Por que sobe o gasóleo mais do que a gasolina
Durante o último ano, o preço do gasóleo subiu mais do que a gasolina. De acordo com os dados da Direcção Geral de Energia e Geologia, o custo médio do gasóleo nos postos de venda aumentou 17,17% em 2007, de 1,006 para 1,179 euros por litro, enquanto a gasolina sem chumbo 95 ficou 10,96% mais cara, passando de 1,224 para 1,358 euros por litro. Tudo porque a procura de gasóleo na Europa tem crescido mais do que a de gasolina.
O preço do gasóleo superou o da gasolina no mercado internacionalPreço de referência em 2007 para o mercado português, em euros por tonelada
Fonte: APETRO“
A primeira razão porque o gasóleo tem subido mais do que a gasolina é a ‘dieselização’ do mercado automóvel europeu”, explica José Horta, secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro). Isto é, tem havido uma progressiva mudança do parque automóvel de gasolina para gasóleo. Em Portugal, nos últimos dois anos a venda de carros Diesel superou os de gasolina.
Esta mudança no parque automóvel teve como consequência um aumento nas vendas de gasóleo, que em 2007 representou dois terços do combustível comercializado no País.
“Este aumento no consumo colocou maior pressão na procura”, explica José Horta, levando a uma subida mais pronunciada nos mercados internacionais. A cotação de referência do gasóleo em euros, para o mercado português, subiu 49% em 2007, contra 45% na gasolina. O preço do gasóleo superou, mesmo, o da gasolina, a partir de Setembro. Um comportamento que acontece antes do Inverno, devido à maior procura de gasóleo para aquecimento na Europa.
Mas a alta do gasóleo face à gasolina está longe de ser um fenómeno sazonal. Para José Horta, a tendência de um aumento mais expressivo do gasóleo deverá manter-se. “Este é um problema que veio para ficar. Não é possível à refinação acompanhar o aumento da procura”, afirma o secretário-geral da Apetro. Nos últimos anos, as petrolíferas europeias têm investido no aumento da capacidade de refinação de gasóleo, custos que são depois repercurtidos no preço.
O custo do gasóleo nos postos de abastecimento em Portugal só não é superior ao da gasolina porque existe uma discriminação fiscal. Segundos os dados da Apetro, relativos ao mês de Dezembro, o preço médio base do litro de gasóleo era de 0,629 euros, enquanto o da gasolina sem chumbo 95 ficava pelos 0,548 euros. Em contrapartida, o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) que incide sobre o gasóleo é de 0,364 euros, enquanto na gasolina sobe para 0,583 euros. Ou seja, o ISP pesa 30,3% no preço final do gasóleo e 42,6% na gasolina.
Gasóleo só é mais barato devido à Menor carga fiscal
Durante o último ano, o preço do gasóleo subiu mais do que a gasolina. De acordo com os dados da Direcção Geral de Energia e Geologia, o custo médio do gasóleo nos postos de venda aumentou 17,17% em 2007, de 1,006 para 1,179 euros por litro, enquanto a gasolina sem chumbo 95 ficou 10,96% mais cara, passando de 1,224 para 1,358 euros por litro. Tudo porque a procura de gasóleo na Europa tem crescido mais do que a de gasolina.
O preço do gasóleo superou o da gasolina no mercado internacionalPreço de referência em 2007 para o mercado português, em euros por tonelada
Fonte: APETRO“
A primeira razão porque o gasóleo tem subido mais do que a gasolina é a ‘dieselização’ do mercado automóvel europeu”, explica José Horta, secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro). Isto é, tem havido uma progressiva mudança do parque automóvel de gasolina para gasóleo. Em Portugal, nos últimos dois anos a venda de carros Diesel superou os de gasolina.
Esta mudança no parque automóvel teve como consequência um aumento nas vendas de gasóleo, que em 2007 representou dois terços do combustível comercializado no País.
“Este aumento no consumo colocou maior pressão na procura”, explica José Horta, levando a uma subida mais pronunciada nos mercados internacionais. A cotação de referência do gasóleo em euros, para o mercado português, subiu 49% em 2007, contra 45% na gasolina. O preço do gasóleo superou, mesmo, o da gasolina, a partir de Setembro. Um comportamento que acontece antes do Inverno, devido à maior procura de gasóleo para aquecimento na Europa.
Mas a alta do gasóleo face à gasolina está longe de ser um fenómeno sazonal. Para José Horta, a tendência de um aumento mais expressivo do gasóleo deverá manter-se. “Este é um problema que veio para ficar. Não é possível à refinação acompanhar o aumento da procura”, afirma o secretário-geral da Apetro. Nos últimos anos, as petrolíferas europeias têm investido no aumento da capacidade de refinação de gasóleo, custos que são depois repercurtidos no preço.
O custo do gasóleo nos postos de abastecimento em Portugal só não é superior ao da gasolina porque existe uma discriminação fiscal. Segundos os dados da Apetro, relativos ao mês de Dezembro, o preço médio base do litro de gasóleo era de 0,629 euros, enquanto o da gasolina sem chumbo 95 ficava pelos 0,548 euros. Em contrapartida, o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) que incide sobre o gasóleo é de 0,364 euros, enquanto na gasolina sobe para 0,583 euros. Ou seja, o ISP pesa 30,3% no preço final do gasóleo e 42,6% na gasolina.
Gasóleo só é mais barato devido à Menor carga fiscal
Gasóleo
Gasolina
O preço à saída da refinação é superior ao da gasolinaO imposto mais elevado torna o combustível mais caroGasolina
Comprar carro a gasolina ou gasóleo... O que escolher?
Vai comprar carro e já escolheu o modelo, mas está indeciso entre gasolina e gasóleo. Com a subida dos combustíveis, é indispensável fazer contas. Saiba quantos quilómetros tem de percorrer para valer a pena optar por um Diesel.
Há dois anos que os Diesel são reis em Portugal, ultrapassando as vendas de carros a gasolina. O gasóleo ganhou popularidade nos últimos anos, com as marcas a oferecerem carros de maior potência e cilindradas mais baixas, reduzindo o preço de aquisição. Seduzidos pelos custos mais baixos do combustível, muitos consumidores europeus optaram pelo gasóleo, levando ao que os responsáveis do sector chamam de “dieselização” do mercado. Se, há alguns anos, os veículos Diesel eram a escolha acertada, actualmente nem tanto, devido à subida acentuada do preço do gasóleo, superior à da gasolina. É preciso ponderar diferentes variáveis, já que o excesso pago “à cabeça” pode não compensar, a menos que mantenha o carro por muitos e longos anos.
“Quem comprar hoje um carro não pode ter como certo que o gasóleo será sempre mais barato do que a gasolina”, afirma José Horta, presidente da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas. A subida de preço registada no último ano levou o valor de referência do gasóleo a ultrapassar o da gasolina. Os portugueses só pagam menos para abastecer um carro Diesel porque a fiscalidade penaliza mais a gasolina (ver página III). Ainda assim, o custo dos dois carburantes tem vindo a aproximar-se. No final de 2007, a diferença no preço por litro era de 17,9 cêntimos, contra 21,8 cêntimos em Dezembro do ano anterior. Uma tendência que, segundo os especialistas, deverá acentuar-se, com o aumento da procura por gasóleo.
Em Portugal, um automóvel a gasóleo é 15% a 20% mais caro do que o seu equivalente a gasolina. É certo que, após a compra, as idas ao posto de abastecimento tornam-se menos dispendiosas. No entanto, será essa poupança suficiente para compensar o custo acrescido na compra? O Jornal de Negócios analisou 16 modelos diferentes, quatro em cada segmento, escolhendo sempre os modelos mais vendidos durante o ano 2007, comparando a versão a gasóleo com a equivalente a gasolina. A simulação teve em conta os custos com o novo imposto de circulação e os encargos com o combustível, usando como referência uma média de 20 mil km/ano habitualmente utilizada pelo mercado.
Nos três segmentos mais representativos (utilitários, pequenos familiares e familiares médios), verificou-se um custo acrescido médio de 3.800 euros nos modelos Diesel, sendo que, com estes veículos, a poupança média anual em combustível é de 626 euros e de 12,50 euros no IUC. Assim, para que a compra do veículo a gasóleo se torne vantajosa, terá de percorrer mais de 120 mil quilómetros. O mesmo será dizer, mantê-lo durante, pelo menos, um período de seis anos. Segundo a Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA), os portugueses trocam de carro a cada quatro ou cinco anos. Se é o seu caso, é preciso ponderar bem antes de tomar uma decisão.
Há um segmento em que continua, no entanto, a ser vantajoso optar pelo Diesel. No caso dos grandes familiares (modelos mais comprados pelas empresas para os executivos de topo), o facto de a diferença no preço de compra ser pequena entre as duas versões, torna sempre mais acertada a escolha do modelo a gasóleo. O mesmo acontece nos monovolumes, já que a oferta de gasolina é escassa e, quando existe, não compensa, já que as versões comercializadas têm cilindradas elevadas, tornando a factura mais cara.
Se está a pensar adquirir um pequeno familiar, a opção Diesel será, em princípio, a mais vantajosa. Basta ter o carro por mais de 80 mil quilómetros ou quatro anos.
Nos cálculos não foram considerados os custos de manutenção que, contrariamente à ideia pré-concebida, hoje já não são mais elevados para um automóvel a gasóleo. “Actualmente, os custos de manutenção são quase iguais”, afirma António Ferreira Nunes, presidente da Anecra. O responsável considera que os motivos económicos para optar por um carro a gasóleo estão mais dissipados, e prevê uma reviravolta no mercado: “Paulatinamente, vai haver uma alteração para carros a gasolina de menor consumo e híbridos”.
Descarregue a tabela dos utilitários e médios familiares em formato pdf clicando "aqui"
Vai comprar carro e já escolheu o modelo, mas está indeciso entre gasolina e gasóleo. Com a subida dos combustíveis, é indispensável fazer contas. Saiba quantos quilómetros tem de percorrer para valer a pena optar por um Diesel.
Há dois anos que os Diesel são reis em Portugal, ultrapassando as vendas de carros a gasolina. O gasóleo ganhou popularidade nos últimos anos, com as marcas a oferecerem carros de maior potência e cilindradas mais baixas, reduzindo o preço de aquisição. Seduzidos pelos custos mais baixos do combustível, muitos consumidores europeus optaram pelo gasóleo, levando ao que os responsáveis do sector chamam de “dieselização” do mercado. Se, há alguns anos, os veículos Diesel eram a escolha acertada, actualmente nem tanto, devido à subida acentuada do preço do gasóleo, superior à da gasolina. É preciso ponderar diferentes variáveis, já que o excesso pago “à cabeça” pode não compensar, a menos que mantenha o carro por muitos e longos anos.
“Quem comprar hoje um carro não pode ter como certo que o gasóleo será sempre mais barato do que a gasolina”, afirma José Horta, presidente da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas. A subida de preço registada no último ano levou o valor de referência do gasóleo a ultrapassar o da gasolina. Os portugueses só pagam menos para abastecer um carro Diesel porque a fiscalidade penaliza mais a gasolina (ver página III). Ainda assim, o custo dos dois carburantes tem vindo a aproximar-se. No final de 2007, a diferença no preço por litro era de 17,9 cêntimos, contra 21,8 cêntimos em Dezembro do ano anterior. Uma tendência que, segundo os especialistas, deverá acentuar-se, com o aumento da procura por gasóleo.
Em Portugal, um automóvel a gasóleo é 15% a 20% mais caro do que o seu equivalente a gasolina. É certo que, após a compra, as idas ao posto de abastecimento tornam-se menos dispendiosas. No entanto, será essa poupança suficiente para compensar o custo acrescido na compra? O Jornal de Negócios analisou 16 modelos diferentes, quatro em cada segmento, escolhendo sempre os modelos mais vendidos durante o ano 2007, comparando a versão a gasóleo com a equivalente a gasolina. A simulação teve em conta os custos com o novo imposto de circulação e os encargos com o combustível, usando como referência uma média de 20 mil km/ano habitualmente utilizada pelo mercado.
Nos três segmentos mais representativos (utilitários, pequenos familiares e familiares médios), verificou-se um custo acrescido médio de 3.800 euros nos modelos Diesel, sendo que, com estes veículos, a poupança média anual em combustível é de 626 euros e de 12,50 euros no IUC. Assim, para que a compra do veículo a gasóleo se torne vantajosa, terá de percorrer mais de 120 mil quilómetros. O mesmo será dizer, mantê-lo durante, pelo menos, um período de seis anos. Segundo a Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA), os portugueses trocam de carro a cada quatro ou cinco anos. Se é o seu caso, é preciso ponderar bem antes de tomar uma decisão.
Há um segmento em que continua, no entanto, a ser vantajoso optar pelo Diesel. No caso dos grandes familiares (modelos mais comprados pelas empresas para os executivos de topo), o facto de a diferença no preço de compra ser pequena entre as duas versões, torna sempre mais acertada a escolha do modelo a gasóleo. O mesmo acontece nos monovolumes, já que a oferta de gasolina é escassa e, quando existe, não compensa, já que as versões comercializadas têm cilindradas elevadas, tornando a factura mais cara.
Se está a pensar adquirir um pequeno familiar, a opção Diesel será, em princípio, a mais vantajosa. Basta ter o carro por mais de 80 mil quilómetros ou quatro anos.
Nos cálculos não foram considerados os custos de manutenção que, contrariamente à ideia pré-concebida, hoje já não são mais elevados para um automóvel a gasóleo. “Actualmente, os custos de manutenção são quase iguais”, afirma António Ferreira Nunes, presidente da Anecra. O responsável considera que os motivos económicos para optar por um carro a gasóleo estão mais dissipados, e prevê uma reviravolta no mercado: “Paulatinamente, vai haver uma alteração para carros a gasolina de menor consumo e híbridos”.
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