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quimbeto
Originalmente Colocado por TomeSilva Ver PostQuimbeto antes de maia espero que estejas bem.
Uma coisa que aprendi neste caso,foi que nunca existe a solução perfeita.
Tentei proteger ao máximo o meu pai,mas notava que ele ficava feliz com as visitas(com excepção últimos 3 dias).
O facto de ele não saber o que tinha pode ter ajudado a não se ir abaixo facilmente.
Não imaginas o quanto me doía o coração ,saber o que ele tinha e dizer-lhe na cara que não era nada de grave e que dentro de alguns dias iria voltar para casa.
Infelizmente só quem passa por isto é que sabe...
Claro que não existe solução perfeita. Cada caso é um caso, cada família reage de maneira diferente. Claro que eu também gostava de ter a minha visita diária. Uma vez que cheguei a ter lá 3 em simultâneo (e é porque é o nº máximo), cheguei a um ponto de ter de dizer "desculpem, estou muito cansado, vou-me deitar". Vieram de longe para me ver, compreendo, mas, deixem-me ser egoísta neste ponto: eu primeiro!
O doente tem de puder recusar certas visitas. Vi alguns casos de senhores acamados, que estavam nas mesmas enfermarias que eu, que se eu pudesse corria as visitas dali a pontapé. Iam pra la´com a história do "ai coitadinho, está tão mal"; todos chorosos. Em que é que isso ajuda? Em que é que ajuda os restantes que estão na enfermaria?
Felizmente que houve dias em que até os enfermeiros já não podiam com aquilo e lá os chamaram a atenção.
Resumindo: as visitas são óptimas, desde que vão para ajudar.
Mas este é o meu ponto de vista, o ponto de vista da minha esposa será certamente diferente. Acredito bem que quando ela saia das visitas talvez se fosse abaixo, mas enquanto lá estava, nunca me fez de coitadinho, sempre com uma "boa disposição".
Abraço para ti
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Originalmente Colocado por quimbeto Ver PostTomé, por agora já está tudo ok!
Claro que não existe solução perfeita. Cada caso é um caso, cada família reage de maneira diferente. Claro que eu também gostava de ter a minha visita diária. Uma vez que cheguei a ter lá 3 em simultâneo (e é porque é o nº máximo), cheguei a um ponto de ter de dizer "desculpem, estou muito cansado, vou-me deitar". Vieram de longe para me ver, compreendo, mas, deixem-me ser egoísta neste ponto: eu primeiro!
O doente tem de puder recusar certas visitas. Vi alguns casos de senhores acamados, que estavam nas mesmas enfermarias que eu, que se eu pudesse corria as visitas dali a pontapé. Iam pra la´com a história do "ai coitadinho, está tão mal"; todos chorosos. Em que é que isso ajuda? Em que é que ajuda os restantes que estão na enfermaria?
Felizmente que houve dias em que até os enfermeiros já não podiam com aquilo e lá os chamaram a atenção.
Resumindo: as visitas são óptimas, desde que vão para ajudar.
Mas este é o meu ponto de vista, o ponto de vista da minha esposa será certamente diferente. Acredito bem que quando ela saia das visitas talvez se fosse abaixo, mas enquanto lá estava, nunca me fez de coitadinho, sempre com uma "boa disposição".
Abraço para ti
Dado o teu estado debilitado, tiveste medo de desaparecer do mundo fisico ou nem sequer pensaste nisso? Como é que este ponto é encarado?
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Originalmente Colocado por quimbeto Ver PostTomé, por agora já está tudo ok!
Claro que não existe solução perfeita. Cada caso é um caso, cada família reage de maneira diferente. Claro que eu também gostava de ter a minha visita diária. Uma vez que cheguei a ter lá 3 em simultâneo (e é porque é o nº máximo), cheguei a um ponto de ter de dizer "desculpem, estou muito cansado, vou-me deitar". Vieram de longe para me ver, compreendo, mas, deixem-me ser egoísta neste ponto: eu primeiro!
O doente tem de puder recusar certas visitas. Vi alguns casos de senhores acamados, que estavam nas mesmas enfermarias que eu, que se eu pudesse corria as visitas dali a pontapé. Iam pra la´com a história do "ai coitadinho, está tão mal"; todos chorosos. Em que é que isso ajuda? Em que é que ajuda os restantes que estão na enfermaria?
Felizmente que houve dias em que até os enfermeiros já não podiam com aquilo e lá os chamaram a atenção.
Resumindo: as visitas são óptimas, desde que vão para ajudar.
Mas este é o meu ponto de vista, o ponto de vista da minha esposa será certamente diferente. Acredito bem que quando ela saia das visitas talvez se fosse abaixo, mas enquanto lá estava, nunca me fez de coitadinho, sempre com uma "boa disposição".
Abraço para ti
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quimbeto
Originalmente Colocado por MerryBerry Ver PostPosso perguntar-te (já perguntando) se passaste realmente a ver a vida de outra forma? Ou depois da recuperação achas que voltaste a cometer o mesmo erro que todos cometemos, que é dar importância a peanuts?
Dado o teu estado debilitado, tiveste medo de desaparecer do mundo físico ou nem sequer pensaste nisso? Como é que este ponto é encarado?
Sim, passei. De vez em quando estou com pessoas e estou muito calado, tou na minha. E elas "tas bem, tás tão calado" E eu, "tou, tou, optimo". O que estou é na minha, desligo das conversas banais que estão a ter e viajo na mente. Fico Zen.
Se não tivesse uma mulher impecável a meu lado, neste momento não estaria aqui na net, mas estaria de mochila às costas a viajar pelo mundo. Mas tal como ela não me abandonou nos momentos difíceis, não a ia deixar agora a ela para trás.
Não digo que de vez em quando não caia em tentação e ligue a niquices, mas, eh pah, ele há prai coisas tão mais importantes com que me importar. Ou aliás, coisas com que não me importar.
Agora noto que dou atenção a pequenos prazeres da vida, coisas que temos como garantidas. O teres o teu espaço, o teu silêncio, o teu tempo são algumas uma delas, por exemplo.
Se pensei que ia morrer? Claro que sim. Pus todos os cenários em perspectiva.
Ainda pensei em fazer aquilo a que se chama "deixar a casa arrumada", ou seja, dar os meus códigos de cartões; mails, contas da net, e afins, para quem viesse a seguir, pudesse apagar tudo. Pensei em dizer quero ser cremado e as cinzas espalhadas em tal parte. Essas coisas
Mas pensei positivo e disse, "Dasse o fdp não me leva, e não lhe vou dar hipóteses" por isso não fiz nada disso.
Também pensei em suicídio. Sim, mas só se a coisa avançasse para um estado em que eu passasse a ser um fardo para quem me acompanhou.
Sejamos realistas, passa tudo pela cabeça, todos os cenários são ponderados.
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Originalmente Colocado por quimbeto Ver PostMas este é o meu ponto de vista, o ponto de vista da minha esposa será certamente diferente. Acredito bem que quando ela saia das visitas talvez se fosse abaixo, mas enquanto lá estava, nunca me fez de coitadinho, sempre com uma "boa disposição".
Abraço para ti
É importante não nos irmos abaixo à frente dos doentes, a última coisa de que precisam é de manifestações de tristeza ou "pena".
No caso do meu pai, chegou a ter cerca de 30 visitas, ao mesmo tempo (enchiamos a sala de espera do piso ), no hospital e nenhuma delas falava da doença, contava-se anedotas e falava-se sobre todo o tipo de assuntos. O meu pai deslocava-se até lá, estava lá o tempo que queria, a conviver, e depois recolhia ao quarto, com a familia mais chegada e as iguarias que a malta lhe levava. Não sei se já o referi, mas o meu pai sabia desde o primeiro dia que era um doente terminal, apesar de só o ter dado a transparecer a 2 pessoas.
Quimbeto se te sentires à vontade em continuar o teu testemunho, que será sem dúvida importante para todos nós, como lidaste com a quimio em termos psicológicos? A nível de alterações de humor...
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Originalmente Colocado por quimbeto Ver PostSim, passei. De vez em quando estou com pessoas e estou muito calado, tou na minha. E elas "tas bem, tás tão calado" E eu, "tou, tou, optimo". O que estou é na minha, desligo das conversas banais que estão a ter e viajo na mente. Fico Zen.
Se não tivesse uma mulher impecável a meu lado, neste momento não estaria aqui na net, mas estaria de mochila às costas a viajar pelo mundo. Mas tal como ela não me abandonou nos momentos difíceis, não a ia deixar agora a ela para trás.
Não digo que de vez em quando não caia em tentação e ligue a niquices, mas, eh pah, ele há prai coisas tão mais importantes com que me importar. Ou aliás, coisas com que não me importar.
Agora noto que dou atenção a pequenos prazeres da vida, coisas que temos como garantidas. O teres o teu espaço, o teu silêncio, o teu tempo são algumas uma delas, por exemplo.
Se pensei que ia morrer? Claro que sim. Pus todos os cenários em perspectiva.
Ainda pensei em fazer aquilo a que se chama "deixar a casa arrumada", ou seja, dar os meus códigos de cartões; mails, contas da net, e afins, para quem viesse a seguir, pudesse apagar tudo. Pensei em dizer quero ser cremado e as cinzas espalhadas em tal parte. Essas coisas
Mas pensei positivo e disse, "Dasse o fdp não me leva, e não lhe vou dar hipóteses" por isso não fiz nada disso.
Também pensei em suicídio. Sim, mas só se a coisa avançasse para um estado em que eu passasse a ser um fardo para quem me acompanhou.
Sejamos realistas, passa tudo pela cabeça, todos os cenários são ponderados.
A pessoa que eu acompanhei durante três meses com um cancro severessimo não teve, até à última noite, percepção que ia morrer brevemente. O que às vezes acho que é bom e outras acho que foi um erro tremendo não lhe terem dito com toda a clareza os factos.
Ou melhor, a pessoa pensou nesse cenário e tentou retroceder em decisões que tinha tomado mas nunca teve consciência efectiva desse facto.
Na última noite de vida, eu saí do hospital e quando nos despedimos ele derramou uma lágrima. Nesse momento, ele soube que lhe restariam poucas horas de vida. Eu não.
Ainda hoje penso o que lhe terá passado pela cabeça nas horas que se sucederam.
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Boa tarde a todos.
Infelizmente sou mais um que também acompanhou/está a acompanhar 3 casos de familiares com este flagelo.
Dois dos meus familiares já não se encontram connosco e um teve a benção de ainda estar entre nós a fazer a sua vida quase normal, depois de ter vencido 2 cancros e um problema na hipófise (o que para mim é algo perto de um milagre).
Sei bem a dor que isto causa e o quanto custa ver uma pessoa a definhar. Foi difícil para mim aceitar o que se passava, mas decidi que o melhor que tinha a fazer é reagir como a mulher do quimbeto. Nunca disse uma palavra negativa e sempre que começavam com isso mandava logo as pessoas a um sitio. Porque quando estamos vivos é que temos que aproveitar a vida, ao segundo. Depois da pessoa nos deixar temos tempo para chorar e chamá-lo de coitadinho. É na vida que as pessoas devem ser acarinhadas e devemos dar-lhes atenção, não é depois de mortos. Que me perdoem quem pensa de outra forma, mas é assim que sei reagir.
Sinto muito a falta de várias pessoas da minha vida que já me deixaram, mas enquanto permanecerem no meu coração e memória nunca deixarão de existir. Guardo com carinho os bons momentos que vivi com eles e tento afastar do pensamento os últimos tempos. Prefiro recordá-los com um sorriso que com uma lágrima.
Desculpem lá estas palavras, mas senti a necessidade de deixar aqui um pequeno testemunho e vir dar uma palavra de muita força a todos os que passaram por isto, quero como paciente, quer como acompanhantes.
É uma doença que me assusta muito, até porque nunca consegui encontrar uma justificação para tal ter acontecido aos meus familiares. E como ser humano é algo que me preocupa na tentativa de racionalizar as coisas.
Se me permitirem deixo só um conselho. Quando acharem que algo se passa de errado com a vossa saúde ou de alguém que vos é querido, procurem ajuda profissional. Não entrem em histerismo nem se tornem hipocondríacos, mas os casos bem sucedidos que conheço de um modo geral foram todos detectados precocemente e extremamente bem acompanhados.
Um grande bem-haja a todos vocês e muita coragem para quem passa/passou por situações destas.
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O maior problema de saúde de todos os tempos, o cancro. Conheço N de casos com cancro, desde familia amigos, conhecidos, etc... Uma verdadeira epidemia que mete muito medo pelo menos a mim.
Acontece a todas as faixas etárias, com saúde ou não, mulher ou homem... é extraordinário o número de casos que existem. Creio que se não morrermos de acidente ou coisa do genero acabamos todos por morrer de cancro, ele está cá dentro é só uma questão de lotaria...
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quimbeto
Originalmente Colocado por Ruie34 Ver PostEste ponto é fulcral.
Quimbeto se te sentires à vontade em continuar o teu testemunho, que será sem dúvida importante para todos nós, como lidaste com a quimio em termos psicológicos? A nível de alterações de humor...
Eu explico
Como deixei praticamente de comer, não tinha paladar nenhum e os cheiros me atrofiavam todinho, andava com fome e frustrado (pois sempre gostei de comer) e isso tornava-me rabugento e com variações de humor.
Fiquei fotosensível e audiosensível, ou seja luz e barulho incomodavam para caraças.
O facto de a minha vida passar a ser casa-IPO, IPO-casa, pois não podia andar na rua por causa da luz e da fraqueza, isso também deixava um gajo chateado e irritado.
Devo-me estar aqui a esquecer de muita coisa, que efeitos secundários da quimio são mais que as mães e como eu dizia, acho que os tive a quase todos e em doses fortes.
Comentário
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Originalmente Colocado por quimbeto Ver PostEm termos psicológicos não me afectou directamente. Afectou muito fisicamente e isso sim depois reflectiu-se em termos psicológicos.
Eu explico
Como deixei praticamente de comer, não tinha paladar nenhum e os cheiros me atrofiavam todinho, andava com fome e frustrado (pois sempre gostei de comer) e isso tornava-me rabugento e com variações de humor.
Fiquei fotosensível e audiosensível, ou seja luz e barulho incomodavam para caraças.
O facto de a minha vida passar a ser casa-IPO, IPO-casa, pois não podia andar na rua por causa da luz e da fraqueza, isso também deixava um gajo chateado e irritado.
Devo-me estar aqui a esquecer de muita coisa, que efeitos secundários da quimio são mais que as mães e como eu dizia, acho que os tive a quase todos e em doses fortes.
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quimbeto
Originalmente Colocado por Joana1984 Ver PostA minha mãe passou pelo mesmo, mas fez radioterpia. Chegaste a perder cabelo?
O cabelo, sim perdi. Passados 2 a 3 semanas do 1º ciclo de QT foi à vida. A mim não me incomodou, já usava cabelo curto. Adaptei-me rápido à nova imagem.
Mas sei que para as senhoras a queda de cabelo é muitíssimo complicado de digerir.
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Originalmente Colocado por MerryBerry Ver PostNa última noite de vida, eu saí do hospital e quando nos despedimos ele derramou uma lágrima. Nesse momento, ele soube que lhe restariam poucas horas de vida. Eu não.
Ainda hoje penso o que lhe terá passado pela cabeça nas horas que se sucederam.
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Originalmente Colocado por quimbeto Ver PostTomé, por agora já está tudo ok!
Claro que não existe solução perfeita. Cada caso é um caso, cada família reage de maneira diferente. Claro que eu também gostava de ter a minha visita diária. Uma vez que cheguei a ter lá 3 em simultâneo (e é porque é o nº máximo), cheguei a um ponto de ter de dizer "desculpem, estou muito cansado, vou-me deitar". Vieram de longe para me ver, compreendo, mas, deixem-me ser egoísta neste ponto: eu primeiro!
O doente tem de puder recusar certas visitas. Vi alguns casos de senhores acamados, que estavam nas mesmas enfermarias que eu, que se eu pudesse corria as visitas dali a pontapé. Iam pra la´com a história do "ai coitadinho, está tão mal"; todos chorosos. Em que é que isso ajuda? Em que é que ajuda os restantes que estão na enfermaria?
Felizmente que houve dias em que até os enfermeiros já não podiam com aquilo e lá os chamaram a atenção.
Resumindo: as visitas são óptimas, desde que vão para ajudar.
Mas este é o meu ponto de vista, o ponto de vista da minha esposa será certamente diferente. Acredito bem que quando ela saia das visitas talvez se fosse abaixo, mas enquanto lá estava, nunca me fez de coitadinho, sempre com uma "boa disposição".
Abraço para ti
Talvez o facto de não saber o que tinha o tenha ajudado a não se ir abaixo.
A família á beira dele estava sempre com boa disposição e com um sorriso para ele,o problema era quando saíamos (era impossível conter as lágrimas).
Só eu sei o quanto doía o coração ser o "palhaço" daquele quarto para o animar,dizer que em pouco tempo ele estaria de volta a casa e que tudo iria correr bem.
Não sei se fiz tudo o que estava certo,acima de tudo sei que fiz tudo aquilo que podia e considerava correcto,logo tenho a consciência tranquila.
Admito que já tinha ouvido falar de vários casos,mas nunca imaginei o que era o "mundo" de uma pessoa(e respectiva família) com a doença.
Abraço.
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Originalmente Colocado por MerryBerry Ver PostAcho que seria extremamente positivo falarem dos hospitais/IPO/equipa médica que com vocês lidaram. Só para quem ainda tem dúvida da competência e tudo o resto dos nossos médicos, enfermeiros, auxiliares e restante equipa e questiona a qualidade do nosso SNS.
Metástases osseas descobertas no Hospital de São José, no serviço de Neurocirurgia. Neste caso prefiro não mencionar o médico (porque é um amigo da casa), mas foi extremamente directo, conciso e profissional.
Transferência para o Hospital Distrial de Santarém onde se detectou o nódulo com 14mm num pulmão. Desde aí até ao momento do falecimento segudo pelo Dr. Roque (pneumologista), também o tenho como um excelente profissional, conciso e directo.
Na consulta da dor, não me lembro do nome, mas talvez Dra Cláudia (?), lembro-me que fazia VMER em Santarém porque a encontrei algumas vezes. Havia também uma enfermeira bastante novinha, da qual não me lembro o nome, etremamente competente.
O meu pai foi um dos primeiros doentes da dor em Santarém, pelo que se notavam ainda alguns "problemas" a nível de acerto de doses e de procedimentos. Mas eram rapidamente sanados, fosse presencialmente, ou por telefone.
A RT era realizada na Hospor em Setubal, com a supervisão da Drª Melissa.
Tive a sorte de ao longo desta batalha inglória me cruzar sempre com profissionais extremamente competentes e sensiveis aos problemas/duvidas do doente e familiares.
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Originalmente Colocado por MerryBerry Ver PostSeria (ou acho que seria) exactamente esta a minha prespectiva caso passasse pelo que passaste.
A pessoa que eu acompanhei durante três meses com um cancro severessimo não teve, até à última noite, percepção que ia morrer brevemente. O que às vezes acho que é bom e outras acho que foi um erro tremendo não lhe terem dito com toda a clareza os factos.
Ou melhor, a pessoa pensou nesse cenário e tentou retroceder em decisões que tinha tomado mas nunca teve consciência efectiva desse facto.
Na última noite de vida, eu saí do hospital e quando nos despedimos ele derramou uma lágrima. Nesse momento, ele soube que lhe restariam poucas horas de vida. Eu não.
Ainda hoje penso o que lhe terá passado pela cabeça nas horas que se sucederam.
Sabia que ele se soubesse o que tinha morreria em meia dúzia de dias.
Ele sempre pensou que não era nada de grave.
Até que no hospital um dos médicos lhe contou o que ele tinha(soube á posteriori).
E uma das coisas que mais marcou foi ele ter pedido ao médico para não contar nada á família porque a queria proteger.
Apartir do momento que soube o que tinha ele mudou o completamente o comportamento e só resistiu mais 3 dias.
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Originalmente Colocado por quimbeto Ver PostSim, passei. De vez em quando estou com pessoas e estou muito calado, tou na minha. E elas "tas bem, tás tão calado" E eu, "tou, tou, optimo". O que estou é na minha, desligo das conversas banais que estão a ter e viajo na mente. Fico Zen.
Se não tivesse uma mulher impecável a meu lado, neste momento não estaria aqui na net, mas estaria de mochila às costas a viajar pelo mundo. Mas tal como ela não me abandonou nos momentos difíceis, não a ia deixar agora a ela para trás.
Não digo que de vez em quando não caia em tentação e ligue a niquices, mas, eh pah, ele há prai coisas tão mais importantes com que me importar. Ou aliás, coisas com que não me importar.
Agora noto que dou atenção a pequenos prazeres da vida, coisas que temos como garantidas. O teres o teu espaço, o teu silêncio, o teu tempo são algumas uma delas, por exemplo.
Se pensei que ia morrer? Claro que sim. Pus todos os cenários em perspectiva.
Ainda pensei em fazer aquilo a que se chama "deixar a casa arrumada", ou seja, dar os meus códigos de cartões; mails, contas da net, e afins, para quem viesse a seguir, pudesse apagar tudo. Pensei em dizer quero ser cremado e as cinzas espalhadas em tal parte. Essas coisas
Mas pensei positivo e disse, "Dasse o fdp não me leva, e não lhe vou dar hipóteses" por isso não fiz nada disso.
Também pensei em suicídio. Sim, mas só se a coisa avançasse para um estado em que eu passasse a ser um fardo para quem me acompanhou.
Sejamos realistas, passa tudo pela cabeça, todos os cenários são ponderados.
Excelente post/testemunho....também porque é na «primeira pessoa» e sendo assim, em minha opinião,.....tem outro «peso».
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Originalmente Colocado por Joana1984 Ver PostA quimioterapia é de facto pesada, mas a radioterapia também pode ser pesada e uma pessoa pode chegar cansada ao fim dos tratamentos.
Tudo tem um preço e o da cura do cancro, em muitos casos, pode ser elevado....daí a importância da família/amigos em dizer Presente!
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Originalmente Colocado por Sansoni7 Ver PostConheço uma pessoa que no final da 3ª sessão já «sente um cansaço enooooooooooooooooorme»; ainda faltam mais de 20 sessões, mas estamos cá para ajudar.
Tudo tem um preço e o da cura do cancro, em muitos casos, pode ser elevado....daí a importância da família/amigos em dizer Presente!
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Originalmente Colocado por TomeSilva Ver PostEu tomei a decisão de não contar ao meu pai o a doença que ele tinha.
Sabia que ele se soubesse o que tinha morreria em meia dúzia de dias.
Ele sempre pensou que não era nada de grave.
Até que no hospital um dos médicos lhe contou o que ele tinha(soube á posteriori).
E uma das coisas que mais marcou foi ele ter pedido ao médico para não contar nada á família porque a queria proteger.
Apartir do momento que soube o que tinha ele mudou o completamente o comportamento e só resistiu mais 3 dias.
Cada caso é um caso, mas não creio que a mentira, mesmo «piedosa», possa ajudar a maioria dos doentes.
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Originalmente Colocado por Jbranco Ver PostA minha mãe chorou mas foi de revolta por não a deixarem morrer em paz, para o fim estava saturada do massacre dos tratamentos, a parte final foi desumana, os médicos parecem perder o juízo à medida que as complicações se multiplicam. O meu pai apesar de tudo sofreu um pouco menos, o momento de maior desnorte médico terá durado dias, no caso da minha mãe foram várias semanas.
Originalmente Colocado por Ruie34 Ver PostNa boa.
Metástases osseas descobertas no Hospital de São José, no serviço de Neurocirurgia. Neste caso prefiro não mencionar o médico (porque é um amigo da casa), mas foi extremamente directo, conciso e profissional.
Transferência para o Hospital Distrial de Santarém onde se detectou o nódulo com 14mm num pulmão. Desde aí até ao momento do falecimento segudo pelo Dr. Roque (pneumologista), também o tenho como um excelente profissional, conciso e directo.
Na consulta da dor, não me lembro do nome, mas talvez Dra Cláudia (?), lembro-me que fazia VMER em Santarém porque a encontrei algumas vezes. Havia também uma enfermeira bastante novinha, da qual não me lembro o nome, etremamente competente.
O meu pai foi um dos primeiros doentes da dor em Santarém, pelo que se notavam ainda alguns "problemas" a nível de acerto de doses e de procedimentos. Mas eram rapidamente sanados, fosse presencialmente, ou por telefone.
A RT era realizada na Hospor em Setubal, com a supervisão da Drª Melissa.
Tive a sorte de ao longo desta batalha inglória me cruzar sempre com profissionais extremamente competentes e sensiveis aos problemas/duvidas do doente e familiares.
Na minha experiência da equipa do Curry Cabral só tenho a dizer maravilhas.
Originalmente Colocado por TomeSilva Ver PostEu tomei a decisão de não contar ao meu pai o a doença que ele tinha.
Sabia que ele se soubesse o que tinha morreria em meia dúzia de dias.
Ele sempre pensou que não era nada de grave.
Até que no hospital um dos médicos lhe contou o que ele tinha(soube á posteriori).
E uma das coisas que mais marcou foi ele ter pedido ao médico para não contar nada á família porque a queria proteger.
Apartir do momento que soube o que tinha ele mudou o completamente o comportamento e só resistiu mais 3 dias.
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quimbeto
Originalmente Colocado por TomeSilva Ver PostEu tomei a decisão de não contar ao meu pai o a doença que ele tinha.
Sabia que ele se soubesse o que tinha morreria em meia dúzia de dias.
Ele sempre pensou que não era nada de grave.
Até que no hospital um dos médicos lhe contou o que ele tinha(soube á posteriori).
E uma das coisas que mais marcou foi ele ter pedido ao médico para não contar nada á família porque a queria proteger.
Apartir do momento que soube o que tinha ele mudou o completamente o comportamento e só resistiu mais 3 dias.
É um assunto que tem 2 perspectivas:
1 - Não informar o doente da sua situação, poderá eventualmente protegê-lo de pensar na morte, do sofrimento por antecipação, e como tal, talvez prolongar a vida uns tempos pois não anda a pensar nisso.
2 - Não informar o doente da sua situação, poderá eventualmente impedir este ultimo de fechar alguns assuntos pendentes, despedir-se de certas pessoas, fazer as pazes com a vida, não arrumar a casa antes de partir.
Eu sou apologista que o doente deve ser informado da sua condição e da previsão da evolução da sua doença.
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Originalmente Colocado por quimbeto Ver PostÉ um direito do doente saber o que tem, e com o que pode contar.
É um assunto que tem 2 perspectivas:
2 - Não informar o doente da sua situação, poderá eventualmente impedir este ultimo de fechar alguns assuntos pendentes, despedir-se de certas pessoas, fazer as pazes com a vida, não arrumar a casa antes de partir.
Na altura, há quase 10 anos, pareceu-me uma decisão acertada por parte da minha familia.
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Originalmente Colocado por quimbeto Ver PostÉ um direito do doente saber o que tem, e com o que pode contar.
É um assunto que tem 2 perspectivas:
1 - Não informar o doente da sua situação, poderá eventualmente protegê-lo de pensar na morte, do sofrimento por antecipação, e como tal, talvez prolongar a vida uns tempos pois não anda a pensar nisso.
2 - Não informar o doente da sua situação, poderá eventualmente impedir este ultimo de fechar alguns assuntos pendentes, despedir-se de certas pessoas, fazer as pazes com a vida, não arrumar a casa antes de partir.
Eu sou apologista que o doente deve ser informado da sua condição e da previsão da evolução da sua doença.
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Originalmente Colocado por MerryBerry Ver PostMas acho que a vontade da tua mãe devia prevalecer. Não pode impôr a sua vontade em querer parar?
Em relação ao ocultar sou contra. Se bem que no caso dos meus pais não estou bem a ver como conseguiria ocultar fosse o que fosse, portanto nunca fui posto perante esse dilema.
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