Gasolina 98 a acabar em Portugal!

[SRLA]

Vamos esclarecer uma coisa.

Gasolina de 98 octanas apenas é precisa em duas condições:

1ª - O motor é antigo, leia-se carburador e tem uma taxa de compressão >=9:1

Em motores antigos, em que não existe forma de retardar a ignição (enquanto o motor está a trabalhar de forma automática) os requisitos de octanas seguem esta equação:

y=39.725ln(x)+ 9.0311

Em que x é a taxa de compressão e y o numero de octanas necessário.

A tabela é aproximadamente esta

5:1	72
6:1	81
7:1	87
8:1	92
9:1	96
10:1	100
11:1	104
12:1	108

Ou seja, motores antigo com uma taxa de compressão até 8.5:1 podem usar gasolina 95, sem perda de potência e ou outros efeitos nefastos, como detonação. Motores acima deste valor precisam da gasolina 98, não só para atingir toda a potência, mas mais importante, para não haver detonação.

Isso é tudo altamente teórico e baseado em motores de ensaio padronizados que têm muito pouco em comum com os motores que circulam nas nossas estradas (motores monocilindros, originalmente carburados, de muito baixa rotação, relação de compressão variável e sem sobreposição de válvulas).

Não faltam motores com relações de compressão de 10:1 e até mais que funcionam perfeitamente (e produzem a sua potência máxima) com SC95.

E isto sem falar em motores de injecção directa que aí não há comparação possível.

[Illusion]

Mas eu escrevi chinês?

A relação taxa de compressão - octanas apenas se aplica a motores carburados e sem gestão electrónica da ignição.

Separei claramente dois tipos de tecnologias, aliás a parte que omitiste do quote.

[SRLA]

Escreveste que nos motores com gestão electrónica é feito o ajuste automático do timing de ignição, o que é verdade e não disse o contrário.

O que eu disse é que num motor moderno consegues ter relação de compressão de 10:1 ou 11:1, sem ter que retardar a ignição, sem perda de potência, com gasolina de 95 octanas, e não ganhas potência ao utilizar gasolina de 98 porque o motor já está a funcionar em pleno.

Há outros factores que afectam a detonação para além da relação de compressão, e os motores de laboratório onde a equação e tabela que indicaste são obtidos não têm nenhum desses outros parâmetros optimizados, daí que os valores resultantes sejam demasiado pessimistas face aos motores actuais.

[NothingFace]

O 1.5 Skyactive da Mazda tem 14:1 com 95

[Illusion]

Escreveste que nos motores com gestão electrónica é feito o ajuste automático do timing de ignição, o que é verdade e não disse o contrário.

O que eu disse é que num motor moderno consegues ter relação de compressão de 10:1 ou 11:1, sem ter que retardar a ignição, sem perda de potência, com gasolina de 95 octanas, e não ganhas potência ao utilizar gasolina de 98 porque o motor já está a funcionar em pleno.

Há outros factores que afectam a detonação para além da relação de compressão, e os motores de laboratório onde a equação e tabela que indicaste são obtidos não têm nenhum desses outros parâmetros optimizados, daí que os valores resultantes sejam demasiado pessimistas face aos motores actuais.

Eu nunca disse que a equação se aplicava aos motores actuais, apenas aos antigos e especifiquei, nao são motores de laboratório, são motores que circulam nas nossas estradas.

Sim claro que consegues, modificando temperaturas de gases de escape, timing das valvulas, usando injecçao directa, (como a Mazda faz) no entanto não deixa de ser verdade a segunda parte, existem motores que para a potência máxima precisam de 98 octanas, logo só para estes é que a gasolina 98 é necessária.

O que vai de encontro à minha premissa inicial, a gasolina 95 chega para qualquer carro actual ou antigo, mesmo que o requesito seja 98. Em caso de motores antigos é necessário manualmente fazer ajustes no timming da ignição, nos actuais nada é preciso fazer pois o sistema ajusta-se.

Perde-se apenas em eficiencia do ciclo, o que leva por inerencia a uma perda de potencia.

Resumindo, não há razões para alarme, e por expericência propria falo, visto que tenho um clássico que tem uma taxa de compressão de 9:1.