alimentação e ter ainda uma família algures para sustentar é de elevada pressão e carga psicológica.

            O agente tem ainda de suportar os custos do seu fardamento.


            - Apoio -

            Lacunas a nível do acompanhamento psicológico dos agentes deslocados (e não só)


            Podemos ver por exemplos noticias variadas como esta

            Suicídio na Polícia - 36 casos registados desde 1984

            18 polícias suicidaram-se desde 2001


            É preocupante, e por cada suicídio que é concluído, outro potencial suicida revê-se também nesse acto, potenciando a prática de novo acto semelhante.

            Há que ir fundo na resolução, e isso compete a toda a cadeia de comando, legislação mais adequada e incentivadora para os agentes, e adequar instalações para que os agentes deslocados tenham uma efectiva base de apoio.

            Comentário


              #66
              Originalmente Colocado por ClioII Ver Post
              Se calhar o acesso a uma arma facilita as coisas...

              Originalmente Colocado por blink Ver Post
              Acho que se resume a isso....

              Uma questão de equilíbrio emocional é mais importante.

              Pode não ter a arma de serviço, mas tem acesso facilitado a arma pessoal, por isso, não é por ai.

              Comentário


                #67
                Originalmente Colocado por Excalibur Ver Post
                Uma questão de equilíbrio emocional é mais importante.

                Pode não ter a arma de serviço, mas tem acesso facilitado a arma pessoal, por isso, não é por ai.
                Bom, espero que tb tenhas lido a segunda parte do meu primeiro post...


                Quanto ao acesso fácil a uma arma por inerência de profissão, acho sim que é um factor potenciador.

                Muita gente não tem uma arma de fogo pessoal (eu incluído), logo se fosse um GNR, por exemplo, teria um acesso muito mais fácil ao objecto. E acredito que no poço de um momento de depressão isso faça a diferença.

                Comentário


                  #68
                  Sem conhecer o caso em concreto e correndo o risco de dizer alguma falsidade, parecem-me as declarações da associação sócio-profissional da GNR algo despropositadas. A inexistência de um horário de referência é causa de suicídios? Ainda por cima num agente que ainda nem tinha feito 26 anos?...

                  Entendo que haja situações complicadas, algumas até graves e que o apoio psicológico dentro da instituição deveria ser uma realidade, até pela especificidade da profissão, mas não me parecem que por si só constituam motivo para suicídio.

                  Mais coerente parece-me a declaração da Associação Sindical da PSP, quando diz que a questão dos suicidios não se baseia só na profissão.

                  Comentário


                    #69
                    Originalmente Colocado por ClioII Ver Post
                    Bom, espero que tb tenhas lido a segunda parte do meu primeiro post...

                    Acredito também que um polícia que seja aquilo que consideramos ser "uma boa pessoa" e que foi para as forças de segurança por convicção de prestar serviço em prol da justiça e bem estar das pessoas não tenha estômago para aguentar aquilo que vê, ouve e sabe todos os dias. Da depressão ao suicídio é um passo...

                    Sim li !

                    E concordo em pleno.

                    Comentário


                      #70
                      Pesquisando sobre o assunto, temos as questões levantadas pelas associações:

                      "Se nada for feito vai haver mais suicídios entre os militares"

                      Lá está a minha eterna questão (clicar) se são policias porque diabo continuam a ter de ser militares ou militarizados, se calhar isso também lhes aumenta a pressão e conflitos, entre o ser policia e sujeito a leis militares para o que convém.


                      Comentário


                        #71
                        Tem que lhes dar bisnagas em vez de pistolas a sério ... ou armas maiores que nao dê para um gajo se suicidar ...

                        Se tivessem espingardas de 1.50m nao conseguiam por o dedo no gatilho.

                        Comentário


                          #72
                          Originalmente Colocado por Fresh_Fruit Ver Post
                          Tem que lhes dar bisnagas em vez de pistolas a sério ... ou armas maiores que nao dê para um gajo se suicidar ...

                          Se tivessem espingardas de 1.50m nao conseguiam por o dedo no gatilho.

                          Não tomes o que vou dizer como uma critica.

                          Talvez por verem as coisas com demasiada ligeireza, é que a situação dos suicídios, ocorra tantas vezes.

                          Comentário


                            #73
                            Originalmente Colocado por Excalibur Ver Post
                            Pé Leve
                            Os casos de suicídio nas forças de autoridade são um "caso de estudo".

                            Há diversas teses, mas há diversos aspectos que influenciam muito estas ocorrências, a saber:


                            - As condições de serviço -

                            Quando deslocados e longe da família não existem alojamentos, refeitórios.

                            Pressão psicológica a nível do "prestar serviço", influencido pela crescente desautorização e desadequação de leis que façam respeitar a "figura policial" da autoridade, em suma do homem que enverga o uniforme.


                            - Remuneração -

                            A questão da remuneração muitas vezes está directamente ligada à deslocação do agente, pagar quarto e alimentação e ter ainda uma família algures para sustentar é de elevada pressão e carga psicológica.

                            O agente tem ainda de suportar os custos do seu fardamento.


                            - Apoio -

                            Lacunas a nível do acompanhamento psicológico dos agentes deslocados (e não só)


                            Podemos ver por exemplos noticias variadas como esta

                            Suicídio na Polícia - 36 casos registados desde 1984

                            18 polícias suicidaram-se desde 2001


                            É preocupante, e por cada suicídio que é concluído, outro potencial suicida revê-se também nesse acto, potenciando a prática de novo acto semelhante.

                            Há que ir fundo na resolução, e isso compete a toda a cadeia de comando, legislação mais adequada e incentivadora para os agentes, e adequar instalações para que os agentes deslocados tenham uma efectiva base de apoio.
                            Concordo.

                            Quanto à questão do acesso as armas como potenciar desta situação, creio que é inconcebível num meio onde a criminalidade aumenta e se torna cada vez mais perigosa, não haver armas distribuídas.

                            Depois pela questão psicológica das más condições em que se trabalha bem como o excesso de horas e a falta de acompanhamento especializado, desde a legislação que chega a ser factor de risco acrescido para os policias bem como para os seus familiares, as questão das chefias que gerem forças policiais com se de forças militares se tratassem e finalmente pelos vencimentos que ridicularizam o esforço, o risco e a quantidade de trabalho feito.

                            Comentário


                              #74
                              Quantos casos desses polícias, que se meteram em certos negócios(droga, etc) e depois poucas saídas tiveram, senão o suisídio...

                              Comentário


                                #75
                                Originalmente Colocado por Fresh_Fruit Ver Post
                                Tem que lhes dar bisnagas em vez de pistolas a sério ...
                                (...)
                                Tendo em conta que não podem usar as armas a sério contra ninguém senão são suspensos ou vão presos e ficam privados do seu vencimento, poupava-se dinheiro realmente...

                                Comentário


                                  #76
                                  Originalmente Colocado por Fresh_Fruit Ver Post
                                  Tem que lhes dar bisnagas em vez de pistolas a sério ... ou armas maiores que nao dê para um gajo se suicidar ...

                                  Se tivessem espingardas de 1.50m nao conseguiam por o dedo no gatilho.

                                  agarras na espingarda caçadeira e sentas-te numa cadeira. carregas a espingarda com um cartuxo e armas o cão. Pões a arma no chão virada com o cano para ti, flectes a barriga e metes a boca no cano. Tiras o sapato direito e a meia também. Com o dedo polegar carregas no gatilho e voilá . Prueba superada, acabaste de te suicidar...

                                  Comentário


                                    #77
                                    As pessoas podem suicidar-se. Os polícias são pessoas. Os polícias podem suicidar-se.

                                    Comentário


                                      #78
                                      Originalmente Colocado por Excalibur Ver Post
                                      Pé Leve
                                      Os casos de suicídio nas forças de autoridade são um "caso de estudo".

                                      Há diversas teses, mas há diversos aspectos que influenciam muito estas ocorrências, a saber:


                                      - As condições de serviço -

                                      Quando deslocados e longe da família não existem alojamentos, refeitórios.

                                      Pressão psicológica a nível do "prestar serviço", influencido pela crescente desautorização e desadequação de leis que façam respeitar a "figura policial" da autoridade, em suma do homem que enverga o uniforme.


                                      - Remuneração -

                                      A questão da remuneração muitas vezes está directamente ligada à deslocação do agente, pagar quarto e alimentação e ter ainda uma família algures para sustentar é de elevada pressão e carga psicológica.

                                      O agente tem ainda de suportar os custos do seu fardamento.


                                      - Apoio -

                                      Lacunas a nível do acompanhamento psicológico dos agentes deslocados (e não só)


                                      Podemos ver por exemplos noticias variadas como esta

                                      Suicídio na Polícia - 36 casos registados desde 1984

                                      18 polícias suicidaram-se desde 2001


                                      É preocupante, e por cada suicídio que é concluído, outro potencial suicida revê-se também nesse acto, potenciando a prática de novo acto semelhante.

                                      Há que ir fundo na resolução, e isso compete a toda a cadeia de comando, legislação mais adequada e incentivadora para os agentes, e adequar instalações para que os agentes deslocados tenham uma efectiva base de apoio.
                                      Concordo inteiramente!

                                      Comentário


                                        #79
                                        Originalmente Colocado por Zen Ver Post
                                        As pessoas podem suicidar-se. Os polícias são pessoas. Os polícias podem suicidar-se.
                                        Sim, mas o problema é o perigo que representa haverem pessoas com tendências suicidas armadas...

                                        Eu explico. É claro que as polícias têm de andar armadas, evidentemente. É certo, porém, que se tratam de profissões de grande confronto com realidades brutais e trágicas, do dia a dia, e do risco permanente que eles atravessam, diverso do nosso, cidadãos "comuns"!...

                                        Não me parece que se deva olhar o tema com a ligeireza do, "Matam-se? E depois?", porque, num ápice, passa do matam-se ao matam...

                                        O que fazer? Olhar o problema de frente e rever as condições de vida que eles levam, profissionais e pessoais. O que auferem, as horas que trabalham, os sinais de desvio (alcoolismo, actividades extra, etc...) e, depois de sinalizar, intervir!

                                        Como? Diagnosticando permanentemente e adaptando quem faz o quê em função do seu "equilíbrio" psicológico! Estabilizar, sobretudo remunerando mais condignamente! Reformar mais cedo, pois de uma profissão de efectivo desgaste rápido se trata, com todo o significado que isso tem!

                                        Esquecer, ou não querer ver, esses sinais é desprezar a nossa segurança enquanto cidadãos deixando que andem nas ruas polícias que podem não estar bem (...) até ao momento em que isso interfira com a nossa vida, ou, pelo menos, com as vidas deles!...

                                        Comentário


                                          #81
                                          Originalmente Colocado por Excalibur Ver Post
                                          Pé Leve
                                          Os casos de suicídio nas forças de autoridade são um "caso de estudo".

                                          Há diversas teses, mas há diversos aspectos que influenciam muito estas ocorrências, a saber:


                                          - As condições de serviço -

                                          Quando deslocados e longe da família não existem alojamentos, refeitórios.

                                          Pressão psicológica a nível do "prestar serviço", influencido pela crescente desautorização e desadequação de leis que façam respeitar a "figura policial" da autoridade, em suma do homem que enverga o uniforme.


                                          - Remuneração -

                                          A questão da remuneração muitas vezes está directamente ligada à deslocação do agente, pagar quarto e alimentação e ter ainda uma família algures para sustentar é de elevada pressão e carga psicológica.

                                          O agente tem ainda de suportar os custos do seu fardamento.










                                          .
                                          Deve ser anedota esse estudo só pode

                                          Eu e quase toda a gente compra a roupa para ir trabalhar, e não nos vamos suicidar por isso

                                          A remuneração de um policia nem é assim tão baixa entao a malta que trabalha numa loja a ganhar 400 ou 500euros já se tinham morto todos

                                          Trabalhar longe? e os imigrates e a malta embarcada e a malta das obras? entao já todos tinham morrido


                                          Eles matam-se porque sao uns fracos uns frustados e estão mal com a vida e tem negocio escuros e uma arma na mão que nem a sabem usar correctamente...se se suicidaram é pk nao fazem cá falta nenhuma.

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                                            #82
                                            Originalmente Colocado por Wolfman Ver Post
                                            Quantos casos desses polícias, que se meteram em certos negócios(droga, etc) e depois poucas saídas tiveram, senão o suisídio...
                                            Concordo!!!

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                                              #84
                                              É normal!!

                                              Mal pagos, isolados, realidade diferente da teoria, arma carregadinha e ali ao lado... e...

                                              E depois, nao acho 18 suicidios desde 2001 assim tanto!!

                                              Quais sao os numeros para a população normal?

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                                                #85
                                                Os suicidios dos policias são como outros suicidios de outro cidadão qualquer!!!!

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                                                  #86
                                                  Originalmente Colocado por Pitest Ver Post
                                                  Os suicidios dos policias são como outros suicidios de outro cidadão qualquer!!!!
                                                  O problema que é assustador é no fundo andarem estes individuos na rua teoricamente para garantir a nossa segurança publica e andam armados e com tendencias suicidas

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                                                    #87
                                                    Originalmente Colocado por Nephilim Ver Post
                                                    O problema que é assustador é no fundo andarem estes individuos na rua teoricamente para garantir a nossa segurança publica e andam armados e com tendencias suicidas

                                                    Então começas, direi eu, a ver porque razão o Pé Leve abriu o tópico.

                                                    E porque razão eu referi:

                                                    Há que ir fundo na resolução, e isso compete a toda a cadeia de comando, legislação mais adequada e incentivadora para os agentes, e adequar instalações para que os agentes deslocados tenham uma efectiva base de apoio.
                                                    Ou seja não minimizem, nem chutem para canto.

                                                    Comentário


                                                      #88
                                                      Originalmente Colocado por Excalibur Ver Post
                                                      Então começas, direi eu, a ver porque razão o Pé Leve abriu o tópico.

                                                      E porque razão eu referi:



                                                      Ou seja não minimizem, nem chutem para canto.
                                                      Mas o que não sei é se o suicidio na policia está dentro dos valores normais ou não.

                                                      Nao acredito que se suicidem por falta de condições nem de dinheiro... se foram para a policia é pk quiseram , se nao o gostam ou se não tem perfil para o serem , abandonem e vão trabalhar a serio.

                                                      Comentário


                                                        #89
                                                        Originalmente Colocado por Nephilim Ver Post
                                                        Mas o que não sei é se o suicidio na policia está dentro dos valores normais ou não.

                                                        Nao acredito que se suicidem por falta de condições nem de dinheiro... se foram para a policia é pk quiseram , se nao o gostam ou se não tem perfil para o serem , abandonem e vão trabalhar a serio.

                                                        O problema não é exclusivo das forças da ordem.

                                                        Reveste-se de maior gravidade nestas pelos motivos que se tornam óbvios.


                                                        Portugal

                                                        Em Portugal em 2003 11,1 pessoas por cada 100 mil morreram por suicídio sendo que a distribuição por género é de 17,1 por 100 mil para os homens e 5 por 100 mil para as mulheres[1]. Ataxa de suicídio em Portugal aumentou 100% em dois anos - 2002 e 2003 -, gerando preocupação na comunidade médica que aguarda os números relativos aos anos de 2004 e 2005 para confirmar se a tendência se mantém. Os últimos dados revelam que se registam 1100 suicídios por ano, no país.
                                                        Portugal passou de cerca de 500 suicídios por ano, no final da década de 90, para 1200, em 2002, e 1100, no ano seguinte. Um aumento de taxa que ultrapassa os 100% e que está a deixar a comunidade médica apreensiva e na expectativa de se voltar aos anos negros das décadas de 30 e de 80, altura em que o número de suicídios foi sempre em crescendo.
                                                        Ou ainda

                                                        «Imprensa trata suicídio de forma desastrosa»
                                                        ENTREVISTA

                                                        Carlos Saraiva


                                                        As tentativas de suicídio aumentaram em Portugal na última década. Segundo o presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, as notícias sobre o tema não ajudam à prevenção

                                                        Miguel Carvalho / VISÃO nº 457 6 Dez. 2001


                                                        Explica tudo tintim-por-tintim, sem preocupações de cátedra. Bem pelo contrário. De resto, pouco sentido faz vestir de meias-palavras ou rebordos de linguagem o nu e o cru das situações. Carlos Braz Saraiva, psiquiatra, presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, coordenador da Consulta de Prevenção do Suicídio dos Hospitais da Universidade de Coimbra, alerta para os riscos de continuarmos a virar a cara àqueles que, num momento de angústia profunda, tentam a morte numa última mensagem do espírito e do corpo para chamar a atenção. O para-suicídio em Portugal é um caso muito sério, mas continua desvalorizado até «por técnicos de saúde».

                                                        VISÃO: O que é o para-suicídio?

                                                        CARLOS SARAIVA: Em determinada altura, decidimos fazer uma coisa inédita em Portugal. Desde o final do século passado que há dados sobre suicídio consumado, mas não havia números sobre as tentativas de suicídio. Muitas vezes confunde-se o suicídio frustrado (alguém dar um tiro na cabeça e falhar, tentar enforcar-se e não conseguir, por exemplo) com o para-suicídio. Neste caso, referimo-nos a pessoas com comportamentos de risco que tocam o suicídio, mas cuja intenção letal é supostamente baixa. São comportamentos mais apelativos do que destrutivos, sobretudo para tentar modificar o meio ambiente. O suicídio e os comportamentos suicidários não estão catalogados como doença, mas sim como um comportamento anómalo. Doença é o que leva a isso. O espectro final do desespero é o comportamento suicidário, mas as estradas que levam a esse ponto são diversas: depressão, droga, álcool, distúrbios da personalidade, esquizofrenia, etc.

                                                        V: Que estudos existem sobre o para-suicídio?

                                                        CS: Os estudos sobre as tentativas de suicídio têm sido desenvolvidos ao longo da década de 90. Sendo as tentativas de suicídio ou para-suicídio um fenómeno de cariz também social, importava ver o que aconteceu na década. O estudo epidemiológico foi feito em Coimbra, mas acontece que o concelho tem um núcleo urbano e suburbano e indicadores macroeconómicos que mimetizam o todo nacional. Por isso, podemos sempre fazer alguma extrapolação meramente indicativa. Verificamos, então, que as taxas de suicídio estão a baixar em Portugal – de 900 suicídios para 600 por ano –, mas as tentativas têm vindo a subir ligeiramente: são cerca de 250 suicídios por cem mil habitantes/ano. A situação não melhorou.

                                                        V: Em termos europeus, é grave?

                                                        CS: Comparamos estes dados com o que a Organização Mundial de Saúde fez em 15 cidades da Europa e descobrimos que Coimbra não ficava muito bem no retrato: aparecia em segundo lugar, logo a seguir à cidade francesa de Cergy-Pontoise. Isto permite supor que, a nível nacional, a taxa de tentativas de suicídio é elevada, mesmo para o panorama internacional, designadamente nas raparigas adolescentes entre os 15 e os 25 anos. Houve uma subida gradual dos comportamentos suicidários, designadamente do tipo para-suicídio, no sexo feminino, mas também no sexo masculino. Há um fenómeno novo: os homens, entre os 30 e os 35 anos, estão com taxas de para-suicídio mais elevadas.

                                                        V: Como se explica esta situação?

                                                        CS: Estamos a falar de fenómenos altamente complexos. Não há uma relação de causa-efeito simples. Os psiquiatras têm uma explicação, os sociólogos terão outra e assim por diante. Pessoalmente, creio que as tentativas de suicídio são um comportamento. E se assim é, visam um objectivo. Isso, de algum modo, pode significar uma dimensão de desespero e de apelo que não tem, da parte dos protagonistas, outras alternativas.

                                                        Aparentemente, a personalidade está na essência de muitos destes comportamentos. Isto é: as pessoas não adquiriram outras estratégias para lidar com a angústia, a solidão e o desespero e utilizam o corpo como manifesto da revolta. O corpo é assumido como linguagem, ou seja, as pessoas não conseguem resolver certos problemas com determinados estratagemas de comunicação e usam o próprio corpo para o fazer. Por isso, uma coisa é o para-suicídio (que visa mudanças de vida, isto é, a intenção letal é baixa) e outra coisa é o suicídio consumado ou frustrado que, de algum modo, pressupõe aquilo que o senso comum acha que é uma aniquilação.

                                                        V: Em que extracto social é mais frequente o para-suicídio?

                                                        CS: Ocorre mais nas classes baixas e médias baixas. São essencialmente pessoas que vivem em territórios confinados em meios suburbanos e onde as explosões de conflitos interpessoais é muito intensa. Quase sempre, há uma figura-chave e, normalmente, este tipo de pessoas entra num serviço de urgência após uma tentativa de suicídio motivada por uma querela emocional. São pessoas que não sabem lidar com conflitos que envolvem intensamente os afectos. Entre as vulnerabilidades neurofisiológicas e as dificuldades induzidas pelo carácter há uma confluência de perturbações que podem levar, em determinadas circunstâncias, à eclosão de um comportamento suicidário.

                                                        V: As motivações são mais do âmbito familiar ou profissional?

                                                        CS: As tentativas de suicídio acontecem com mais frequência por causa da situação familiar. O peso dos conflitos profissionais é relativamente baixo, embora ocorram mais nos homens. Nessas situações, os suicídios são normalmente consumados.

                                                        V: É possível definir um perfil do para-suicida?

                                                        CS: São pessoas com distorções cognitivas, é como se estivessem a ver o mundo com umas lentes disformes. E quase sempre vêem o mundo de uma forma maniqueísta: os bons e os maus; o certo e o errado; o perfeito e o imperfeito; o preto e o branco; o tudo ou nada; a vida e a morte. Por isso é que uma das regras básicas de quem, como eu, faz psicoterapia, é dizer às pessoas que, entre o preto e o branco, há cinzentos. Há outros aspectos como a grandiosidade primitiva e o pensamento mágico, isto é, muitos destes indivíduos vivem a vida como se fosse um desenho animado e, nesse sentido, aproximam-se das crianças em termos intelectuais.

                                                        Estes doentes são observados de acordo com uma entrevista de avaliação dos comportamentos suicidários. Pede-se-lhes para se colocarem num retrato com as pessoas mais significativas no plano dos afectos. É uma tentativa de casamento entre aspectos quantitivos e qualitativos. E isto permite-nos saber como é que uma pessoa se sente depois de uma tentativa de suicídio e aquilo que almeja mais, qual é a sua expectativa principal.

                                                        V: Como se pode alterar este quadro?

                                                        CS: Só com uma intervenção multidisciplinar se pode atenuar esta situação, envolvendo a comunidade. Contudo, é preciso perceber que este é um fenómeno desvalorizado. Das pessoas que dão entrada nos hospitais com tentativas de suicídio, uma em cada cinco é internada num serviço de psiquiatria. Os outros quatro casos são desvalorizados até por técnicos de saúde mental. Do ponto de vista da satisfação pós-comportamento suicidário e das expectativas dos doentes, 12% nunca esperam nada de bom. Atrevo-me a dizer que, nesses, o risco de suicídio é maior numa crise posterior. Ora, aquilo que parece pueril, infantil, manipulativo ou apelativo num determinado momento pode resultar na consumação do suicídio numa fase posterior.

                                                        A prevenção do suicídio começa nos chamados grupos de risco clássicos como toxicodependentes, esquizofrénicos, deprimidos graves, mas também naquelas pessoas que, em comportamentos aparentemente pueris, tentaram suicidar-se. E isso deve ser valorizado.

                                                        V: Como deve a Comunicação Social lidar com o fenómeno do suicídio?

                                                        CS: As notícias de suicídio devem merecer apenas um breve apontamento, uma nota de rodapé. Sem falar de pormenores, sem detalhes quanto ao método do suicida e do eventual local onde foi cometido. Jamais noticiar suicídios de figuras mediáticas de forma a que possam servir de hipotético modelo para pessoas perturbadas. Corre-se o risco de glorificar o suicídio e isso provoca fenómenos de imitação.

                                                        O exemplo mais emblemático a esse respeito é o caso de Kurt Cobain, vocalista do grupo rock Nirvana, que se suicidou há uns anos. Em Coimbra, tivemos vários casos de adolescentes que deram entrada no serviço de urgência dizendo que tinham tentado suicidar--se pensando em Kurt Cobain. Entre outras coisas, ele escreveu que tendo atingido a fama não havia mais nada a não ser a morte. Isto dito por um indivíduo que é tido como um modelo, um herói e um génio entre determinados jovens que estão à procura da maturidade, pode gerar um balancear entre o viver e o morrer. E pensam assim: «Então, se o Kurt Cobain, que é o meu génio, pensa isto e decidiu isto, porque é que eu não faço o mesmo?»


                                                        V: Em Portugal, houve exemplos desses?

                                                        CS: O caso da cantora Cândida Branca-Flor. Houve um jornal, sensacionalista, que ocupou toda a primeira página com a fotografia dela e, inclusive, publicou alguns dizeres indevidos do ponto de vista ético. Se já em termos noticiosos é duvidoso fazer isto, decididamente não é uma boa estratégia em termos de prevenção do suicídio.

                                                        Quando se aborda de uma forma pormenorizada o suicídio de uma figura pública deve-se, pelo menos, incluir dados sobre as estratégias de prevenção e os sítios a que as pessoas podem recorrer. Caso contrário, a notícia pode ser apenas o interruptor, pois vai mexer com muita gente que está deprimida, já tentou suicidar-se ou está na iminência de o fazer.

                                                        V: De uma forma geral, a Comunicação Social procede mal?

                                                        CS: A forma como trata estes assuntos é desastrosa. Dou-lhe mais um exemplo: houve o caso de um jovem que desapareceu. Isolou-se num parque de campismo da zona centro do País, eventualmente com o objectivo de cometer suicídio. A família recorreu à comunicação social e o pai apareceu na televisão a dizer que o filho tinha desaparecido e provavelmente já estaria morto. Esse jovem veio ter comigo – era meu doente – e não imagina o investimento que foi preciso fazer em termos psicoterapêuticos, não só para resolver os problemas que o levaram a várias tentativas de suicídio, mas também para que conseguisse ultrapassar a mediatização do assunto. Mesmo no caso do jornalista Miguel Ganhão Pereira, a Comunicação Social não esteve bem. E talvez isso explique o facto de ter havido, logo a seguir, outras tentativas de suicídio na Ponte 25 de Abril.

                                                        Notas:
                                                        1. Carlos Braz Saraiva é natural de Coimbra, onde nasceu em 1950. Licenciou-se em Medicina em 1975 e é doutorado em Neuropsiquiatria (Psiquiatria e Saúde Mental). É professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da «velha» cidade universitária e coordena a Consulta de Prevenção do Suicídio dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Preside também à Sociedade Portuguesa de Suicidologia. A morte, enquanto «último tabu do final do século XX», é um dos motivos de reflexão nos vários livros que tem publicados.

                                                        2. Publicação de entrevista autorizada pela Direcção da Visão.

                                                        Nota de Imprensa Categoria: Geral Data: 2003-07-07 Visualizações: 4563 Fonte: © Copyright VISÃO / Edição nº 457
                                                        http://www.visaoonline.pt/paginas/Co...Conteudo=25768

                                                        O problema é mais grave do que se pensa, e é fruto dos tempos modernos e da sociedade que criámos.

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                                                          #90
                                                          Estas questões já há algum tempo que são debatidas em determinadas instituições.

                                                          Por exemplo nas Forças Armadas e já em 1988 havia casos que intrigavam as chefias.

                                                          Por exemplo um grande amigo meu, da minha criação e idade, suicidou-se num posto de guarda com a G3 que lhe estava atribuída.

                                                          Tinha 21 anos.

                                                          E eu já vivi de perto, a tentativa de suicidio com barbituricos, por três vezes, por isso, há coisas que levam a isso, e que nós nem nos apercebemos apesar de todos os sinais

                                                          E se repararem os stress e a pressão que a sociedade consumista exerce, tem levado a um cada vez mais crescente numero de suicidios na população jovem.
                                                          Desde o mal de amores, à pressão das notas à impossibilidade de alcançar o nível que alguns colegas apresentam e que almejam em ter.

                                                          Vejam este documento (pdf)
                                                          Suicídio - respostas a questões frequentes


                                                          E passem neste site.
                                                          Soc.Portuguesa.Suicidologia

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