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    #31
    Originalmente Colocado por Irascivel Ver Post
    Portugal aderiu ao plano Marshall e EFTA e tu dizes que ele não tinha visão de comércio com o exterior... 'Tá bem...
    Tens de me dizer naquele tempo que outras grandes associações de comércio livre e tarifas aduaneiras reduzidas existiam...



    Vamos lá ver. Eu não quero ficar associado a grande defensor do Salazarismo, mas o que escreves não é verdade. Acho que se houve alguém com visão de estadista foi o Salazar!

    As maiores industrias foram criadas no tempo do Salazar, grupo CUF, as fábricas da Opel na Azambuja, da Citroen em Mangualde e tantas outras. E muita desta industria começou-se a destruir foi depois da adesão à CEE!

    Os Planos de Fomento daquele tempo traçaram um visão de longo-prazo para o desenvolvimento do país, planos esses que continuaram a ser executados muitas décadas depois. (O plano de barragens p.ex. vem desse tempo).

    Também é fácil dizer que o Salazar limitou-se a querer que o povo apenas soubesse ler e pouco mais, mas o facto é que foi nesse tempo que se universalizou o ensino básico e foram construidas centenas de escolas no país. Como se diz, por algo se tinha de começar.
    E mesmo assim ignoras que foi no tempo de Salazar que se deu o maior boom no Ensino Superior Público - ISPA, Universidade Católica, ISCTE, U. Minho, U. Évora, U. Aveiro, U. Nova Lisboa foram criadas durante o Estado Novo. Provavelmente as U. Algarve e U. Açores foram ainda planeadas durante o Estado Novo...

    Para além disto tudo há que destacar que naquele período tínhamos umas finanças equilibradas.

    Portanto há que distinguir como diz o Munny, não se pode resumir o Salazar só à vertente política e restrições de liberdade. Há que dar os devidos méritos no desenvolvimento do país.
    Lá por ter criado algumas indústrias, e ninguém lhe retira o mérito, a verdade é que não queria, de todo, um país competitivo. Queria um país rural, modesto, um povo com estudos básicos, está provado isso.

    As finanças equilibradas é um assunto debatível, basta ver que aumentou impostos, até imposto para isqueiro a gasolina criou. Hoje em dia fazer isso implica logo que alguém chame de ladrão aos governantes.
    No entanto e nisso eu concordo : no tempo dele não havia desperdícios de dinheiro, os gastos eram contidos, as empresas públicas tinham Renaults 4 L e afins, não é como nos anos 90 por exemplo que é frotas de toyotas , nissans etc.

    Quanto ao ensino superior, não é por se terem criado universidades que o povo lá ia, apenas ia uma classe muito restrita, nunca se procurou instruir mais a população.

    Após a adesão à CEE houve muitos erros mas só a partir daí começámos a ter um país desenvolvido, e podia ter sido bem mais.

    Portanto, para mim , o facto de criar escolas e universidades é bom mas não é suficiente porque um povo na miséria de nada serve ter infraestruturas.

    E há que ver outra coisa : Salazar não tinha só mérito próprio, mas sabia, e bem, recrutar gente competente o que é, diga-se, um ponto forte. Recrutava quem achava que iria servir bem o país e não uma simples cunha.

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      #32
      Originalmente Colocado por XlPower Ver Post
      Quanto à indústria, acho que estás completamente errado. Em comparação com o resto da Europa isso não era nada. E a indústria desse tempo não foi destruida por causa da adesão à UE, foi ficando obsoleta, como todas as indústrias. E neste momento temos muito mais produção industrial.
      É verdade que o Salazar partiu dum nível muito baixo, e melhorou bastante, mas devido ao isolacionismo e à mentalidade tacanha dele, evoluimos muito menos que o resto da Europa.
      É isto que eu penso. A indústria que tinhamos era muito pouca ainda que fosse melhor do que antes é certo.

      Comentário


        #33
        Originalmente Colocado por Irascivel Ver Post
        Portugal aderiu ao plano Marshall e EFTA e tu dizes que ele não tinha visão de comércio com o exterior... 'Tá bem...
        Tens de me dizer naquele tempo que outras grandes associações de comércio livre e tarifas aduaneiras reduzidas existiam...



        Vamos lá ver. Eu não quero ficar associado a grande defensor do Salazarismo, mas o que escreves não é verdade. Acho que se houve alguém com visão de estadista foi o Salazar!

        As maiores industrias foram criadas no tempo do Salazar, grupo CUF, as fábricas da Opel na Azambuja, da Citroen em Mangualde e tantas outras. E muita desta industria começou-se a destruir foi depois da adesão à CEE!

        Os Planos de Fomento daquele tempo traçaram um visão de longo-prazo para o desenvolvimento do país, planos esses que continuaram a ser executados muitas décadas depois. (O plano de barragens p.ex. vem desse tempo).

        Também é fácil dizer que o Salazar limitou-se a querer que o povo apenas soubesse ler e pouco mais, mas o facto é que foi nesse tempo que se universalizou o ensino básico e foram construidas centenas de escolas no país. Como se diz, por algo se tinha de começar.
        E mesmo assim ignoras que foi no tempo de Salazar que se deu o maior boom no Ensino Superior Público - ISPA, Universidade Católica, ISCTE, U. Minho, U. Évora, U. Aveiro, U. Nova Lisboa foram criadas durante o Estado Novo. Provavelmente as U. Algarve e U. Açores foram ainda planeadas durante o Estado Novo...

        Para além disto tudo há que destacar que naquele período tínhamos umas finanças equilibradas.

        Portanto há que distinguir como diz o Munny, não se pode resumir o Salazar só à vertente política e restrições de liberdade. Há que dar os devidos méritos no desenvolvimento do país.

        Aproveito para esclarecer que não sou salazarista, o tempo não volta para trás e não quereria voltar a esse tempo. Mas que existiam políticas de valorização do país, que hoje são mais difíceis de implementar, isso é um facto.

        Por exemplo: o Serviço Médico à Periferia, que servia, tanto as populações fora dos grandes centros urbanos, como era importante para a não centralização de todos os médicos nas grandes cidades.

        Por outro lado, falo com várias pessoas, mais e menos escolarizadas, mas fundamentalmente com vivência alentejana (bastião comunista no geral), que me dizem que era tudo tão mais fácil naquele tempo. Não havia cá vedações nas herdades todas, não havia 1/100 dos roubos que hoje existem, a vida era mais simples mas mais recompensadora. Posso falar do que me contam e o meu avô, que era funcionário público, diz que, sem dúvida, se sentiu sempre muito mais recompensado pelo seu trabalho na escola agrícola, que após o 25 de Abril. Aliás, a escola tinha dinheiro, servia todo o Portugal e colónias e após o 25 de Abril, muito pouco tempo depois, as escolas morreram por falta de verbas para manterem os serviços, não por falta de quem quisesse lá ingressar, curiosamente, porque as vagas continuaram cheias até meados dos anos 80 onde foi o declínio final das mesmas.

        Mais, pelo que me contam os mais velhos, a liberdade estava a ser conquistada pelo povo de forma orgânica e a democracia acabaria por chegar mais ano menos ano sem ser necessário o "golpe de estado". A revolução, fala quem a viveu, mais não foi que um golpe publicitário comunista que pouco adiantou em termos políticos, mas que permitiu algumas atrocidades de serem cometidas.

        Atenção, o que eu aqui relato não são minhas opiniões. São opiniões de pessoas com quem falo no meu trabalho pelos Alentejos, nomeadamente, mas longe de exclusivamente, os meus sogros e avós da minha mulher, pessoas com pouca escolaridade e que nunca foram proprietários de porra nenhuma e, por outro lado, pelo que oiço os meus pais e avós dizerem, vindos de várias classes sociais e vários ramos distintos, estes últimos mais de vivência na capital.

        Numa nota mais pessoal, uma coisa é certa: Esses marmanjos que não fazem porra nenhuma que são os militares, que não servem para nada a não ser para tachos, são os únicos responsáveis por o 25 de Abril. Todo o resto foi aproveitamento político. Hoje, os mesmos que gritam "25 de Abril Sempre" antes do esbanjamento de dinheiros públicos em espectáculos de fogo de artifício e festanços palacianos incomparáveis aos do dia de Portugal, são os mesmos que não percebem para que servem os militares e que consideram os mesmos prescindíveis e dispensáveis.

        E esta, heim?

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          #34
          O Forum andava (supostamente) a cair na decadencia, entao aparece um user com (muito) tempo livre para lancar foguetes, mas que nem sequer vem ver onde caem as canas.

          (e so ver o topico dos doutores...)

          Comentário


            #35
            O meu avô que é desse tempo (cerca de 15 anos mais novo do que o Salazar) gabava-lhe ele ter posto o pais na ordem. É que antes tinha sido a rebaldaria da 1ª republica! São perspectivas, e é importante perceber estes acontecimentos no seu contexto. O meu avô valorizava o poder ir trabalhar sem ter de, todos os dias passar, por uma qualquer desordem.

            Comentário


              #36
              objetivamente, o botas era um gajo muito inteligente, capaz de criar narrativas bem feitas para justificar a ideologia do regime (como p.ex. a previsibilidade da vida nesse tempo, contra a instabilidade de hoje em dia).. agora, é também objetivo que o regime e a sua ideologia eram bastante retrógrados e repressivos, e coisa que o "ah e tal, mas ele deu o exemplo" em nada justifica

              subjetivamente não posso com o gajo e ainda bem que ele morreu porque ia dando cabo da minha família.. mas ok isto é pessoal e nada tem a ver o o resto

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                #37
                Originalmente Colocado por EscapeLivre Ver Post

                "Quanto ao ensino superior, não é por se terem criado universidades que o povo lá ia, apenas ia uma classe muito restrita, nunca se procurou instruir mais a população."
                O meu pai vem de famílias pobres, sem recursos económicos, sequer, para adquirir um tratado de anatomia. No entanto, antes do 25 de Abril, entrou para a Faculdade de medicina e iniciou o curso, com os livros pagos, na grande parte, com dinheiros públicos.
                O meu Avô tinha emprego estável como empregado de balcão de uma casa de ferragens em Lisboa, é certo, mas nunca tiveram, sequer, casa própria.
                Editado pela última vez por Spinnaker; 14 September 2017, 09:58.

                Comentário


                  #38
                  Originalmente Colocado por Spinnaker Ver Post
                  O meu pai vem de famílias pobres, sem recursos económicos, sequer, para adquirir um tratado de anatomia. No entanto, antes do 25 de Abril, entrou para a Faculdade de medicina e iniciou o curso, com os livros pagos, na grande parte, com dinheiros públicos.
                  O meu Avô tinha emprego estável como empregado de balcão de uma casa de ferragens em Lisboa e nunca tiveram, sequer, casa própria.
                  Se não se quisesse instruir o povo, não se construiam instituições de ensino.
                  Já agora, pensem na quantidade de escolas que hoje já não o são e perguntem-se se era o estado que não queria ensinar ou o povo que não queria aprender...
                  O meu padrinho, ilustre economista e ministro de Salazar, era filho de um padeiro.

                  Originalmente Colocado por whereagles Ver Post
                  ainda bem que ele morreu porque ia dando cabo da minha família..
                  Penso ser importante analisar estes assuntos olhando para além do nosso umbigo.

                  Comentário


                    #39
                    Originalmente Colocado por Spinnaker Ver Post
                    Aproveito para esclarecer que não sou salazarista, o tempo não volta para trás e não quereria voltar a esse tempo. Mas que existiam políticas de valorização do país, que hoje são mais difíceis de implementar, isso é um facto.

                    Por exemplo: o Serviço Médico à Periferia, que servia, tanto as populações fora dos grandes centros urbanos, como era importante para a não centralização de todos os médicos nas grandes cidades.

                    Por outro lado, falo com várias pessoas, mais e menos escolarizadas, mas fundamentalmente com vivência alentejana (bastião comunista no geral), que me dizem que era tudo tão mais fácil naquele tempo. Não havia cá vedações nas herdades todas, não havia 1/100 dos roubos que hoje existem, a vida era mais simples mas mais recompensadora. Posso falar do que me contam e o meu avô, que era funcionário público, diz que, sem dúvida, se sentiu sempre muito mais recompensado pelo seu trabalho na escola agrícola, que após o 25 de Abril. Aliás, a escola tinha dinheiro, servia todo o Portugal e colónias e após o 25 de Abril, muito pouco tempo depois, as escolas morreram por falta de verbas para manterem os serviços, não por falta de quem quisesse lá ingressar, curiosamente, porque as vagas continuaram cheias até meados dos anos 80 onde foi o declínio final das mesmas.
                    Não é preciso ter vivido nesse tempo para saber que esses relatos são completamente enganadores.
                    Assistência médica era muito escassa, praticamente só havia hospitais em Lisboa, Porto e Coimbra. Muitas pessoas não viam uma médico durante a sua vida inteira.
                    Hoje temos hospitais por todo o país, e um SNS gratuito para todos.

                    A agricultura era de subsistência, pouco mecanizada, muito trabalhosa. Agora se ouves o relato de um funcionário público, claro que esse devia ter a vida muito mais facilitada do que a maioria da população que vivia da terra, sujeita à fome se houvesse seca, temporal, etc.

                    Comentário


                      #40
                      Originalmente Colocado por Spinnaker Ver Post
                      O meu pai vem de famílias pobres, sem recursos económicos, sequer, para adquirir um tratado de anatomia. No entanto, antes do 25 de Abril, entrou para a Faculdade de medicina e iniciou o curso, com os livros pagos, na grande parte, com dinheiros públicos.
                      O meu Avô tinha emprego estável como empregado de balcão de uma casa de ferragens em Lisboa, é certo, mas nunca tiveram, sequer, casa própria.
                      Originalmente Colocado por Jbranco Ver Post
                      O meu padrinho, ilustre economista e ministro de Salazar, era filho de um padeiro.

                      Penso ser importante analisar estes assuntos olhando para além do nosso umbigo.
                      Casos raros, a maior parte das pessoas nem passava da 4ª classe. E as vagas no secundário eram poucas, e então na universidade eram ainda menos.

                      Comentário


                        #41
                        Originalmente Colocado por Jbranco Ver Post
                        Penso ser importante analisar estes assuntos olhando para além do nosso umbigo.
                        acho que deixei claro o que era objetivo e subjetivo na minha análise

                        Comentário


                          #42
                          Originalmente Colocado por XlPower Ver Post
                          Casos raros, a maior parte das pessoas nem passava da 4ª classe. E as vagas no secundário eram poucas, e então na universidade eram ainda menos.
                          Sim, claro que eram poucos. Não sei que idade tens. Eu tenho 52 e portanto ainda convivi com esse portugal atrasado, nem sequer precisei de ler nos livros.

                          Embora tenha nascido poucos anos antes da célebre queda da cadeira, e por isso já só ter apanhado a recta final do estado novo com o Caetano, ainda assim sou do tempo em que o analfabetismo era comum.
                          Editado pela última vez por Jbranco; 14 September 2017, 10:52.

                          Comentário


                            #43
                            Originalmente Colocado por Spinnaker Ver Post
                            Aproveito para esclarecer que não sou salazarista, o tempo não volta para trás e não quereria voltar a esse tempo. Mas que existiam políticas de valorização do país, que hoje são mais difíceis de implementar, isso é um facto.

                            Por exemplo: o Serviço Médico à Periferia, que servia, tanto as populações fora dos grandes centros urbanos, como era importante para a não centralização de todos os médicos nas grandes cidades.

                            Por outro lado, falo com várias pessoas, mais e menos escolarizadas, mas fundamentalmente com vivência alentejana (bastião comunista no geral), que me dizem que era tudo tão mais fácil naquele tempo. Não havia cá vedações nas herdades todas, não havia 1/100 dos roubos que hoje existem, a vida era mais simples mas mais recompensadora. Posso falar do que me contam e o meu avô, que era funcionário público, diz que, sem dúvida, se sentiu sempre muito mais recompensado pelo seu trabalho na escola agrícola, que após o 25 de Abril. Aliás, a escola tinha dinheiro, servia todo o Portugal e colónias e após o 25 de Abril, muito pouco tempo depois, as escolas morreram por falta de verbas para manterem os serviços, não por falta de quem quisesse lá ingressar, curiosamente, porque as vagas continuaram cheias até meados dos anos 80 onde foi o declínio final das mesmas.

                            Mais, pelo que me contam os mais velhos, a liberdade estava a ser conquistada pelo povo de forma orgânica e a democracia acabaria por chegar mais ano menos ano sem ser necessário o "golpe de estado". A revolução, fala quem a viveu, mais não foi que um golpe publicitário comunista que pouco adiantou em termos políticos, mas que permitiu algumas atrocidades de serem cometidas.

                            Atenção, o que eu aqui relato não são minhas opiniões. São opiniões de pessoas com quem falo no meu trabalho pelos Alentejos, nomeadamente, mas longe de exclusivamente, os meus sogros e avós da minha mulher, pessoas com pouca escolaridade e que nunca foram proprietários de porra nenhuma e, por outro lado, pelo que oiço os meus pais e avós dizerem, vindos de várias classes sociais e vários ramos distintos, estes últimos mais de vivência na capital.

                            Numa nota mais pessoal, uma coisa é certa: Esses marmanjos que não fazem porra nenhuma que são os militares, que não servem para nada a não ser para tachos, são os únicos responsáveis por o 25 de Abril. Todo o resto foi aproveitamento político. Hoje, os mesmos que gritam "25 de Abril Sempre" antes do esbanjamento de dinheiros públicos em espectáculos de fogo de artifício e festanços palacianos incomparáveis aos do dia de Portugal, são os mesmos que não percebem para que servem os militares e que consideram os mesmos prescindíveis e dispensáveis.

                            E esta, heim?
                            As condições no Alentejo e em trás os montes durante o Estado Novo eram só horríveis. As pessoas trabalhavam arduamente e quase nada tinham, muitas vezes nem casas e dormiam onde os patrões os deixavam.

                            Claro que tenho esta opinião baseado em livros e em pessoas que viveram nessa época.

                            Isso dos roubos não é argumento a meu ver, já que os tempos eram outros tempos, não obstante de haver uma maior autoridade, guardas florestais, guarda rios, e claro que no pós 25 de abril assistiu-se a um aumento da criminalidade além de coincidir com uma época em que os bens materiais e a droga surgiram em peso potenciando ainda mais os larápios.

                            Quanto a isso do " não ser necessário o golpe de estado " , eu percebo essa teoria, aliás com o Marcello Caetano no poder havia 2 questões :
                            1 -O Marcello preocupava-se muito mais com as pessoas e o povo
                            2- O regime estav desgastado, se não fosse em 74, mais dia menos dia por assim dizer o regime caía, ou talvez não.

                            Comentário


                              #44
                              Originalmente Colocado por Jbranco Ver Post
                              O meu avô que é desse tempo (cerca de 15 anos mais novo do que o Salazar) gabava-lhe ele ter posto o pais na ordem. É que antes tinha sido a rebaldaria da 1ª republica! São perspectivas, e é importante perceber estes acontecimentos no seu contexto. O meu avô valorizava o poder ir trabalhar sem ter de, todos os dias passar, por uma qualquer desordem.
                              É um facto. E para além disso, nos anos 20, havia muito a corrente das ditaduras , aliás basta ver o Nazismo e o Fascismo, embora em Portugal, oficialmente, não ser nenhum deles apesar de na prática ter algumas ( apenas algumas ) semelhanças.

                              Como dizes e bem, contextualizando, é normal que nessa época houvesse a ideia de que, ou há autoritarismo ou então continuava tudo uma rebaldaria.

                              É por isso que considero que se Salazar tivesse deixado o poder no pós guerra, hoje seria muito mais bem visto.

                              Comentário


                                #45
                                O que o Salazar fez de melhor foi reestabelecer a ordem. O Marcelo politicamente foi apenas um fraco. Tinha a "obrigação", até por ser mais jovem do que o Salazar, de fazer a transição para a democracia mas deixou-se dominar pela brigada do reumático.

                                Originalmente Colocado por EscapeLivre Ver Post
                                É por isso que considero que se Salazar tivesse deixado o poder no pós guerra, hoje seria muito mais bem visto.
                                Ora bem. É isso mesmo.
                                Editado pela última vez por Jbranco; 14 September 2017, 10:58.

                                Comentário


                                  #46
                                  Originalmente Colocado por Spinnaker Ver Post
                                  O meu pai vem de famílias pobres, sem recursos económicos, sequer, para adquirir um tratado de anatomia. No entanto, antes do 25 de Abril, entrou para a Faculdade de medicina e iniciou o curso, com os livros pagos, na grande parte, com dinheiros públicos.
                                  O meu Avô tinha emprego estável como empregado de balcão de uma casa de ferragens em Lisboa, é certo, mas nunca tiveram, sequer, casa própria.
                                  Sim mas eu tambem me esqueci de referir um facto. É que entre os finais dos anos 60 e até 1974 houve uma relativa evolução, para melhor. Era um cenário, apesar de tudo, bem diferente dos anos 50, que eram bem piores.

                                  Ainda assim a universidade não era para todos e muitas vezes começava-se a trabalhar na adolescência para ajudar a familia.

                                  Comentário


                                    #47
                                    Originalmente Colocado por XlPower Ver Post
                                    Não é preciso ter vivido nesse tempo para saber que esses relatos são completamente enganadores.
                                    Assistência médica era muito escassa, praticamente só havia hospitais em Lisboa, Porto e Coimbra. Muitas pessoas não viam uma médico durante a sua vida inteira.
                                    Hoje temos hospitais por todo o país, e um SNS gratuito para todos.

                                    A agricultura era de subsistência, pouco mecanizada, muito trabalhosa. Agora se ouves o relato de um funcionário público, claro que esse devia ter a vida muito mais facilitada do que a maioria da população que vivia da terra, sujeita à fome se houvesse seca, temporal, etc.
                                    Pois.

                                    E o descontentamento geral da população mesmo logo nos anos 30 e 40 era muito precenciado por Marcello Caetanto, que o reportou por mais que uma vez a Salazar, que " nunca " saía do gabinete ao contrário do Caetano que andou pelo país todo enquanto comissário da Mocidade Portuguesa.

                                    Salazar por mais que uma vez ignorou tais avisos.

                                    Comentário


                                      #48
                                      Originalmente Colocado por EscapeLivre Ver Post
                                      Sim mas eu tambem me esqueci de referir um facto. É que entre os finais dos anos 60 e até 1974 houve uma relativa evolução, para melhor. Era um cenário, apesar de tudo, bem diferente dos anos 50, que eram bem piores.

                                      Ainda assim a universidade não era para todos e muitas vezes começava-se a trabalhar na adolescência para ajudar a familia.
                                      Aqui é que discordamos. A mim parece-me que o Marcelo foi um fogacho. O meu pai, que ainda teve a influencia na sua formação de Bento de Jesus Carraça (no ISCEF) e do PCP, detestava o Marcelo. Na ideia dele o Salazar era apenas um velho que não tinha sabido perceber que o seu papel tinha terminado. O Marcelo pelo contrário, até por ser bem mais jovem, traiu a esperança que muitos nele depositaram.
                                      Editado pela última vez por Jbranco; 14 September 2017, 11:08.

                                      Comentário


                                        #49
                                        Originalmente Colocado por Jbranco Ver Post
                                        Aqui é que discordamos. A mim parece-me que o Marcelo foi um fogacho. O meu pai, que ainda teve a influencia na sua formação de Bento de Jesus Carraça (no ISCEF) e do PCP, detestava o Marcelo. Na ideia dele o Salazar era apenas um velho que não tinha sabido perceber que o seu papel tinha terminado. O Marcelo pelo contrário, até por ser bem mais jovem, traiu a esperança que muitos nele depositaram.
                                        Mas ó JBranco, não te esqueças que a " brigada do reumático " ainda tinha algum poder.
                                        Consta, e bem, que a PIDE , vá, DGS, não gostava minimamente dele, e por essas e outras razões ele estava de pés e mãos atados.

                                        Eu ainda nem a meio vou, acerca do calhamaço de 1000 páginas : biografia do Marcelo Caetano.

                                        Do que já li e não sei se concordas ou não, mas eu considero que ele era , embora também autoritário , muito mais preocupado com os problemas da população, saúde, condições de vida, etc.

                                        Se me disseres que ele podia ter feito mais enquanto esteve no topo do poder ? Acredito que sim mas para eu formar melhor opinião sobre isto é que comprei o livro

                                        No entanto não vou arriscar dizer que a ligeira melhoria de finais de 60 até 74 fosse exclusivamente devida a Marcello. Os tempos estavam a mudar, e isso reflectia-se cá e no estrangeiro também.

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                                          #50
                                          Vou usar uma frase habitual por aqui: Outra vez arroz?

                                          Comentário


                                            #51
                                            Só participa quem quer

                                            Comentário


                                              #52
                                              Quanto a Salazar ainda não consegui formar uma opinião definitiva, mas Marcelo Caetano, quanto a mim, foi um injustiçado, se tivessem deixado o homem levar o plano dele por diante, talvez não estivessemos no buraco em que estamos

                                              Comentário


                                                #53
                                                Originalmente Colocado por ExCon Ver Post
                                                Quanto a Salazar ainda não consegui formar uma opinião definitiva, mas Marcelo Caetano, quanto a mim, foi um injustiçado, se tivessem deixado o homem levar o plano dele por diante, talvez não estivessemos no buraco em que estamos
                                                Que Marcello tinha uma visão bem diferente, já patente nos anos 20, isso tinha, agora, duvido é que conseguisse colocar isso em prática, devido ao regime podre e viciado que existia.

                                                Comentário


                                                  #54
                                                  adriano moreira disse que salazar estava convencido que iria ocorrer uma 3ª guerra mundial entre o ocidente e o bloco comunista e a sua politica era condicionada por essa convição

                                                  dentro da ideia de um confronte entre o bloco ocidental e comunista percebe-se que tenha querido manter as colónias

                                                  comparação do pib portugues com a média da europa central



                                                  há uma convergencia com a europa, principalmente a partir de 1961
                                                  que ocorre em 1961?
                                                  adesão à EFTA e uma rápida industrialização do país

                                                  guerra com a india
                                                  salazar quer que os soldados portugueses resistam mesmo morrendo todos
                                                  a ideia subjacente é que um massacre iria provocar uma reação da comunidade internacional que poderia obrigar a india a retirar
                                                  já a india procura fazer o menor nº possivel de vitimas
                                                  maquiavelico, no minimo
                                                  o individuo, a pessoa do povo não lhe interessa, é uma peça da máquima, o que interessa é o conjunto, a nação

                                                  o poder corrompe e nesse ponto salazar deixou-se corromper profundamente, não pelo apego ao dinheiro, mas pelo apego ao poder

                                                  Comentário


                                                    #55
                                                    Subscrevo.

                                                    Comentário


                                                      #56

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                                                        #57
                                                        Todos os regimes coletivistas são um lixo, não vamos colocar paninhos quentes. Vão contra a liberdade individual o que é uma aberração.

                                                        O retrato que os meus familiares mais velhos contam (e não há um a embelezar a coisa) é um cenário de miséria e atraso. Crianças que andavam vestidas com farrapos, que ao chegar aos 8-10 anos iam servir para outras casas (para arrecadar algum e serem menos uma boca à mesa), trabalho duro nos campos, fome, etc. Um atraso completo. E depois a repressão sobre os dissidentes (ou quem fosse suspeito de ser dissidente).
                                                        Estou a falar do interior do Minho. Um cenário completamente diferente daquilo que vocês descrevem de zonas mais citadinas.

                                                        Comentário


                                                          #58
                                                          Originalmente Colocado por DMA Ver Post
                                                          TEstou a falar do interior do Minho. Um cenário completamente diferente daquilo que vocês descrevem de zonas mais citadinas.
                                                          Pela minha parte não me referi sequer a uma zona específica do pais, falei do país em geral. Mas, claro, dá para aumentar o detalhe e ir por zonas, mas então nunca mais saímos daqui. É que há tanto a dizer sobre o assunto.

                                                          Mas deixa que te diga que mesmo nas cidade, e mesmo em Lisboa, havia situações de fugir, situações de uma imensa miséria. As pessoas vinham do interior, não conseguiam emprego e ficavam amontoadas em bairros de lata. Um bom exemplo disso foi o ocorrido durante as cheias, foi uma vergonha, nem se sabia bem a identidade de quem tinha morrido.

                                                          Mas também não se pode dizer que a situação no interior do país fosse melhor antes de Salazar.
                                                          Editado pela última vez por Jbranco; 14 September 2017, 15:59.

                                                          Comentário


                                                            #59
                                                            Originalmente Colocado por XlPower Ver Post
                                                            Casos raros, a maior parte das pessoas nem passava da 4ª classe. E as vagas no secundário eram poucas, e então na universidade eram ainda menos.
                                                            Exacto. Os meus pais vao perto dos 70, ambos com a 4a classe, o meu pai comecou a trabalhar muito novo.

                                                            A verdadeira progressao social acontece na minha geracao e na da minha irma (nascida por volta do 25 de Abril), em que conseguimos completar o ensino superior vindos de 2 pais com a 4a classe. O que aconteceu comigo aconteceu com muitos outros, foi toda uma revolucao que aconteceu, o ensino superior deixou de estar reservado a uma elite o que possibilitou outras perspectivas de vida pra quem vinha de famílias mais humildes. Este é para mim um dos legados mais importantes do Portugal do pós 25 de Abril.

                                                            Comentário


                                                              #60
                                                              4ª classe? Bem bom! Eu, que não sou assim tão velho, ainda conheci muitos analfabetos.

                                                              Comentário

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