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Originalmente Colocado por MPFer Ver PostTa bem..entretanto vou dizer ao meu patrão se não se importa que comece a trabalhar umas horitas a menos. So não fazem se não quiserem?? enfim..isso é um autentico disparate.
Um sistema igual ao da ADSE que sustente toda a família fica por milhares de euros anuais meu amigo. È abslolutamente insultuoso sequer referir isto.
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Ah... para os mais incautos" em 24 anos trabalhei sempre em prol de melhorar vidas de pessoas (deficientes com paralisia cerebral) fazer com que se sentissem bem com eles proprios, percorri alguns países na defesa da nossa bandeira - sempre com optimos resultados - contribui de facto para a melhoria/qualidade de vida desses atletas, foi sempre o que me motivou, trabalhava e estava ao dispor 24h por dia... eh... nunca recebi horas extras e pior que tudo... fui sempre o "parente" pobre no meio disto tudo, pois eu treinava-os e tratava de todos os seus AVDs mas os subsidios vinham para os outros...
Tive desgaste sim, à conta disso - estive à pouco tempo internado por doença grave - tenho a minha cervical envelhecida e outros problemas, estou farto/cansado de tantas chefias e organizações que não nos agradecem coisa nenhuma (por nos dedicar-mos com a força de todo o nosso ser) e chego a esta altura da vida e aquilo que ganhei é a desconfiança e pressões constantes dos nossos proprios colegas, pois todos temos que nos desenrascar para cumprir objetivos que ainda por cima não sabemos muito bem quais são... nunca em 24 anos meti uma baixa médica - inclusivé cheguei a meter dias das minhas férias para ser operado e ficar em recuperação durante uma semana - até hoje que fui "apanhado" por uma neoplasia!
E agora não sei qual vai ser o meu futuro e o de todos os fp, pois é nisto que vivemos todos os dias... na incerteza, ao contrario da certeza que eu tinha daquilo que fiz durante quase toda a minha vida...
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tonyV
Originalmente Colocado por Aenf2 Ver PostJa questiamos varias vezes isso mesmo, porque nao podem trabalhar por turnos como nós? Mas todos sabemos que nao existem tantos médicos como a outras classes. Nao são suficientes para poderem formar equipas rotativas por turnos. Eu penso, e pelo que a administração já começa a verificar que o lobbie medico ja nao é o que era. Saem cada vez mais médicos por ano e até ja começam a ter alguma dificuldade em encontrar campos de estagio (para especialidade) adequados. Dou-te um exemplo: a 3/4 anos so via 2 a 3 internos numa UCI e agora andam aos 7e8 pois nao os conseguem distribuir.
Agora surge outra questão com isto.. Que raio de formação vão eles ter nestes internatos em que andam lá aos montes e ninguém lhes liga? Chego ao cumulo de muitas vezes ser eu... A ensinar-lhes técnicas medicas
Outra coisa.. Fui a um seminário com o Ministro da Saúde, e pasmem-se.. Alguns Médicos chegam a receber 300% por hora. Palavras dele e não minhas.
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Originalmente Colocado por tonyV Ver PostEntão mas....não era Portugal que tinha mais capacidade para formar médicos e só não o fazia/faz por causa do lobo, perdão lobby?
Ja agora, tens alguma duvida que se nao existem mais médicos e estes nao estão ao nível das outras classes profissionais, conseguindo até a bem pouco tempo "travar" o excesso de formação de médicos foi graças a uma OM e sindicato excepcional? O problema é que agora além dos contigentes gerais, as faculdades foram obrigadas a abrir vagas para concurso especial, universidades só ara licenciados (uma luta da qual eles nao conseguiram travar).Editado pela última vez por Aenf2; 26 April 2013, 17:28.
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Originalmente Colocado por xiko Ver PostAcrescentando à história e em jeito de confirmação, parece de propósito mas a noticia saiu mesmo hoje no Jornal de Negocios...
É deliberado pelo governo que algumas empresas públicas não tenham lucro... Aliás esta medida vai só afectar as que têm lucro mas mais ainda as que já têm prejuízo, como é o caso do porto de Lisboa....
Tal como é noticiado, TALVEZ fosse boa ideia perceber como é que tendo as taxas portuárias descido 20% apenas se reflectiu 3 a 4% na factura portuária!! A incidência principal continua a ser em baixar as mesmas taxas, quando na realidade quem efectivamente podia baixar significativamente as tarifas o que faz é aproveitar para as subir, aproveita a descida das taxas das AP's para aumentar as suas e/ou não descer de forma a que no cliente final quase não se faz sentir...
Depois as empresas publicas têm prejuízo? Claro, é obrigatório !
Isto muda tudo, desde a qualidade das empresas, a qualidade dos ministros, dos secretários de estados e dos secretários de estados adjuntos (ufa), mas também a mentalidade da sociedade civil e conduz a resultados obviamente diferentes. E é incrível, a mediocridade generalizada neste campo, dentro de um país onde cada vez mais, a função perde credibilidade (já vi um anuncio de emprego onde se chamava gestor, a fiel de armazém). É urgente mudar isto, porque é uma função demasiado importante para ser "comprada" ou "oferecida" assim. Não é gestor quem quer, mas quem sabe e estes ficam sempre prejudicados pela turba mal criada e mal educada (e mal formada), que pode comprar formação, como quem compra um saco de cebolas.
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Originalmente Colocado por ka97 Ver PostAh... para os mais incautos" em 24 anos trabalhei sempre em prol de melhorar vidas de pessoas (deficientes com paralisia cerebral) fazer com que se sentissem bem com eles proprios, percorri alguns países na defesa da nossa bandeira - sempre com optimos resultados - contribui de facto para a melhoria/qualidade de vida desses atletas, foi sempre o que me motivou, trabalhava e estava ao dispor 24h por dia... eh... nunca recebi horas extras e pior que tudo... fui sempre o "parente" pobre no meio disto tudo, pois eu treinava-os e tratava de todos os seus AVDs mas os subsidios vinham para os outros...
Tive desgaste sim, à conta disso - estive à pouco tempo internado por doença grave - tenho a minha cervical envelhecida e outros problemas, estou farto/cansado de tantas chefias e organizações que não nos agradecem coisa nenhuma (por nos dedicar-mos com a força de todo o nosso ser) e chego a esta altura da vida e aquilo que ganhei é a desconfiança e pressões constantes dos nossos proprios colegas, pois todos temos que nos desenrascar para cumprir objetivos que ainda por cima não sabemos muito bem quais são... nunca em 24 anos meti uma baixa médica - inclusivé cheguei a meter dias das minhas férias para ser operado e ficar em recuperação durante uma semana - até hoje que fui "apanhado" por uma neoplasia!
E agora não sei qual vai ser o meu futuro e o de todos os fp, pois é nisto que vivemos todos os dias... na incerteza, ao contrario da certeza que eu tinha daquilo que fiz durante quase toda a minha vida...
Desejo lhes as mais sinceras melhoras.
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tonyV
Originalmente Colocado por Aenf2 Ver PostE tem sim capacidade, o grande problema é o facto de nao quererem sair do centro e deste modo a periferia fica em desvantagem no que se refere a internatos. Ja agora e foi algo muito bem questionado ao senhor ministro da saúde.. Porque nao os privados começarem a pagar os internatos dos médicos? E assim eles também fariam internato no privado? Eles enquanto fazem a especialidade ja são médicos correcto... Mas nao são independentes e ganham tanto ou mais que muitos de nos. Somos todos nós que pagamos a formação deles após o ano comum. E muito bem paga
Ja agora, tens alguma duvida que se nao existem mais médicos e estes nao estão ao nível das outras classes profissionais, conseguindo até a bem pouco tempo "travar" o excesso de formação de médicos foi graças a uma OM e sindicato excepcional? O problema é que agora além dos contigentes gerais, as faculdades foram obrigadas a abrir vagas para concurso especial, universidades só ara licenciados (uma luta da qual eles nao conseguiram travar).
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Originalmente Colocado por crosswind Ver PostParabéns por desempenhar tal função, se é que se pode chamar assim, será sim mais um gesto tão nobre que é dar um pouco de nós para que os que mais precisam possam esboçar um sorriso.
Desejo lhes as mais sinceras melhoras.
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Originalmente Colocado por tonyV Ver PostJá dei para esse peditório nos numerosos tópicos acerca do assunto. Pelos vistos serve os desígnios da maioria, por mim tudo bem...agora sempre que apanho uma queixa do género, vou ter de brincar um bocado
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Não sei se sabem, mas além da saúde onde se labora por 24 horas ou mais, existem outros serviços de laboração contínua, pois não podem falhar. Desde o trabalho das forças de segurança, ao manter funcionais das infraestruturas criticas. E sem todos estes serviços a funcionar não haveria energia, policia ou cuidados médicos.
Se deixarmos de pagar o esforço e dedicação de quem trabalha até 48h ininterruptamente, com base no argumento de que "eles dormem", deixaremos de ter agua, luz, segurança, cuidados médicos, estradas e um sem numero de outros serviços. A vida não é uma festa constante de directas e bebedeiras numa discoteca ou pub e talvez seja boa ideia saírem do mundo de fadas onde vivem e ter algum contacto com a realidade.
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Originalmente Colocado por Peste Ver PostNão sei se sabem, mas além da saúde onde se labora por 24 horas ou mais, existem outros serviços de laboração contínua, pois não podem falhar. Desde o trabalho das forças de segurança, ao manter funcionais das infraestruturas criticas. E sem todos estes serviços a funcionar não haveria energia, policia ou cuidados médicos.
Se deixarmos de pagar o esforço e dedicação de quem trabalha até 48h ininterruptamente, com base no argumento de que "eles dormem", deixaremos de ter agua, luz, segurança, cuidados médicos, estradas e um sem numero de outros serviços. A vida não é uma festa constante de directas e bebedeiras numa discoteca ou pub e talvez seja boa ideia saírem do mundo de fadas onde vivem e ter algum contacto com a realidade.
Eu até acho muito bem que descansem. Prefiro isso e que depois estejam capazes de efectuar o seu trabalho sem colocar o paciente em risco. E isto serve para todas as outras áreas profissionais
Concordo inteiramente com o seu comentário
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Originalmente Colocado por Peste Ver PostNão sei se sabem, mas além da saúde onde se labora por 24 horas ou mais, existem outros serviços de laboração contínua, pois não podem falhar. Desde o trabalho das forças de segurança, ao manter funcionais das infraestruturas criticas. E sem todos estes serviços a funcionar não haveria energia, policia ou cuidados médicos.
Se deixarmos de pagar o esforço e dedicação de quem trabalha até 48h ininterruptamente, com base no argumento de que "eles dormem", deixaremos de ter agua, luz, segurança, cuidados médicos, estradas e um sem numero de outros serviços. A vida não é uma festa constante de directas e bebedeiras numa discoteca ou pub e talvez seja boa ideia saírem do mundo de fadas onde vivem e ter algum contacto com a realidade.
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tonyV
Originalmente Colocado por air Ver PostGanha juízo.... Quem é que labora 24h ou 48h seguidas, em regime contínuo?! Já ouviste falar de turnos rotativos, ou não te ensinaram isso na escola de gestão?!
Deixo dois links interessantes:
Why Do Doctors Work Such Long Hour Shifts?
Why are some Hamilton resident doctors working 24 hour hospital shifts? - Health - CBC News
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Originalmente Colocado por tonyV Ver PostA classe médica a nível mundial. Só recentemente houve alterações nalguns países em relação à carga horária.
Deixo dois links interessantes:
Why Do Doctors Work Such Long Hour Shifts?
Why are some Hamilton resident doctors working 24 hour hospital shifts? - Health - CBC News
Robyn Bresnahan: I understand you're actually about to start a 24 hour shift. How do you feel about that?
JD: We do know from the medical literature that the 24 hour shift is a challenge for residents and can risk patient safety in some ways. Certainly, I’m in pediatrics and my eight-year-old patients can tell you that a 24-hour shift defies common sense and that a performance towards the end of a 24-hour shift probably isn’t optimal. We know that diagnostic errors, medication errors, needle stick injuries and car accidents on the way home are all more common with 24-hour shifts.
RB: When you work a 24-hour shift, you go into it…you’ve had how much sleep?
JD: We try to be as well rested as we can before the start of a 24-hour shift.Editado pela última vez por air; 26 April 2013, 20:35.
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Originalmente Colocado por air Ver PostOlhando muito rapidamente aos teus links, para não referir isto:
Basta olhar como fugiu à questão do dormir:
Continuo à espera de quem trabalhe 24h ou 48h seguidas, continuamente.
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tonyV
Originalmente Colocado por air Ver PostOlhando muito rapidamente aos teus links, já para não referir isto:
Basta olhar como fugiu à questão do dormir:
Continuo à espera de quem trabalhe 24h ou 48h seguidas, continuamente.
We try to be as well rested as we can before the start of a 24-hour shift
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Originalmente Colocado por tonyV Ver PostNão percebi a dúvida. A pergunta foi: Quanto tempo descança antes de começar o turno?
Mas se há dúvidas que se fazem 24h sem fechar os olhos podes ler o resto, se mesmo assim não acreditas nos estranjeiros, também não vai ser o tuga a evangelizar
We know that diagnostic errors, medication errors, needle stick injuries and car accidents on the way home are all more common with 24-hour shifts.
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tonyV
Originalmente Colocado por air Ver PostEu devo ser mesmo fraco, porque pelos vistos sou pouco resistente... Não disse que é impossível trabalhar 24h seguidas, mas o próprio médico diz:
É lógico que uma operação longa exige muitas horas seguidas de trabalho, mas isso deveria ser uma excepção e não a regra. A razão dos turnos de 24h não é técnica, mas sim económica (para os médicos)!
Em relação ao porquê dos turnos de 24h. Tens várias razões: lobby mundial dos médicos, trabalhar até morrer ou matar é o seu lema; tradição, formação, a apregoada economia (parece que há quem poupe dinheiro com turnos tão longos) e outros haverão.
A verdade é que mundialmente se fazem turnos de 24h (apesar de errado, como demonstram os estudos) com ou sem uma passagem pelas "brasas".
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Originalmente Colocado por tonyV Ver PostNão me viste dizer que qualidade vai ser a mesma depois das 16h, porque não é.
Em relação ao porquê dos turnos de 24h. Tens várias razões: lobby mundial dos médicos, trabalhar até morrer ou matar é o seu lema; tradição, formação, a apregoada economia (parece que há quem poupe dinheiro com turnos tão longos) e outros haverão.
A verdade é que mundialmente se fazem turnos de 24h (apesar de errado, como demonstram os estudos) com ou sem uma passagem pelas "brasas".
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Originalmente Colocado por air Ver PostContinuo à espera de quem trabalhe 24h ou 48h seguidas, continuamente.
Entrada: 7h58.
Fiquei a atender em balcão, urgência cheia, tinha sempre 5 ou 6 em espera, até às cerca das 13h. Pausa para almoço e retornei ao SU às 13h40 (dei graças a Deus pela fila na cantina me ter mantido afastado mais tempo).
Pelas 15h20 apareceu-me um velhote que acabou por ter que ser levado de emergência para o bloco.
A cirurgia começou algum tempo depois e estendeu-se até às 20h40, com alguns momentos roller coster pelo meio. Não era um velhote fácil e estavam a chamar por ele do outro lado. E 4 gajos deste lado a puxá-lo para cá.
Fui jantar (infelizmente já não restava muita escolha na cantina àquela hora). Às 22h fui ao recobro dar um check no meu velhote, discussão do caso pela equipa, ajustei a terapêutica, actualizei os registos. Regressei ao balcão de atendimento pelas 23h10, onde estive até à meia-noite.
Fui rendido e até podia descansar até às 3h (a loucura!) porque só estava de "vela" (que é ficar a receber/atender na madrugada mais profunda, enquanto a outra parte da equipa fica de prevenção/on call) a partir dessa hora (e até ao final do banco às 8h).
Mas o meu velho não me deixou dormir no confortável sofá da sala dos médicos...estavam a telefonar-me às 1h15...estava em paragem (cardíaca).
Lá fui a correr, lá se conseguiu estabilizar o homem. Pelas 2h30 pude regressar ao meu sofá, ainda tinha aquela adrenalina a correr em mim.
Voltei para o atendimento pelas 3h e felizmente só apareceram 4 novos doentes até ao final do banco e nenhum para internar (até pude voltar pelas 5h para ver o meu velho, felizmente na altura a descansar com um ECG lindo e (já) não isoeléctrico).
Saída de mim e no meu dedo: 8h26 (passar o banco à equipa seguinte demora mais do que queremos).
Se calhar, não sei mas diz-me tu, não trabalhei continuamente durante 24h pois não?
Trabalhei por turnos rotativos
Acresce que, por azar do alinhamento alastral, às 9h estava no serviço (que fica noutro local/unidade) a apresentar um trabalho na sessão clínica semanal.
9h45, depois de alguns elogios e críticas na discussão, pude ir para casa porque o meu chefe até é um tipo porreiro.
10h15 estava a estacionar o carro. Entrei em casa, dei uma festa no meu cão e ele olhou para mim a pedir passeio. E eu olhei para ele a pedir cama. E ele virou-me o pêlo e foi-se enroscar a apanhar o sol da manhã junto à varanda. Felizmente pude comer o pequeno-almoço que a minha namorada tinha deixado preparado antes de ir trabalhar. Já não a via há 26h e só a veria por dali a mais 8 ou mais horas.
10h30 um torpedo (eu) caía na cama.
Só me lembro de acordar já eram quase 19h e o dia estava a terminar.Editado pela última vez por Andre; 26 April 2013, 22:06.
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Originalmente Colocado por tonyV Ver PostA classe médica a nível mundial. Só recentemente houve alterações nalguns países em relação à carga horária.
Deixo dois links interessantes:
Why Do Doctors Work Such Long Hour Shifts?
Why are some Hamilton resident doctors working 24 hour hospital shifts? - Health - CBC News
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E continuam com o choradinho...
Há profissões dificeis no sector público, não digo que não. Mas é no sector privado que estão a maior parte das profissões mais desgastantes. Pescadores, agricultores, trabalhadores da construção civil, operários fabris. Mesmo trabalhadores por conta própria, aqueles que têm pequenos negócios como cafés, muitas vezes têm que trabalhar muitas horas diárias para poder manter o negócio.
E continuo a dizer, com menos salário em média, e com menos regalias e direitos. No sector privado, o trabalhador tem que aceitar muita coisa, senão corre o risco de ir para o olho da rua. Por mais que vocês queiram comparar, não é a mesma coisa.
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Originalmente Colocado por Andre Ver PostVou-te contar o meu último banco de urgência.
Entrada: 7h58.
Fiquei a atender em balcão, urgência cheia, tinha sempre 5 ou 6 em espera, até às cerca das 13h. Pausa para almoço e retornei ao SU às 13h40 (dei graças a Deus pela fila na cantina me ter mantido afastado mais tempo).
Pelas 15h20 apareceu-me um velhote que acabou por ter que ser levado de emergência para o bloco.
A cirurgia começou algum tempo depois e estendeu-se até às 20h40, com alguns momentos roller coster pelo meio. Não era um velhote fácil e estavam a chamar por ele do outro lado. E 4 gajos deste lado a puxá-lo para cá.
Fui jantar (infelizmente já não restava muita escolha na cantina àquela hora). Às 22h fui ao recobro dar um check no meu velhote, discussão do caso pela equipa, ajustei a terapêutica, actualizei os registos. Regressei ao balcão de atendimento pelas 23h10, onde estive até à meia-noite.
Fui rendido e até podia descansar até às 3h (a loucura!) porque só estava de "vela" (que é ficar a receber/atender na madrugada mais profunda, enquanto a outra parte da equipa fica de prevenção/on call) a partir dessa hora (e até ao final do banco às 8h).
Mas o meu velho não me deixou dormir no confortável sofá da sala dos médicos...estavam a telefonar-me às 1h15...estava em paragem (cardíaca).
Lá fui a correr, lá se conseguiu estabilizar o homem. Pelas 2h30 pude regressar ao meu sofá, ainda tinha aquela adrenalina a correr em mim.
Voltei para o atendimento pelas 3h e felizmente só apareceram 4 novos doentes até ao final do banco e nenhum para internar (até pude voltar pelas 5h para ver o meu velho, felizmente na altura a descansar com um ECG lindo e (já) não isoeléctrico).
Saída de mim e no meu dedo: 8h26 (passar o banco à equipa seguinte demora mais do que queremos).
Se calhar, não sei mas diz-me tu, não trabalhei continuamente durante 24h pois não?
Trabalhei por turnos rotativos
Acresce que, por azar do alinhamento alastral, às 9h estava no serviço (que fica noutro local/unidade) a apresentar um trabalho na sessão clínica semanal.
9h45, depois de alguns elogios e críticas na discussão, pude ir para casa porque o meu chefe até é um tipo porreiro.
10h15 estava a estacionar o carro. Entrei em casa, dei uma festa no meu cão e ele olhou para mim a pedir passeio. E eu olhei para ele a pedir cama. E ele virou-me o pêlo e foi-se enroscar a apanhar o sol da manhã junto à varanda. Felizmente pude comer o pequeno-almoço que a minha namorada tinha deixado preparado antes de ir trabalhar. Já não a via há 26h e só a veria por dali a mais 8h.
10h30 um torpedo (eu) caía na cama.
Só me lembro de acordar já eram quase 19h e o dia estava a terminar.
E agora diz-me tu, que és da área, porque não fazer turnos? Vais-me dizer que alguém ao fim de 24h de trabalho está com a mesma capacidade de alguém que está ao fim de 8h?
É que uma coisa é ser segurança, que o difícil é não adormecer nas 12h de turno. Outra é ter a vida de pessoas nas suas mãos ao fim de 24h sem pregar olho. E como disse, se fazem isso um dia, longe de serem todos assim.
Mas eu queria apenas dar um pequeno exemplo de algo que não tem a mínima lógica técnica, não queria ferir susceptibilidades.
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Originalmente Colocado por Andre Ver PostVou-te contar o meu último banco de urgência.
Entrada: 7h58.
Fiquei a atender em balcão, urgência cheia, tinha sempre 5 ou 6 em espera, até às cerca das 13h. Pausa para almoço e retornei ao SU às 13h40 (dei graças a Deus pela fila na cantina me ter mantido afastado mais tempo).
Pelas 15h20 apareceu-me um velhote que acabou por ter que ser levado de emergência para o bloco.
A cirurgia começou algum tempo depois e estendeu-se até às 20h40, com alguns momentos roller coster pelo meio. Não era um velhote fácil e estavam a chamar por ele do outro lado. E 4 gajos deste lado a puxá-lo para cá.
Fui jantar (infelizmente já não restava muita escolha na cantina àquela hora). Às 22h fui ao recobro dar um check no meu velhote, discussão do caso pela equipa, ajustei a terapêutica, actualizei os registos. Regressei ao balcão de atendimento pelas 23h10, onde estive até à meia-noite.
Fui rendido e até podia descansar até às 3h (a loucura!) porque só estava de "vela" (que é ficar a receber/atender na madrugada mais profunda, enquanto a outra parte da equipa fica de prevenção/on call) a partir dessa hora (e até ao final do banco às 8h).
Mas o meu velho não me deixou dormir no confortável sofá da sala dos médicos...estavam a telefonar-me às 1h15...estava em paragem (cardíaca).
Lá fui a correr, lá se conseguiu estabilizar o homem. Pelas 2h30 pude regressar ao meu sofá, ainda tinha aquela adrenalina a correr em mim.
Voltei para o atendimento pelas 3h e felizmente só apareceram 4 novos doentes até ao final do banco e nenhum para internar (até pude voltar pelas 5h para ver o meu velho, felizmente na altura a descansar com um ECG lindo e (já) não isoeléctrico).
Saída de mim e no meu dedo: 8h26 (passar o banco à equipa seguinte demora mais do que queremos).
Se calhar, não sei mas diz-me tu, não trabalhei continuamente durante 24h pois não?
Trabalhei por turnos rotativos
Acresce que, por azar do alinhamento alastral, às 9h estava no serviço (que fica noutro local/unidade) a apresentar um trabalho na sessão clínica semanal.
9h45, depois de alguns elogios e críticas na discussão, pude ir para casa porque o meu chefe até é um tipo porreiro.
10h15 estava a estacionar o carro. Entrei em casa, dei uma festa no meu cão e ele olhou para mim a pedir passeio. E eu olhei para ele a pedir cama. E ele virou-me o pêlo e foi-se enroscar a apanhar o sol da manhã junto à varanda. Felizmente pude comer o pequeno-almoço que a minha namorada tinha deixado preparado antes de ir trabalhar. Já não a via há 26h e só a veria por dali a mais 8 ou mais horas.
10h30 um torpedo (eu) caía na cama.
Só me lembro de acordar já eram quase 19h e o dia estava a terminar.
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Originalmente Colocado por ebay Ver PostNão obstante o que descreveste, ainda assim és, para alguns que aqui escrevem, um calaceiro chupista que só sabes é mamar os "nossos" impostos e, nas palavras célebres de um outro, só devias receber de vencimento aquilo que o Estado te pudesse pagar, ou seja, nos tempos que correm já deverias ter sofrido ainda mais cortes salariais...
E eu também posso contar montes de histórias cheias de "heroismo" da função privada (até porque estes mesmos médicos também praticam no sector privado), como posso contar histórias degradantes, algumas relativas também a médicos, juizes, etc, tudo profissões bem pagas do sector público. E vou contar uma que me foi contada pela minha dentista. Pois ela contou-me que há médicos nos hospitais a arranjar as mais variadas desculpas para adiar cirurgias, inclusive com os doentes já preparados para as operações, que é para depois poderem fazer horas extraordinárias e serem principescamente pagos por cada cirurgia. E nesses dias em que fazem horas extraordinárias, como são pagos por cirurgia, fazem muito mais cirurgias nesses dias que nos dias em que já são pagos para o que deveriam fazer e não fazem. E digam-me uma coisa, isto era possível num hospital privado? Até poderia acontecer, mas seria mil vezes mais dificil de acontecer.
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Originalmente Colocado por XlPower Ver PostE tens dúvidas que há médicos calaceiros chupistas? Pode até este user ser um excelente profissional, mas há-os de todo o tipo. E sim, já devia ter sofrido mais cortes para bem das finanças públicas. Só não sofreu mais cortes porque o TC não deixou.
E eu também posso contar montes de histórias cheias de "heroismo" da função privada (até porque estes mesmos médicos também praticam no sector privado), como posso contar histórias degradantes, algumas relativas também a médicos, juizes, etc, tudo profissões bem pagas do sector público. E vou contar uma que me foi contada pela minha dentista. Pois ela contou-me que há médicos nos hospitais a arranjar as mais variadas desculpas para adiar cirurgias, inclusive com os doentes já preparados para as operações, que é para depois poderem fazer horas extraordinárias e serem principescamente pagos por cada cirurgia. E nesses dias em que fazem horas extraordinárias, como são pagos por cirurgia, fazem muito mais cirurgias nesses dias que nos dias em que já são pagos para o que deveriam fazer e não fazem. E digam-me uma coisa, isto era possível num hospital privado? Até poderia acontecer, mas seria mil vezes mais dificil de acontecer.
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