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Professores - Mais um incompetente no poleiro... - E este ainda é mentiroso...

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    #91
    Originalmente Colocado por joão vasco Ver Post
    Excerto de conversa com a minha mulher (professora), ao jantar há 8dias.

    Eu - então algo de novo?
    Ela - sim... não vais adivinhar. Diz ela calmamente
    eu - então!?
    Ela - hoje fique sem dois alunos
    eu - morreram de overdose?
    Ela - não foram presos.
    Eu - aquele que aguardava julgamento?
    Ela - não outros dois.
    Eu - o que fizeram?
    Ela - estavam se nada para fazer e decidiram assaltar uma loja à mão armada
    um deles achou graça a empregada violou a.
    Eu - como sabes?
    Ela - disse-me a namorada de um deles que está grávida.


    Tenho mais, muito mais ,aquela escola parece uma versão do Tarantino dos morangos com açúcar.
    Deves estar a falar deste assalto seguido de violação da empregada da loja
    http://www.correiomanha.pt/Noticia.a...9-DB7F3C22CCE7
    http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Soc...tent_id=111593

    Bons alunos estes do assalto....é com este tipo de alunos que o ministerio mais gosta de gastar recursos. Os que são aplicados...já não têm direito a nada, na optica do ministério.
    Editado pela última vez por Mezzo; 12 October 2008, 19:30.

    Comentário


      #92
      Mas os professores querem ser avaliados, há aqui um equívoco concerteza,...agora querem ser avaliados com justiça. A minha opinião está de acordo com a que foi dada por estes colegas:


      SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO MODELO DE AVALIAÇÃO EM NOME DA JUSTIÇA,DA TRANSPARÊNCIA DE PROCEDIMENTOS E DE UMA AVALIAÇÃO SÉRIA E CREDÍVEL.

      EXMO SR.
      PRESIDENTE DO CONSELHO PEDAGÓGICO DA
      ESCOLA SECUNDÁRIA DE S. PEDRO
      Os professores da Escola Secundária de S. Pedro, abaixo assinados, consideram a avaliação de desempenho um instrumento decisivo para o aprofundamento de competências e de práticas pedagógicas e científicas por parte dos docentes e, consequentemente, para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.
      Enquanto ferramenta central e sensível da vida escolar, a avaliação de desempenho não é compatível com traduções medíocres de paradigmas importados e anacrónicos, mesmo que tais dispositivos tenham, algures no passado, deslumbrado uma qualquer história pessoal de formação académica, como não é susceptível de poder ser vertida em modelos imperfeitos, quer estejam escorados, a montante, em actos levianos e injustos, quer proporcionem cobertura legal para falhas ou défices incontrolados na competência avaliativa, para incoerências e, mais grave, para distorções que podem emergir de antagonismos pessoais e profissionais, quando não de arrivismos de personalidade. Por outro lado, a avaliação de desempenho é um assunto demasiado sério, do qual depende o justo reconhecimento do empenho profissional dos docentes e a qualificação das aprendizagens escolares, não sendo, como tal, passível de se poder constituir como peça de estratégia política ou propagandística, seja ela qual for. Deste modo, defendemos a necessidade de se instituir nas escolas um modelo de avaliação do desempenho dos professores que seja capaz de implementar, de forma séria, diferenciações qualitativas entre as práticas docentes e de promover, verdadeiramente, o sucesso educativo, sem deixar margem para arbitrariedades, desconfianças, incertezas ou propostas minimalistas de simplificação incerta e vazia de conteúdo, sustentando-se, ao invés, numa formatação rigorosa, credibilizada, justa e exequível. Como tal, militamos a favor da abertura de um amplo debate nacional que possa ser gerador de um consenso alargado entre professores, actores políticos e tutela, de molde a garantir a definição de um modelo de avaliação consistente, que possa ultrapassar a conflitualidade actual, motivar os professores, fomentar a qualidade do ensino e contribuir para o prestígio da escola pública.
      Pelas razões que aduziremos à frente, o Modelo de Avaliação do Desempenho estatuído no Decreto Regulamentar nº 2/2008 não assegura a justiça e o rigor de que os professores e as escolas são devedores, nem protege, necessariamente, a valorização dos melhores desempenhos, de que a pseudo-avaliação, que o Ministério da Educação arquitectou no primeiro Concurso de Acesso a Professor Titular, foi um exemplo paradigmático.
      Em conformidade com o exposto, a decisão de suspendermos a aplicação do novo Modelo de Avaliação do Desempenho decorre da constatação do seguinte conjunto de limitações e de inconsistências:
      - Quando as novas abordagens de intervenção e as teorias da organização e gestão empresarial aconselham perspectivas “emic” de valorização e de envolvimento dos destinatários das medidas e decisões tutelares, rejeitando a proficiência das metodologias impositivas e o paternalismo autocrático orientado para o controlo de vontades racionais e legítimas, eis que a equipa ministerial insiste em impor políticas e modelos que merecem a reprovação da maioria dos professores;
      - A circunstância das recomendações relativas à elaboração e aprovação, pelos Conselhos Pedagógicos, de instrumentos de registo normalizados, previstos no Decreto Regulamentar nº 2/2008 e procedentes da Senhora Presidente do Conselho Científico de Avaliação dos Professores, se encontrarem sob efeito suspensivo, por força de providências cautelares intentadas pelas organizações sindicais.
      - A possibilidade efectiva deste Modelo de Avaliação do Desempenho colidir com normativos legais, nomeadamente, o Artigo 44º da Secção VI (Das garantias de imparcialidade) do Código do Procedimento Administrativo, o qual estabelece, no ponto 1, alíneas a) e c), a existência de casos de impedimento sempre que o órgão ou agente da Administração Pública intervenha em actos ou questões em que tenha interesses semelhantes aos implicados na decisão sobre tais actos ou questões. Ora, os professores avaliadores concorrem com os professores por si avaliados no mesmo processo de progressão na carreira, disputando lugares nas quotas a serem definidas;
      - Também a imputação de responsabilidade individual ao docente pela avaliação dos seus alunos, cuja progressão e níveis classificatórios entram, com um peso específico de 6,5% na sua avaliação de desempenho, configura uma violação grosseira, quer do Despacho Normativo nº 1/2005, o qual estipula, na alínea b) do Artigo 31º, que a decisão quanto à avaliação final do aluno é, nos 2º e 3º ciclos, da competência do conselho de turma sob proposta do(s) professor(es) de cada disciplina/área curricular não disciplinar, quer do Despacho Normativo nº 10/2004, o qual regula a avaliação no ensino secundário e estabelece, no nº 3.5 do Capítulo II, que “a decisão final quanto à classificação a atribuir é da competência do Conselho de Turma, que, para o efeito,
      aprecia a proposta apresentada por cada professor, as informações justificativas da mesma e a situação global do aluno.";
      - O modelo de avaliação instituído pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008 desorganiza e instabiliza as escolas pelo momento em que foi instituído, pelo excesso de procedimentos burocráticos e, fundamentalmente, pelo não conhecimento atempado de todos os requisitos legais e procedimentais indispensáveis para o concretizar, tornando a avaliação inexequível, sobretudo quando está em causa, quer a complexa e morosa reformulação e adaptação de documentos estruturadores da escola, como são o Projecto Educativo, o Regulamento Interno e o Plano Anual de Actividades, quer a definição do conceito de abandono escolar no ensino secundário ou a determinação do contexto socioeducativo (recordamos que os últimos dados da IGE reportam-se ao ano lectivo de 2004/2005). Para não referirmos a leviandade com que o processo foi lançado, quando ainda não estava constituído o Conselho Científico para a Avaliação de Professores (Artigo6º, ponto 2; Artigo 21º, ponto 3; Artigo 28º, ponto 2), não estava regulamentada a delegação de competências (Artigo 12º, ponto 2), não estavam aprovadas as ponderações dos parâmetros classificativos (Artigo 20º, ponto 2), não estavam fixadas as percentagens máximas para a atribuição das classificações de Muito bom e Excelente (Artigo 21º, ponto 4), não estava definido o regime de avaliação dos parâmetros classificativos previstos no nº 1 do Artigo 45º do ECD (Artigo 29º, ponto 4), não estava regulamentada a avaliação dos membros das direcções executivas que não exercem funções lectivas (Artigo 31º, ponto 1) e não estavam aprovados os modelos de ficha de avaliação (Artigo 35º);
      - Rejeitamos, em absoluto, os critérios que nortearam o primeiro Concurso de Acesso a Professor Titular, valorizando, acima de tudo, a mera ocupação automática de cargos nos últimos sete anos lectivos, independentemente de qualquer avaliação da competência e da adequação técnica, pedagógica ou científica com que os mesmos foram exercidos, deixando de fora muitos professores com currículos altamente qualificados, com uma actividade curricular ou extracurricular excelente e prestigiada, marcada por décadas de investimento denodado na sua formação pessoal, na escola e nos seus alunos. Esta lotaria irresponsável gerou uma divisão artificial e gratuita entre “professores titulares” e “professores”, criando injustiças insanáveis que minam, inelutavelmente, a credibilização deste modelo de avaliação do desempenho.
      - Repugna-nos que este Modelo de Avaliação do Desempenho, além de configurar uma arquitectura burocrática absurda e desajustada daquilo que é relevante no processo de ensinoaprendizagem, possa desencadear, no quotidiano escolar, processos e relações de extraordinária complexidade e melindre, mercê de contingências disparatadas, como os avaliadores de hoje serem avaliandos amanhã, e vice-versa, avaliadores com formação científico-pedagógica e académica de nível inferior aos avaliandos, ou ocorrerem avaliações da qualidade científicopedagógica de práticas docentes empreendidas por avaliadores oriundos de grupos disciplinares muito díspares (os quais, nem sequer foram objecto de uma formação adequada em supervisão e avaliação pedagógica, quanto mais científica);
      - O Ministério da Educação não está em condições de poder assegurar às escolas que muitos dos avaliadores possuam, além das competências de avaliação requeridas, uma prática pedagógica modelar, ou apenas razoavelmente bem sucedida, nos parâmetros em que avaliam os colegas. Em contexto escolar, parece-nos anti-pedagógico e contraproducente impor a autoridade por decreto, a partir de uma cegueira autocrática;
      - Ao contrário da convicção da Senhora Ministra da Educação, consideramos que não é legítimo subordinar, mesmo que em parte, a avaliação do desempenho dos professores e a sua progressão na carreira, ao sucesso dos alunos e ao abandono escolar (Decreto Regulamentar nº 2/2008, Artigo 8º, ponto 1, alínea b), desprezando-se uma enormidade de variáveis e de condicionantes que escapam ao controlo e à responsabilidade do professor, tendo em conta a dificuldade fáctica em ponderar, objectivamente, a diversidade e a incomparabilidade de casos e situações. Desta forma, criam-se condições desiguais entre colegas – por exemplo, as turmas são constituídas por alunos com diferentes motivações e especificidades; há disciplinas em que a obtenção de sucesso está mais facilitada, pelo que os resultados da avaliação dos alunos serão comparados entre disciplinas com competências e níveis de exigência totalmente diferentes; uns docentes são avaliados tomando em consideração provas de avaliação externa e outros não o são por inexistência das mesmas; as próprias provas de avaliação externa não obedecem aos mesmos critérios da avaliação interna. Parece-nos incontestável que os resultados dos alunos visam avaliar, tão-só, os próprios alunos, a partir de uma notável diversidade de critérios, como conhecimentos adquiridos, empenho, assiduidade, condutas e valores, os quais variam na definição e na percentagem atribuídas por cada escola. Outra coisa diferente e admissível é a existência de avaliações externas dos níveis de sucesso e de insucesso das escolas, enquanto instrumentos de reflexão e de intervenção com vista à melhoria de resultados;
      - Em concomitância com o afirmado anteriormente, existem dinâmicas sociais e locais, cujo impacto nas escolas é real, mas de mensuração difícil e, como tal, não se encontra estudado ao pormenor (como pressupõe o Modelo de Avaliação do Desempenho), relativamente às quais os professores são impotentes, não podendo assumir, naturalmente, o ónus por contingências que os transcendem, como sejam: as acentuadas desigualdades económico-sociais que afectam a sociedade portuguesa; o elevado número de jovens que vivem em situação de pobreza, em famílias desestruturadas ou cujos pais são vítimas de desemprego ou de ocupações precárias e mal remuneradas; a “guetização” de certas áreas residenciais, indutora de formas de socialização desviantes, de marginalidade e, consequentemente, de indisciplina na escola; a existência de elevados défices de instrução e de literacia entre os pais de muitos jovens que frequentam a escola; a falta de tempo, de motivação ou de saberes que permitam aos pais efectuar o acompanhamento escolar dos filhos ou, sequer, incutir-lhes o valor da aprendizagem escolar; as pressões familiares ou sociais para o abandono precoce da escola em troca de expectativas de trabalho e de remuneração. Além destas tendências, não podemos negligenciar as desiguais condições das escolas, nomeadamente, ao nível da qualidade e disponibilidade de equipamentos, da distribuição de alunos, quer com problemas e dificuldades acrescidas, quer com distintas resistências à disciplina e à aprendizagem, bem como ao nível dos suportes de acompanhamento psicopedagógico dos casos mais difíceis, para darmos apenas alguns exemplos;
      - Consideramos que este Modelo de Avaliação do Desempenho introduz um péssimo contributo para o rigor que é exigível num processo de avaliação, ao postular a indefinição e a subjectividade inerente a vários parâmetros de avaliação, como, por exemplo, a relação com a comunidade. E por falar em subjectividade, é previsível a confusão conceptual, que pode vir a ser
      gerada, entre ética e deontologia profissional (como, recentemente, ocorreu num agrupamento de escolas), escancarando-se a porta ao farisaísmo e à entrada de observáveis pantanosos;
      - Recusamos a rigidez e a inflexibilidade, meramente administrativas, nos critérios para a obtenção da classificação de Muito Bom ou de Excelente, penalizando o uso de direitos constitucionalmente protegidos, como ser pai/mãe, estar doente, acompanhar o processo educativo dos filhos, participar em eventos de reconhecida relevância social ou académica, acatar obrigações legais ou estar presente nos funerais de entes queridos;
      - Constatamos a inoperacionalidade da aplicação deste Modelo de Avaliação do Desempenho ao contemplar megadepartamentos que apenas eram considerados para o concurso para professores titulares (Artigo 4º, ponto 2, do Decreto-Lei nº 200/2007);
      - A complexidade e a variedade dos saberes, das ferramentas e dos recursos mobilizados, pode conferir à docência de alguns professores uma extraordinária multicomponencialidade, a qual não é susceptível de, em muitos casos, poder ser adequada e seriamente avaliada por um único docente avaliador. Em outras situações, os parâmetros da avaliação podem postular a utilização de recursos inovadores que muitas escolas não estão em condições de assegurar ou mobilizar;
      - Este Modelo de Avaliação do Desempenho produz um sistema, prevalentemente, penalizador e não performativo de futuros desempenhos, além de que não discrimina positivamente os docentes que leccionam ou desenvolvem projectos com as turmas mais problemáticas e com maiores dificuldades de aprendizagem;
      - Preocupa-nos o facto de este Modelo de Avaliação do Desempenho deixar transparecer sinais de penalização, ao invés do demagogicamente apregoado, para os professores mais rigorosos e mais exigentes na forma como abordam a leccionação dos conteúdos e classificam o desempenho dos seus alunos;
      - Repudiamos o acriticismo e o exacerbado voluntarismo que alguns Conselhos Executivos e alguns Coordenadores de Departamentos Curriculares colocam no cumprimento dos ditames ministeriais, tendo em conta o carácter gravoso (quando não a ilegalidade), para a qualidade e a seriedade da docência, decorrente dos actos que praticam, sobretudo quando não dispõem de mandato democrático para ir contra a vontade dos professores que os elegeram e que, por decreto governamental, perderão a capacidade de os destituir ou substituir. Que exemplo fantástico de democracia estamos a dar à sociedade e, sobretudo, à formação para a cidadania das gerações futuras. Não queremos acreditar que esta disponibilidade tenha a ver com eventuais contrapartidas, como a possibilidade aberrante e escandalosa, no quadro da lógica gestionária que enforma a política educativa desta equipa ministerial, de os Directores de Escola poderem ser professores não titulares. Neste âmbito, os professores da Escola Secundária de S. Pedro, abaixo assinados, reivindicam o direito a serem, formalmente, informados a propósito de todos os actos relacionados com a preparação da sua avaliação, que tenham sido desencadeados pelos órgãos executivos da escola;
      - As recentes medidas avulsas de pretensa simplificação, e flexibilidade, ao arrepio do legislado, mais adensam a certeza da arbitrariedade colocada na aplicação deste pseudo-modelo de avaliação onde o critério último de preocupação está bem longe da procura da excelência e da melhoria do ensino. Estas medidas avulsas mais põem a claro a leviandade de um processo que se pretende sério, honesto e justo e não um mero arrazoado burocrático maleável à medida das conveniências do momento, das situações, dos intérpretes e, como tal, gerador de uma imensidão de condições de desigualdade que vão originar concomitantes injustiças;
      - As razões em que ancoramos a nossa decisão de suspensão da aplicação do novo Modelo de Avaliação do Desempenho, são, igualmente, extensivas à aplicação do mesmo aos professores contratados, pelo que defendemos que os professores a que se refere a Circular nº B080002111G sejam enquadrados, para efeito de avaliação, na legislação anterior à publicação do Decreto Regulamentar nº 2/2008.
      Enquanto as limitações, as arbitrariedades e as injustiças aqui expostas não forem corrigidas, os professores da Escola Secundária de S. Pedro, abaixo assinados, suspendem a sua participação em toda e qualquer iniciativa relacionada com a avaliação do desempenho à luz do novo Modelo de Avaliação do Desempenho.
      Tendo em conta a seriedade e a gravidade das matérias implicadas no novo Modelo de Avaliação do Desempenho, professores da Escola Secundária de S. Pedro, abaixo assinados, advogam o direito de divulgar publicamente esta tomada de posição, para que outras escolas e os seus órgãos executivos e de coordenação pedagógica assumam também a responsabilidade de poderem contribuir para a defesa da qualidade do ensino e do prestígio da escola pública, impedindo este aventureirismo incompetente e irresponsável.
      Vila Real e Escola Secundária de S. Pedro, 1 de Abril de 2008
      Os professores
      Editado pela última vez por MariaHelena; 12 October 2008, 19:44. Razão: erros

      Comentário


        #93
        Já agora o user Maria Helena podia-nos dar uns tópicos sobre como é que os professores pretendem que seja efectuada a sua Avaliação de Desempenho para se poder de certa forma perceber com o que não concordam (perfeitamente transparente na carta dos professores de S. Pedro do Sul) e o que pretendem.

        Comentário


          #94
          Originalmente Colocado por Two Ver Post
          Já agora o user Maria Helena podia-nos dar uns tópicos sobre como é que os professores pretendem que seja efectuada a sua Avaliação de Desempenho para se poder de certa forma perceber com o que não concordam (perfeitamente transparente na carta dos professores de S. Pedro do Sul) e o que pretendem.
          Poderei vir cá outro dia responder ao que pretende, não agora, porque estou a fazer um relatório de uma acção de formação que fiz, cujo prazo termina amanhã, para além de fichas para as aulas de subsituição que tenho que entregar amanhã (mesmo não faltando, tem que estar feitas) , entre outras coisas e não me posso deitar tarde.

          O essencial é que a avaliação, seja isenta, transparente e justa.
          Posso dizer-lhe por exemplo que a minha Coordenadora de Departamento irá avaliar a professora de Ensino Especial, tarefa para a qual não tem competência, ela própria o afirmou. Por outro lado, ela irá ser avaliada pelo C. Executivo, que não tem competências científicas para avaliar a docente na sua área de especialidade, pelo menos no PEA. Como não há Inspectores que cheguem, o que interessa é a avaliação ser feita, não interessa, se se tem competência ou não, se é feita correctamente ou não.
          Os objectivos para o Bom, Muito Bom, Excelente, etc, ainda não estão delineados na minha escola, condição necessária, para os docentes estabelecerem os seus objectivos individuais. A questão é que o processo de avaliação veio cá para fora, mas não há meios para os colocar em prática e são as escolas que se vêm sobrecarregadas com esses processos, quando não têm estruturas para isso. Por outro lado as tarefas inerentes a este processo, são muitas, demasiado burocráticas, e pouco viáveis de realizar.

          Resumidamente em minha opinião, o processo deveria ser, a nível nacional e não de escola, porque uns estão a ser tratados de uma maneira e outros de outra, permitindo compradios inclusivé. Com pessoas menos bem formadas, poderão docentes virem a ser prejudicados, para além de permitirem a criação de lobbys entre docentes da mesma escola e haver graves injustiças, como passar o amigo, para além da competência. Por outro lado, há boas aulas sim, mas um observador de uma aula tem que adquirir, técnicas de observação e serem criados também instrumentos de avaliação adequados. Para adquirir estas competências que se ter formação, não é baseado no bom senso.
          Face a isto eu por exemplo estou a tentar actualizar-me e estou inscrita, no mestrado de Supervisão pedagógica na minha faculdade, pois se tiver que avaliar algum colega, mais tarde ou mais cedo, quero ter preparação e ficar de consciência traquila.

          A questão é que as escolas estão a ficar de tal forma sobrecarregadas, que não tem tempo para mais nada, especialmente para os alunos, que afinal é quem interessa.

          O que me parece neste tópico é que há falta de análise do processo educativo, mas sim um ataque feroz aos professores. Entendo o Processo educativo como um processo complexo, devendo ser analisado por uma abordagem sistémica e com conhecimento de causa. Afinal que Sistema de Ensino é este, que não formou adequadamente pelos vistos os professores, permitiu a bandalheira, permitindo a entrada, de gente que não está preparade e é competente?

          Se numa fábrica de panelas, se contraterem operários que não as sabem fazer de forma eficaz, os operários que são eficazes e tem preparação, tem que ser envolvidos, ou quem é o culpado é o patrão da fábrica, que permitiu e compactuou com esses contratos.

          Não queriam formação de professores mais baratas, nas Eses, não analisaram currículos, podendo por exemplo um professor de Inglês, ter didáctica da matemática, lol, ora aqui têm,... Mas afinal que formação de professores é que o sistema nos deu?
          Vamos penalizar, não a verdadeira causa, a bandalheira das carradas de licenciaturas, em todo o lado, os currículos mais idiotas, a falta de formação em ciências da educação. Lavamos isso tudo com a incompetência dos professores. Os pais da criança,mal sabem ler nem escrever, trabalham até às tantas, o aluno não tem o sucesso, ...não faz mal, não pudemos dar boas condições de vida a esse português, mas damos-lhe um professor, que tem que o ensinar,...se ninguém conseguiu fazer dele alguém,...não tem perdão, afinal ele deverá ter preparação para isso,...
          O que eu questiono aqui é diversidade de factores que contribuem para o seu mau funcionamento, mas que arranjando um bode espiatório, o professor é muito mais simples, do que aprofundar as verdadeiras causas do insucesso. As variáveis são múltiplas,...os professores são só uma,...
          Editado pela última vez por MariaHelena; 12 October 2008, 22:06. Razão: erros

          Comentário


            #95
            Bem, eu não sou grande adepto de muitos dos comportamentos tidos e palavras ditas nas últimas manifestações dos professores do ensino básico e secundário. Assisti a algumas e acho que esse comportamento prejudicou-os mais do que a quem eles pretendiam atingir, a Ministra da Educação. Por isso é que ela se manteve no seu lugar enquanto a imagem dos professores se degradou.


            Mas meus caros, por favor, Miguel Sousa Tavares + TVI ? Mas essa mistura tem alguma credibilidade?
            Por favor....

            Comentário


              #96
              Excelente post, Maria Helena

              Comentário


                #97
                Pelo que aqui tive oportunidade de ler, verifico que o sistema nacional de educação já anda a falhar há muitos anos.

                Comentário


                  #98
                  Originalmente Colocado por Mezzo Ver Post
                  Deves estar a falar deste assalto seguido de violação da empregada da loja
                  http://www.correiomanha.pt/Noticia.a...9-DB7F3C22CCE7
                  http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Soc...tent_id=111593

                  Bons alunos estes do assalto....é com este tipo de alunos que o ministerio mais gosta de gastar recursos. Os que são aplicados...já não têm direito a nada, na optica do ministério.
                  está descançado que o ministerio não gasta lá recursos nenhum.

                  Comentário


                    #99
                    Originalmente Colocado por Rodrigo Fernandes Ver Post
                    Professores - onde foi parar o respeito e importância dados a esta profissão?

                    Morreu com a revolução tão festejada em alturas de Abril. E com esse respeito morreram também todas as noções de dignidade e bom senso. Bem vindos à SELVA!
                    Não acho que tenha morrido aquando da revolução de Abril. Talvez tenha sido ferida com muita gravidade. Mas eu nunca insultei um professor nem me passou pela cabeça fazê-lo. (Tenho 24 anos).

                    Comentário


                      Originalmente Colocado por DêCêIi Ver Post
                      Tenho de concordar com o Miguel...


                      Afinal de contas, todos os anos há excedentes de inúteis (ou professores, como queiram) que teimam em querer apenas serem colocados onde lhes dá mais jeito...

                      Mas Portugal precisa dos professores mas não são todos no mesmo sítio, como eles (os inúteis) querem...

                      O mais engraçado é que os inúteis ainda não perceberam isto.

                      Até lá...
                      A questão que se coloca é se tu estás disposto a fazer aquilo que queres que os "inúteis" (como lhes chamas) façam.

                      Imagina então que és de Lisboa e após 3 anos a trabalhar nos Açores longe da tua família regressas para trabalhar mais 3 anos perto de casa. Começas a organizar a tua vida. Casas, tens um filho e depois disto vais 3 anos para Bragança.

                      Estes "inúteis" têm cada regalia...

                      Comentário


                        Originalmente Colocado por Valium Ver Post
                        Estou de acordo e o meu post é neste sentido.
                        Quanto ao desemprego, acrescentar se calhar o excesso de licenciaturas em determinadas áreas e a questão da colocação.
                        Esse ponto é muito debatido.
                        No entanto, apesar de poder ser uma solução, acho que todos têm o direito de tirar o curso que desejam, desde que tenham os mínimos para tal.

                        Comentário


                          Originalmente Colocado por mjm Ver Post
                          Os professores são tão inúteis quanto todos os inúteis que aqui escreveram posts...

                          Falar dos outros é fácil e, como já sabia, ao colocar posts de professores só podia dar polémica e os "desgraçados" que passaram pela escola, que certamente foram alunos exemplares, e apanharam os inúteis dos professores, tinham que vir cá contar as suas histórias horríveis...

                          E, como normal, se os meus professores foram/são inúteis, todos os professores são inúteis...

                          Felizmente, que não me sinto inútil, ou melhor sinto que o meu trabalho é muitas vezes inútil, o que é completamente diferente,

                          O mais curioso é que ainda há pouco tempo, os profissionais onde os portugueses mais confiavam eram os professores...

                          Vejam lá quem é mais inútil, o inútil em si, ou aquele que diz que é um inútil em quem mais confia.

                          Enfim...
                          Como diz o outro, "vão mas é trabalhar! Vão fazer algo de positivo para a sociedade"

                          Pois, é isso que faço todos os dias...


                          Nota:

                          Inútil
                          adj. 2 gén., não útil, improfícuo;

                          desnecessário;

                          escusado;

                          sem préstimo;

                          frustrado, baldado;

                          incapaz, inábil.

                          Porque não acabam com as escolas, afinal os professores são inúteis...
                          Bom post.

                          Comentário


                            Todos sabemos que só vai para professor quem quer, as coisas são assim e não há como fugir a elas. Quantos Portugueses têm que emigrar nas mais diversas profissões? Alguém se preocupa? Ouvem essas pessoas fazerem-se de vítimas?

                            Mas pronto, como sempre quer-se pôr os Srs Doutores a um nível bem mais elevado. Ainda bem que a ministra ainda tem o bom senso de tentar endireitar o que está mal há muitos muitos anos.

                            Comentário


                              Originalmente Colocado por PauloFVF Ver Post
                              Quem concorda com o MST não deve ter pensado muito sobre o tema....simplesmente pensou "ya o gajo é ciente e dá-lhe bués vamos concordar com ele"



                              Reparem bem na premissa....

                              "Os professores são os inuteis mais bem pagos do país?"


                              Isto é uma tanga descomunal...

                              1º é mentira porque existem inuteis melhor remunerados, tal como os actores e actrizes de novelas e filmes, os politicos, os traficantes de droga, os bosses da EMEL , e mais uns quantos afins.

                              2º Porque os professores não são de todo bem pagos, a não ser que considerem 1200€ e 1500€ ordenados bem pagos para alguém com 10/15 ou mais anos de carreira e formação superior.....

                              3º Porque se não existissem professores, então os vossos (e nossos) filhos poderiam todos ir aprender com os dzert e framboesas com açucar, com os filipe menezes e santanas lopes, e ainda poderiam ir comprar umas quartas á esquina para que em casa com um garrote no braço as pudessem mandar pa veia!




                              A maior aberração é o nosso sistema de ensino, a porcaria trampa pedaço de excremento sem razão aparente de existência, o buraco sem fundo, o poço sem água, o mar salgado demais, o céu nublado, o buraco no ozono, a gaja gorda do governo............o MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO!



                              O problema não é dos professores mas sim do sistema que está mal organizado, aliás nem está organizado!




                              O problema dos tugas é terem cérebros do tamanho de tremoços...........e tendem a pensar que a utilidade de um cargo ou função está bem visivel na sua remuneração! como os professores já não ganham mundos e fundos e têm que lutar por um lugar na escola nem que para isso tenham que ir para 300km de casa.......então já são considerados classe média baixa!

                              lol.....



                              desgraça.
                              De tudo que disseste só retirava o "LOL".

                              Poucas profissões levam trabalho de casa todos os dias. Poucas profissões trabalham em pontos diferentes do paísano a ano. Poucas profissões praticamente impossibilitam uma vida a dois.
                              Mas como é o estado que paga e não o Sr. X que paga o ordenado é um balúrdio. (Porque é com os impostos e tal...)

                              Gastar 250€ num telemóvel para o filhinho de 10 anos é que é empregar correctamente o € ganho com um trabalho árduo e útil!

                              Comentário


                                Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                                Por mim até pode ganhar milhões de Euros, afinal não sou eu que pago. Ao invés do caso dos professores em que eu, com uma ínfima parte, também contribuo.

                                Mas tudo está a mudar... Felizmente! Os Srs. Doutores (afinal é assim que gostam e exigem ser tratados, mesmo que só tenham uma licenciatura) finalmente estão a perceber que ser professor é só mais uma profissão, como tantas outras, e que portanto não são nem mais nem menos que ninguém neste mundo e como tal, devem no mínimo justificar cada € que todos nós pagamos.

                                E sim, concordo que os professores em inicio de carreira deviam ter melhores condições em vários níveis, já as raposas velhas.... E nem falo do desemprego porque isso meu amigo, só vai para professor quem quer.

                                Ps: também já reparei que não foi só esse meu professor que não gostou de ouvir uma "verdade inconveniente". Aqui no fórum há reacções que dizem tudo. Calma.... É preciso calma lol
                                1º "Não sou eu que pago...". Se não houvesse escolas públicas como educarias os teus (existentes ou futuros) filhos? No privado? Sim porque lá é que são bons.

                                2º Para quem não sabe, quem tira uma licenciatura (pelo menos na Educação) é Dr. X. Após o doutoramento é Doutor X. Se exigem, que não me parece (acho que só exigem que não os tratem por Filho da p... ou vac@)é porque o merecem.
                                Editado pela última vez por Hugo1984; 13 October 2008, 14:17.

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                                  Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                                  Todos sabemos que só vai para professor quem quer, as coisas são assim e não há como fugir a elas. Quantos Portugueses têm que emigrar nas mais diversas profissões? Alguém se preocupa? Ouvem essas pessoas fazerem-se de vítimas?

                                  Mas pronto, como sempre quer-se pôr os Srs Doutores a um nível bem mais elevado. Ainda bem que a ministra ainda tem o bom senso de tentar endireitar o que está mal há muitos muitos anos.
                                  Só vai para professor quem quer. Alguns vão porque é o que gostam e porque acreditam que é nessa área que serão melhores profissionais.

                                  Não sei quantos portugueses. Diz-me quantas profissões és obrigado (se quiseres trabalhar na área) a sair da tua região durante 5-10 anos?

                                  Comentário


                                    Originalmente Colocado por Hugo1984 Ver Post
                                    Só vai para professor quem quer. Alguns vão porque é o que gostam e porque acreditam que é nessa área que serão melhores profissionais.

                                    Não sei quantos portugueses. Diz-me quantas profissões és obrigado (se quiseres trabalhar na área) a sair da tua região durante 5-10 anos?
                                    Nem precisamos de ir muito longe para responder a essa questão... Os milhares de operários da construcção civil que trabalham em Espanha em condições precarias e são obrigados todos os dias a fazer 200km para lá e para cá não o fazem por gosto mas sim porque dadas as actuais circunstancias assim o exigem. E os investigadores que apenas podem desempenhar as verdadeiras funções para que estão qualificados fora do nosso país?

                                    Queres mais? É só uma questão de pensar mais um pouco... Desde pescadores a enfermeiros e só escolher.

                                    Comentário


                                      E já agora, para todos aqueles que concordam com os professores como uns inúteis:
                                      - quando o vosso filho chegar a casa radiante por saber multiplicar, não o felicitem! Procurem e no mínimo insultem o "inútil" que o fez conseguir tal coisa.

                                      - quando o vosso filho acabar o 12º ano e estiver excitado por poder tirar o curso superior que sunhou, reunam-se com os vossos amigos e façam uma espera a todos os "inúteis" que proporcionaram isso.

                                      - quando forem mais velhos, rezem para que os vossos filhos não tenham aprendido nada com os "inúteis" que trabalham na escola. Ainda se arriscam a ter uma velhice digna e a serem tratados com respeito e educação.

                                      Comentário


                                        Originalmente Colocado por Hugo1984 Ver Post
                                        Só vai para professor quem quer. Alguns vão porque é o que gostam e porque acreditam que é nessa área que serão melhores profissionais.

                                        Não sei quantos portugueses. Diz-me quantas profissões és obrigado (se quiseres trabalhar na área) a sair da tua região durante 5-10 anos?

                                        Hoje em dias tantas.........(e so reparar no Hannart)!!! Para onde ele para ganhar a vida.....

                                        Antes fosse so os professores!!!

                                        Comentário


                                          Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                                          Nem precisamos de ir muito longe para responder a essa questão... Os milhares de operários da construcção civil que trabalham em Espanha em condições precarias e são obrigados todos os dias a fazer 200km para lá e para cá não o fazem por gosto mas sim porque dadas as actuais circunstancias assim o exigem. E os investigadores que apenas podem desempenhar as verdadeiras funções para que estão qualificados fora do nosso país?

                                          Queres mais? É só uma questão de pensar mais um pouco... Desde pescadores a enfermeiros e só escolher.
                                          Conheces algum "trolha" que tenha estudado durante 16 anos para isso? Ou algum pescador?

                                          Os enfemeiros estão a sofrer de um mal semelhante aos dos professores. Nao lhes reconhecem a importância.

                                          Comentário


                                            Isso.... Faça-se lá o habitual discurso dos pobrezinhos! É que pelo menos eu, apenas exijo que os profs sejam tratados exactamente da mesma forma que qualquer outro trabalhador, NEM MAIS NEM MENOS.

                                            Comentário


                                              Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                                              Isso.... Faça-se lá o habitual discurso dos pobrezinhos! É que pelo menos eu, apenas exijo que os profs sejam tratados exactamente da mesma forma que qualquer outro trabalhador, NEM MAIS NEM MENOS.
                                              Nem os professores querem outra coisa.
                                              Paguem aos professores uma remuneração digna de um epecialista (porque o é) e possibiltem a conciliação da carreira com a vida pessoal.

                                              Comentário


                                                Originalmente Colocado por Hugo1984 Ver Post
                                                Conheces algum "trolha" que tenha estudado durante 16 anos para isso? Ou algum pescador?

                                                Os enfemeiros estão a sofrer de um mal semelhante aos dos professores. Nao lhes reconhecem a importância.

                                                Esses e quase todas as Lic. .... ja nao tem o valor que tinham.... é a lei da oferta/procura.....

                                                Há muita oferta de Lic. logo a importancia deste caí a pique por cada ano que passa.....

                                                Ter uma Lic. hoje em dia nao passa de uma especialização.... o resto é trabalhar..... visto bem os professores ate nem se podem queixar muito relativamente a outras profissoes letradas.....

                                                Comentário


                                                  Originalmente Colocado por Hugo1984 Ver Post
                                                  Conheces algum "trolha" que tenha estudado durante 16 anos para isso? Ou algum pescador?

                                                  Os enfemeiros estão a sofrer de um mal semelhante aos dos professores. Nao lhes reconhecem a importância.
                                                  Ao menos isso, já admitiste que queres que os professores tenham um estatuto especial em relação aos demais trabalhadores.... Pelo menos foste sincero, mas só tenho a dizer que não concordo nem posso aceitar isso dessa forma.

                                                  Se formos a analisar a importância de cada profissão então os profs são a que menos têm e, por essa ordem de ideias, os médicos a que mais têm, certo? Professores há muitos e em quantidade largamente superior à procura e médicos passa-se exactamente o contrário.

                                                  E mais uma vez se vamos a discutir nivel de habilitações (já que falaste nos 16 anos de estudo) então também posso presumir que um Engenheiro formado numa boa faculdade seja bem mais importante que um prof primário já que a dificuldade de um e outro curso são incomparaveis isto já para não falar nos conhecimentos adquiridos.

                                                  Mas volto a reiterar que para mim nada disto que discuti em cima está em causa, não é por essas razões que escrevo neste tópico, seria um acto bastante discriminatório no mínimo.

                                                  Comentário


                                                    Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                                                    Isso.... Faça-se lá o habitual discurso dos pobrezinhos! É que pelo menos eu, apenas exijo que os profs sejam tratados exactamente da mesma forma que qualquer outro trabalhador, NEM MAIS NEM MENOS.

                                                    Calma...

                                                    Exiges?!
                                                    mas, desde quando tens moral para exigir o que quer que seja dos outros...?

                                                    Preocupa-te com o teu trabalho, se é que trabalhas, e se tens alguma reclamação a fazer sobre algum professor em especial, vai às entidades correspondentes...

                                                    Agora, aqui no fórum, vir falar de forma arrogante, de que "exijo que os professores sejam"... isto ou aquilo, calma!

                                                    Em tua casa podes mandar tu e exigir o que te apetece, dos outros não exiges nada.

                                                    Se tens algum trauma em relação a algum professor, o melhor que tens a fazer é pedir ajuda especializada.

                                                    Um último apontamento, escreve-se professores e não profs, respeito, se faz favor.

                                                    Cumps.

                                                    Comentário


                                                      Originalmente Colocado por mjm Ver Post
                                                      Calma...

                                                      Exiges?!
                                                      mas, desde quando tens moral para exigir o que quer que seja dos outros...?

                                                      Preocupa-te com o teu trabalho, se é que trabalhas, e se tens alguma reclamação a fazer sobre algum professor em especial, vai às entidades correspondentes...

                                                      Agora, aqui no fórum, vir falar de forma arrogante, de que "exijo que os professores sejam"... isto ou aquilo, calma!

                                                      Em tua casa podes mandar tu e exigir o que te apetece, dos outros não exiges nada.

                                                      Se tens algum trauma em relação a algum professor, o melhor que tens a fazer é pedir ajuda especializada.

                                                      Um último apontamento, escreve-se professores e não profs, respeito, se faz favor.

                                                      Cumps.
                                                      Tens razão, é Sr. Doutor e não prof. Vocês sentem-se melhor e superiores quando são chamados de Sr. Doutor mesmo que não o sejam e nem o mereçam.

                                                      Quanto à tua atitude já não é a primeira vez que infringes uma regra do forum comigo e voltaste a repetir, só mostra a educação que tens e a diferença entre aquele que espero ser o meu futuro trabalho e o teu.

                                                      E sim, exijo o que quiser porque como tu também já disseste estamos num país livre e eu posso ter a minha opinião, até porque no fundo só estou a pedir igualdade. E por acaso apesar de ter apanhado péssimos professores no básico (como já referi a diferença para o superior é abismal) não tenho qualquer trauma, aliás pelo que já percebi dos teus post nem vou discutir isso contigo.

                                                      Como também já disseram o respeito que os profs, ups Srs Doutores, têm na opinião pública é o que eles me merecem.

                                                      Quanto a quem manda, aqui e acolá, mais do que eu me preocupar onde mando os profs é que têm que se preocupar em pelo menos tentar mandar nas turmas onde leccionam coisas que nem sempre conseguem.

                                                      Sem mais nada para te dizer, porque a nossa conversa acaba aqui, tem uma muito boa tarde, porque eu nunca dei trela a nenhum prof. (abreviatura de professor lol) e não é a ti que vou começar a dar. No entanto e como quem faltou ao respeito (pela segunda vez) foste tu, não pude deixar de responder.

                                                      Um grande abraço,

                                                      Bj40

                                                      Comentário


                                                        Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                                                        Tens razão, é Sr. Doutor e não prof. Vocês sentem-se melhor e superiores quando são chamados de Sr. Doutor mesmo que não o sejam e nem o mereçam.

                                                        Quanto à tua atitude já não é a primeira vez que infringes uma regra do forum comigo e voltaste a repetir, só mostra a educação que tens e a diferença entre aquele que espero ser o meu futuro trabalho e o teu.

                                                        E sim, exijo o que quiser porque como tu também já disseste estamos num país livre e eu posso ter a minha opinião, até porque no fundo só estou a pedir igualdade. E por acaso apesar de ter apanhado péssimos professores no básico (como já referi a diferença para o superior é abismal) não tenho qualquer trauma, aliás pelo que já percebi dos teus post nem vou discutir isso contigo.

                                                        Como também já disseram o respeito que os profs, ups Srs Doutores, têm na opinião pública é o que eles me merecem.

                                                        Quanto a quem manda, aqui e acolá, mais do que eu me preocupar onde mando os profs é que têm que se preocupar em pelo menos tentar mandar nas turmas onde leccionam coisas que nem sempre conseguem.

                                                        Sem mais nada para te dizer, porque a nossa conversa acaba aqui, tem uma muito boa tarde, porque eu nunca dei trela a nenhum prof. (abreviatura de professor lol) e não é a ti que vou começar a dar. No entanto e como quem faltou ao respeito (pela segunda vez) foste tu, não pude deixar de responder.

                                                        Um grande abraço,

                                                        Bj40
                                                        Como se costuma dizer, pela boca morre o peixe...

                                                        E pelo que escreves, dá para verificar que há algo que não bate certo.

                                                        Dizes que os outros têm um discurso de pobrezinhos e depois queixas-te que quebrei regras do fórum contigo, que eu saiba não há nenhuma regra especial para ti...

                                                        Depois bates na tecla dos profs e Srs. doutores... aguardo que expliques essa do Sr. Doutor, porque desconheço a interpretação...

                                                        Em relação à liberdade de expressão, estás a confundir conceitos... podes manifestar opiniões, mas não exigir aos outros... são coisas diferentes.

                                                        E para acabar a festa, revelaste mais uma vez a tua maneira de pensar, ou seja, e passo a citar particularmente, "Sem mais nada para te dizer, porque a nossa conversa acaba aqui, tem uma muito boa tarde, porque eu nunca dei trela a nenhum prof...."

                                                        Como é que podes ter boa imagem de um professor, se nunca os respeitaste? Mas, exiges que eles te respeitem.

                                                        Educação, sabes o que é?
                                                        Isso é que devias de exigir.

                                                        Enfim...

                                                        Comentário


                                                          Originalmente Colocado por Bj40 Ver Post
                                                          Ao menos isso, já admitiste que queres que os professores tenham um estatuto especial em relação aos demais trabalhadores.... Pelo menos foste sincero, mas só tenho a dizer que não concordo nem posso aceitar isso dessa forma.

                                                          Se formos a analisar a importância de cada profissão então os profs são a que menos têm e, por essa ordem de ideias, os médicos a que mais têm, certo? Professores há muitos e em quantidade largamente superior à procura e médicos passa-se exactamente o contrário.

                                                          E mais uma vez se vamos a discutir nivel de habilitações (já que falaste nos 16 anos de estudo) então também posso presumir que um Engenheiro formado numa boa faculdade seja bem mais importante que um prof primário já que a dificuldade de um e outro curso são incomparaveis isto já para não falar nos conhecimentos adquiridos.

                                                          Mas volto a reiterar que para mim nada disto que discuti em cima está em causa, não é por essas razões que escrevo neste tópico, seria um acto bastante discriminatório no mínimo.
                                                          Ora deixa-me lá ler isto com cuidado..

                                                          Então o professor tem a profissão com menos importância? Realmente os médicos são os mais importantes. Só não sei como chegaram lá sem educação própria dada pela profissão menos importante...Há menos médicos porque a Ordem dos Médicos é uma entidade competente. Que não cede a pressões. Já o Sindicato dos Professores é uma entidade ridícula e exploradora.
                                                          Pergunto outra vez? O professor é um inútil?

                                                          Presume o que quiseres. Já discuti esse assunto noutro tópico.
                                                          É perfeitamente ridículo dizer que este curso é mais difícil do que aquele..."Ah e o meu carro é melhor que o teu..."
                                                          Cada curso tem a sua dificuldade, em que esta é mais fácil ou difícil de superar pelo aluno. Tive colegas de faculdade que tinham dificuldades em cadeiras que eu não tinha, e o oposto.
                                                          Engenharia é mais difícil do que Educação? Educação é mais difícil que Direito? Não me venham com essas tretas...
                                                          Já agora... na tal boa faculdade que falas quem dá as aulas? Inúteis? Dizer que um engenheiro é mais importante que um professor... (também não digo o oposto...)

                                                          Comentário


                                                            Somente um esclarecimento:

                                                            Licenciado, indiferentemente da área - Dr.

                                                            Mestrado - Mestre

                                                            Doutoramento - Professor Doutor

                                                            Esta é a nomenclatura usada em Portugal e, sim no meu local de trabalho sou Drª, em outro lado qualquer, sou Maria Helena,...mas porque é que esta questão levanta tanto problema,....não percebo,...
                                                            Eu pessoalmente, acharia um pouco abusivo utilizar a nomenclatura de professor, essa só um catedrático a deve usar,...


                                                            Uma carta de uma mãe, retirada de outro fórum, que achei deveras interessante,...

                                                            Aviso já que o texto é longo.
                                                            Mas não se vão arrepender de o ler. Vale a pena.

                                                            "
                                                            Sr. Engº José Sócrates,


                                                            Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por
                                                            Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto
                                                            ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de
                                                            primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado.

                                                            Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas
                                                            penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o
                                                            ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei
                                                            em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe faz
                                                            bem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio
                                                            e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia).

                                                            Gostaria de começar por lhe falar do 'Magalhães'. Não sobre os erros
                                                            ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter
                                                            recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da
                                                            inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor
                                                            engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de
                                                            e-escolinha.

                                                            O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a
                                                            tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologia
                                                            dos factos associados ao projecto 'Magalhães':

                                                            . No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na
                                                            televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o
                                                            portátil Magalhães.

                                                            . No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz
                                                            na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas
                                                            quatro linhas de texto informando que o 'Magalhães' é um projecto do
                                                            Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar
                                                            entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com
                                                            espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação,
                                                            escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com
                                                            uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o 'Magalhães'.

                                                            . No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho
                                                            traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita,
                                                            no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros
                                                            'Magalhães' na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação
                                                            respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis.

                                                            . No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais
                                                            papéis, traz um 'Magalhães' debaixo do braço.

                                                            Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis
                                                            em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos
                                                            sobre a futura utilização e utilidade do 'Magalhães'. Às perguntas que
                                                            colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder.
                                                            Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma.

                                                            Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo
                                                            pensou para o 'Magalhães'? Que planos tem para o integrar nas aulas?
                                                            Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que
                                                            50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho,
                                                            mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar num
                                                            brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que
                                                            acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de
                                                            campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só
                                                            sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora.

                                                            Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum.
                                                            Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as
                                                            escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais
                                                            aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e
                                                            ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto
                                                            chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus!
                                                            Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas
                                                            iniciativas!

                                                            Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a
                                                            seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino
                                                            assente em medidas gratuitas.

                                                            Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com
                                                            Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da
                                                            nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela
                                                            miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua
                                                            professora de matemática e o seu professor de português. As imagens
                                                            sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por
                                                            contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática
                                                            escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina,
                                                            rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os
                                                            pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz
                                                            espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de
                                                            matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professor
                                                            de português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os
                                                            princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é
                                                            maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor,
                                                            então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se
                                                            o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da
                                                            emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via.
                                                            Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na
                                                            aula de português sorriam, entusiasmados.

                                                            Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com
                                                            emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha
                                                            vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive
                                                            das emoções, mas onde o rigor é 'obstinado', como dizem os poetas. Eu
                                                            já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois
                                                            lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado a
                                                            disciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que
                                                            para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os
                                                            erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética
                                                            não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o
                                                            que faltava, senhor engenheiro!

                                                            Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas
                                                            esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos
                                                            mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo,
                                                            senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor
                                                            engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está
                                                            a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar
                                                            as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma
                                                            geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca
                                                            desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao
                                                            nível da mediocridade.

                                                            Mas, por falar em Velho do Restelo...

                                                            ... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura
                                                            Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo
                                                            d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em
                                                            causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é
                                                            algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco
                                                            habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem
                                                            questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de
                                                            gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta
                                                            bater o pé. Para questionar, é preciso pensar.

                                                            Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão
                                                            distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inês
                                                            de Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava
                                                            a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do
                                                            discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito
                                                            de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as
                                                            suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda
                                                            hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o episódio
                                                            de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia,
                                                            espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20
                                                            anos.

                                                            Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra,
                                                            mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja que
                                                            perfeita e inequívoca imagem eles compõem:

                                                            'Estavas, linda Inês, posta em sossego,

                                                            De teus anos colhendo doce fruito,

                                                            Naquele engano d'alma ledo e cego,

                                                            Que a fortuna não deixa durar muito (...)'

                                                            Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue
                                                            ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto
                                                            branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos
                                                            pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer
                                                            bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no
                                                            leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam
                                                            às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade,
                                                            à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E
                                                            agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre
                                                            ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo?
                                                            Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos?

                                                            Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade
                                                            arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro,
                                                            é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa
                                                            História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la.

                                                            Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O
                                                            que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho
                                                            do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a
                                                            diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda
                                                            muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos
                                                            conteúdos programáticos por 'alegado teor pornográfico' e o de Inês de
                                                            Castro igualmente, por 'incitamento ao adultério e ao desrespeito pela
                                                            autoridade'.

                                                            Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do 'lápix' azul?

                                                            E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e
                                                            da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta
                                                            emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor
                                                            engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua
                                                            concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de
                                                            capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de
                                                            rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão
                                                            uma carga infinita de disciplina e rigor?

                                                            Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu
                                                            filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo
                                                            e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também
                                                            não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram
                                                            a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a
                                                            sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma
                                                            desonestidade acolá.

                                                            Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e
                                                            das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você
                                                            participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado
                                                            do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal
                                                            fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar
                                                            árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora,
                                                            mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e
                                                            a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.

                                                            Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me
                                                            refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho de
                                                            que ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a
                                                            sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da
                                                            escola. O resto é comigo.

                                                            Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos
                                                            pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a
                                                            escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o
                                                            meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as
                                                            redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola
                                                            é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho.
                                                            Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a
                                                            escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência e
                                                            rigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem
                                                            disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu
                                                            carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem
                                                            cumprido muito mal esse papel.

                                                            A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que
                                                            a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e
                                                            com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E
                                                            não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos
                                                            da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas
                                                            isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o
                                                            Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que
                                                            andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três
                                                            irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma
                                                            coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu
                                                            tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas,
                                                            curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado
                                                            pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente
                                                            e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos
                                                            reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das
                                                            ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro
                                                            ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade,
                                                            senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais
                                                            que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a
                                                            estudar.

                                                            Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem
                                                            sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido
                                                            para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí.
                                                            Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com
                                                            dificuldade em resolver este sistema de três equações a três
                                                            incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder com
                                                            a sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever
                                                            o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é
                                                            perfeitamente suficiente...

                                                            Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer?

                                                            E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da
                                                            sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de
                                                            quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos
                                                            professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja
                                                            real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta
                                                            uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar
                                                            por estúpida.

                                                            Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais
                                                            desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala,
                                                            tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de
                                                            ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste
                                                            Portugal é apenas 'os meus sentidos pêsames'.

                                                            Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é
                                                            que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à
                                                            vontade. Eu votei em branco. Mas, alto lá! Antes que você peça ao seu
                                                            assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da
                                                            política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto
                                                            da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é
                                                            conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente,
                                                            com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos
                                                            e escrevem obscenidades.

                                                            Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está
                                                            prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah...
                                                            espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há
                                                            castigos...

                                                            Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir
                                                            'senhor engenheiro para cá', 'senhor engenheiro para lá'. É que o meu
                                                            marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma.

                                                            Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus
                                                            E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só
                                                            por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho
                                                            dúvidas.

                                                            Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma
                                                            estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no
                                                            esquecimento. Nem no seu, nem no nosso.

                                                            'A que novos desastres determinas
                                                            De levar estes Reinos e esta gente?
                                                            Que perigos, que mortes lhe destinas,
                                                            Debaixo dalgum nome preminente?
                                                            Que promessas de reinos e de minas
                                                            De ouro, que lhe farás tão facilmente?
                                                            Que famas lhe prometerás? Que histórias?
                                                            Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? '

                                                            Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da
                                                            República Portuguesa,

                                                            Uma mãe preocupada "
                                                            Editado pela última vez por MariaHelena; 13 October 2008, 22:05. Razão: erros

                                                            Comentário


                                                              Infelizmente não vou poder o post em questão, pq tenho fichas para preparar e entregar esta semana.. A minha opinião já a exprimi à uns post atrás.. E realmente vejo que há por aqui mta confusão em relação aos professores. Não vejo o problema em os professores exigirem respeito na escola. É mto fácil ficar atrás de um PC a mandar bitaites sem nunca ter feito mais nada para além disso (pq se nota...)

                                                              BJ40 talvez se se tivesse aplicado um pouco mais, a sua imagem da educação fosse diferente... (Ou não...)

                                                              Já agora que escolaridade tem?

                                                              Comentário

                                                              AD fim dos posts Desktop

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