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Quanto dinheiro é dinheiro suficiente para deixar de trabalhar?

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    #61
    Acho que eu montaria um pequeno negocio, metia la uma pessoa a trabalhar, todos os dias la ia lhe chatear a cabeça 1 ou 2 vezes ao dia e seria este o meu trabalho


    Assim numeros por alto? 3 Milhoes seriam suficientes para realizar tudo o que eu gostaria de fazer na vida

    No entanto dou me por satisfeito por ter saude, ter trabalho que me forneça dinheiro para a comida e para pagar as contas O resto que vem sera tudo um bonus

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      #62
      Boas,

      Para mim podem ser 100.000€ por ano livre impostos resultantes de rendimentos sem chatices, casa paga, 4/5 carros de segmentos diferentes....

      Comentário


        #63
        Hoje pensei nisto. O dia correu tão mal que pensei "será que preciso mesmo disto?". O multibanco disse que sim...preciso, amanha lá estou outra vez.

        Tanto podiam ser umas dezenas de milhões para extravasar completamente, como podiam ser mil euritos por mês para gastar a viver numa praia paradisíaca, a beber fumar e usar calções o ano inteiro.

        Comentário


          #64
          Eu se tivesse dinheiro suficiente, a primeira coisa que faria era mudar de profissão: passava a filantropo.

          Além disso, e em vez de pensar em realizar projectos, imaginá-los e tentar concretizá-los, como já foi por cá referido (e muito bem), eu invertia a situação e passava a financiar esses projectos. Uma espécie de business angel.

          Permitir-me-ia dedicar-me à pesca quando me apetecesse, e ao mesmo tempo contribuir de alguma forma para o percurso evolucional da sociedade. Não fundo, não fazia nenhum mas com alguma utilidade.

          Comentário


            #65
            Originalmente Colocado por bimmer318tds Ver Post
            Eu se tivesse dinheiro suficiente, a primeira coisa que faria era mudar de profissão: passava a filantropo.

            Além disso, e em vez de pensar em realizar projectos, imaginá-los e tentar concretizá-los, como já foi por cá referido (e muito bem), eu invertia a situação e passava a financiar esses projectos. Uma espécie de business angel.

            Permitir-me-ia dedicar-me à pesca quando me apetecesse
            , e ao mesmo tempo contribuir de alguma forma para o percurso evolucional da sociedade. Não fundo, não fazia nenhum mas com alguma utilidade.

            Só por isto já te dava emprego na minha suposta herdade...

            Comentário


              #66
              Eu sou daqueles que preferia receber o 2º prémio do Euromilhões a receber o 1º, simplesmente porque uma pessoa com 500.000 ou com 1.000.000€ consegue manter uma vida normal e uma pessoa com 15, 50 ou 150 milhões tem de abdicar de muitas coisas do quotidiano de uma pessoa normal. Penso que com 150.000.000€ teria de passar a viver um pouco na clandestinidade ou no anonimato e acabaria por viver numa vida de excessos e ostentação.

              Aí com 1 milhão, comprava um bom apartamento no centro de Lx e comprava uma garagem grande onde iria colocar alguns carros do meu agrado (um Porsche 911 usado, um RR dos primeiros, uma Pão-de-forma, um Golf I GTI ou um 205 GTI para recuperar e um carro novo tipo Golf VII/Alfa Giulietta para usar no dia-a-dia para trocar com frequência). Trabalharia 9 meses por ano e os restantes 3 seriam para viajar na Pão-de-forma ou fazer outras viagens. Poderia também criar um pequeno negócio: um stand de usados ou uma escola de condução ou um pequeno hostel junto à praia ou um restaurante simples e típico.

              Comentário


                #67
                3 milhões para deixar de trabalhar e não fazer a ponta de um corno ou dedicar-me a um part time ligado ao turismo (até trabalhava de borla dependendo da actividade).

                1 milhão para cag@r em certas coisas e ser feliz. Já conheci gente nesta situação, era meu chefe.

                Comentário


                  #68
                  Originalmente Colocado por mdbc Ver Post
                  Eu sou daqueles que preferia receber o 2º prémio do Euromilhões a receber o 1º, simplesmente porque uma pessoa com 500.000 ou com 1.000.000€ consegue manter uma vida normal e uma pessoa com 15, 50 ou 150 milhões tem de abdicar de muitas coisas do quotidiano de uma pessoa normal. Penso que com 150.000.000€ teria de passar a viver um pouco na clandestinidade ou no anonimato e acabaria por viver numa vida de excessos e ostentação.

                  Aí com 1 milhão, comprava um bom apartamento no centro de Lx e comprava uma garagem grande onde iria colocar alguns carros do meu agrado (um Porsche 911 usado, um RR dos primeiros, uma Pão-de-forma, um Golf I GTI ou um 205 GTI para recuperar e um carro novo tipo Golf VII/Alfa Giulietta para usar no dia-a-dia para trocar com frequência). Trabalharia 9 meses por ano e os restantes 3 seriam para viajar na Pão-de-forma ou fazer outras viagens. Poderia também criar um pequeno negócio: um stand de usados ou uma escola de condução ou um pequeno hostel junto à praia ou um restaurante simples e típico.
                  Eu prefiro que ganhes o 1° prémio e me dês 149 milhões.

                  Comentário


                    #69
                    Originalmente Colocado por JDEM Ver Post
                    Diria que se ganhares 300 ou 400k com 1 milhão não deixas de trabalhar, se ganhares até 50k ano talvez... Com 2 milhões de certeza, eu deixava acho eu
                    A pensar na minha vida agora, com os gastos e dificuldades de hoje, talvez... mas sabemos que os "gostos" depois são diferentes.

                    Uns posts atrás referem "1 milhão era suficiente e comprava um bom apartamento em Lx", bem um BOM apartamento em Lx, provavelmente irá consumir entre compra e manter, esse milhão com alguma facilidade.

                    Por isso depende muito do que seja este não fazer o que se gosta e como. Para "amor e uma cabana" 100€ chega

                    Comentário


                      #70
                      Originalmente Colocado por Valium Ver Post
                      A pensar na minha vida agora, com os gastos e dificuldades de hoje, talvez... mas sabemos que os "gostos" depois são diferentes.

                      Uns posts atrás referem "1 milhão era suficiente e comprava um bom apartamento em Lx", bem um BOM apartamento em Lx, provavelmente irá consumir entre compra e manter, esse milhão com alguma facilidade.

                      Por isso depende muito do que seja este não fazer o que se gosta e como. Para "amor e uma cabana" 100€ chega
                      Existem alguns a 500000€ que já me chegavam. Também referi que não deixava de trabalhar. A garagem grande não precisava de ser em Lisboa.

                      Comentário


                        #71
                        Originalmente Colocado por mdbc Ver Post
                        Existem alguns a 500000€ que já me chegavam. Também referi que não deixava de trabalhar. A garagem grande não precisava de ser em Lisboa.
                        Obviamente e até mais barato, dependerá do estilo de vida que queiras.

                        Eu tinha lido e nem citei porque era mesmo apenas ilustrativo.

                        Comentário


                          #72
                          Acho que mais difícil do que definir um valor era ter a coragem para o fazer!

                          Comentário


                            #73
                            Sinceramente no minimo 10 milhões na Suiça seria suficiente para ponderar a reforma.O problema é que não poderia ser filantropo como desejo, mas la esta, não podemos ter tudo.

                            Comentário


                              #74
                              Como seria bom viver numa ilha paradisiaca, andar de chinelos, calçoes e uma camisola de cava

                              Comentário


                                #75
                                Originalmente Colocado por Lom Ver Post
                                Sinceramente no minimo 10 milhões na Suiça seria suficiente para ponderar a reforma.O problema é que não poderia ser filantropo como desejo, mas la esta, não podemos ter tudo.
                                Isaltino, és tu?

                                Comentário


                                  #76
                                  Originalmente Colocado por Fabio90 Ver Post
                                  Como seria bom viver numa ilha paradisiaca, andar de chinelos, calçoes e uma camisola de cava
                                  Então e as gajas bouas pá? Esqueces o mais importante!

                                  Comentário


                                    #77
                                    O que se discute é o fuck you money... O dinheiro que se precisa para se dizer fuck you lol

                                    Comentário


                                      #78
                                      Originalmente Colocado por 500c Ver Post
                                      Isaltino, és tu?
                                      Ele tem assim tanto??

                                      Comentário


                                        #79
                                        Trabalhar e ganhar muito com o meu trabalho, são coisas que me deixam naturalmente satisfeito.

                                        Quanto?

                                        Fazer com que o rendimento de cada ano fosse o suficiente para o resto da minha vida.

                                        Mas prefiro algo adicional. Criar emprego, criar riqueza para muitos.

                                        Como por exemplo, gerar emprego entre 100 a 200 trabalhadores por ano.

                                        Comentário


                                          #80
                                          Originalmente Colocado por JDEM Ver Post
                                          O que se discute é o fuck you money... O dinheiro que se precisa para se dizer fuck you lol
                                          nao conhecia esta expressão

                                          muito bom!

                                          Comentário


                                            #81
                                            É coisa que me passa bastante pela cabeça.

                                            E actualmente tudo é possível e tudo acontece.

                                            Há gente a viver com ''nada'' por escolha própria e feliz (encarando a vida de outra forma... os tais trajes menores e ''wildlife'' ), gente que largou a ideia do ''9 to 5 workday'' e de alguma forma se tornou feliz e bem abastado e até pessoas que vivem de coisas como apostas ou trabalho online a partir de casa. Exemplos diferentes mas que servem para mostrar o que é possível hoje...
                                            Muito comum? Claro que não.

                                            Quanto à quantia que me faria encarar o trabalho de forma completamente diferente, não sei mesmo. E com o dinheiro na mão todos mudamos e muitas vezes o muito passa a pouco.
                                            A certeza que tenho é que tinha de continuar a fazer qualquer coisa. Seja lá que actividade for. Mas por minha conta. Fosse ultra lucrativa ou um hobby que quase dá prejuízo.

                                            Não preciso de muito para estar bem. Gasto no que todos gastamos e, vendo bem a coisa, não preciso de muito mais. Gostava de ter dinheiro para gastar em automóveis, motas e gasolina. É das poucas coisa que realmente sou vidrado e tenho uma obsessão mais material.
                                            De resto, adoro estar com quem gosto, sair com os amigos, uma noite bem passada, um fim de semana memorável, enfim. Gastando 50 cêntimos num café ou 100€ num apartamento.

                                            Uma coisa que faria de certeza é dispensar os meus Pais de todos os deveres que têm. Gostava de os ver gozar a vida. Se pudesse, faria com que deixassem o trabalho e aproveitassem o tempo da maneira que bem entenderem de futuro. Idealmente faria isso com mais gente mas depois entramos na utopia.

                                            Em 2013 (quase) e em pleno século XXI, parece-me que já não existe nada que seja adquirido. Ninguém tem de viver como toda a gente, ter um emprego fixo ou procurar muito dinheiro. Portanto, quem sabe...

                                            Comentário


                                              #82
                                              150-200 milhões de €. Não deixava de trabalhar, tornava-me um artista

                                              Comentário


                                                #83
                                                Originalmente Colocado por b00ster Ver Post
                                                É coisa que me passa bastante pela cabeça.

                                                E actualmente tudo é possível e tudo acontece.

                                                Há gente a viver com ''nada'' por escolha própria e feliz (encarando a vida de outra forma... os tais trajes menores e ''wildlife'' ), gente que largou a ideia do ''9 to 5 workday'' e de alguma forma se tornou feliz e bem abastado e até pessoas que vivem de coisas como apostas ou trabalho online a partir de casa. Exemplos diferentes mas que servem para mostrar o que é possível hoje...
                                                Muito comum? Claro que não.

                                                Quanto à quantia que me faria encarar o trabalho de forma completamente diferente, não sei mesmo. E com o dinheiro na mão todos mudamos e muitas vezes o muito passa a pouco.
                                                A certeza que tenho é que tinha de continuar a fazer qualquer coisa. Seja lá que actividade for. Mas por minha conta. Fosse ultra lucrativa ou um hobby que quase dá prejuízo.

                                                Não preciso de muito para estar bem. Gasto no que todos gastamos e, vendo bem a coisa, não preciso de muito mais. Gostava de ter dinheiro para gastar em automóveis, motas e gasolina. É das poucas coisa que realmente sou vidrado e tenho uma obsessão mais material.
                                                De resto, adoro estar com quem gosto, sair com os amigos, uma noite bem passada, um fim de semana memorável, enfim. Gastando 50 cêntimos num café ou 100€ num apartamento.

                                                Uma coisa que faria de certeza é dispensar os meus Pais de todos os deveres que têm. Gostava de os ver gozar a vida. Se pudesse, faria com que deixassem o trabalho e aproveitassem o tempo da maneira que bem entenderem de futuro. Idealmente faria isso com mais gente mas depois entramos na utopia.

                                                Em 2013 (quase) e em pleno século XXI, parece-me que já não existe nada que seja adquirido. Ninguém tem de viver como toda a gente, ter um emprego fixo ou procurar muito dinheiro. Portanto, quem sabe...
                                                Onde? Just kidding

                                                Quando vou a algum café é sempre a 55 ou 60 cêntimos

                                                Comentário


                                                  #84
                                                  Originalmente Colocado por CarlosL Ver Post
                                                  Trabalhar e ganhar muito com o meu trabalho, são coisas que me deixam naturalmente satisfeito.

                                                  Quanto?

                                                  Fazer com que o rendimento de cada ano fosse o suficiente para o resto da minha vida.

                                                  Mas prefiro algo adicional. Criar emprego, criar riqueza para muitos.

                                                  Como por exemplo, gerar emprego entre 100 a 200 trabalhadores por ano.
                                                  Gerar emprego também seria dos meus interesses, criar empresas, exportar produtos portugueses etc

                                                  Comentário


                                                    #85
                                                    o homem frisou o deixar de trabalhar mas voces continuam a teimar

                                                    Comentário


                                                      #86
                                                      Originalmente Colocado por Fabio90 Ver Post
                                                      Onde? Just kidding

                                                      Quando vou a algum café é sempre a 55 ou 60 cêntimos
                                                      Eu pago 1€ em Sintra. Era só para o pessoal não se focar nisso mas mesmo assim não deu

                                                      Comentário


                                                        #87
                                                        Originalmente Colocado por TheMoBsTeR Ver Post
                                                        150-200 milhões de €. Não deixava de trabalhar, tornava-me um artista
                                                        Um artista tipo esta?



                                                        Não te quis comparar mas os ricos que se tornam artistas são mesmo uns verdadeiros "artistas"...

                                                        Comentário


                                                          #88
                                                          Para deixar de trabalhar e fazer o que mais queria (durante uns anos) não precisava de muitos €€€.

                                                          Os poucos que tenho, chegavam.

                                                          Falta é a coragem para tomar essa atitude.

                                                          Mas, mais ano, menos ano, é possível que perca o receio...
                                                          Entretanto, vou amealhando.

                                                          Comentário


                                                            #89
                                                            A questão da coragem para deixar de trabalhar é uma questão muito pertinente...
                                                            Eu há uns tempos, quando o negócio subitamente parou, pus a fazer contas à vida, pois apesar de ter casa paga, e uma almofada para viver durante alguns anos, sei que chegaria a um momento em que o dinheiro iria faltar. Felizmente a coisa compôs-se e voltou ao normal!

                                                            Peguei numa folha do excel e comecei a analisar vários cenários...
                                                            Tenho 30 anos, esperança de vida até aos 80, e considerando uma taxa de juro de 3.5% e uma taxa de inflação de 2%, cheguei as seguintes conclusões
                                                            para viver com 800€ por mês para o resto da vida precisava de 350 000€
                                                            para os 1000€/mês, seria necessário ter 430 000€
                                                            para os 1250/mês, precisava de 540 000€

                                                            Estes valores permitiam-me chegar aos 80 anos e estar a zeros..., e nada deixaria para a descendência a não ser a casa, que já estará velhota. Contudo também não entrei em linha de conta com possíveis heranças, mas tb heranças é a última coisa que quero receber, pelos motivos óbvios.

                                                            Posto isto, acho que algo como 1 milhão me faria deixar de ter preocupações financeiras, mas muito sinceramente, acho que nunca deixarei de trabalhar, porque tenho a sorte de gostar do que faço.

                                                            Comentário


                                                              #90
                                                              Originalmente Colocado por Rasec Ver Post
                                                              Na vossa opinião, quanto dinheiro precisariam de ter para deixarem de trabalhar e se dedicarem a fazer alguma coisa que realmente gostassem?
                                                              Nunca deixaria de trabalhar, simplesmente porque, desde pequenino, sei o que gosto de fazer e o que quero ser - e é precisamento isso a que me dedico.

                                                              Pessoalmente acho que muito mais importante que o dinheiro é trabalhar naquilo de que se gosta. Curiosamente, uma coisa normalmente leva à outra, pois, ao fazermos aquilo que gostamos, tornamo-nos muito bons naquilo - o que por sua vez faz com que possamos ganhar dinheiro a explorar as nossas aptidões.

                                                              Originalmente Colocado por Rasec Ver Post
                                                              Será que é mesmo só um problema de dinheiro? Ou será mesmo uma questão de coragem, sendo o dinheiro a eterna desculpa que adia decisões que nunca chegam a ser tomadas, não por falta de dinheiro, mas por falta de coragem?
                                                              Não sei se chamaria a isso coragem, talvez antes persistência e, acima de tudo, fé, a capacidade de acreditar em nós mesmos.

                                                              Uma coisa que reparei foi que há muita gente que chega à idade de escolher uma profissão sem ter a menor ideia do que gostariam de fazer. Não têm 'paixão' por nada.

                                                              Obviamente que a mim isto me faz confusão apesar de ser o mais comum. Sempre tive a sorte de saber o que queria fazer e ainda por cima até tenho um leque de interesses diversificado: se por qualquer motivo não pudesse fazer o que faço, não me faltariam outros campos de interesse a que me dedicar.

                                                              Quem tem uma paixão por algo nunca terá dúvidas. Pelo contrário, é não fazer aquilo de que se gosta que se torna quase impossível.

                                                              O problema que se põe a estas pessoas é o conseguir rentabilizar aquilo que gostam de fazer, e é aqui que muitos que têm a sorte de ter uma paixão ficam pelo caminho: o percurso é longo e cheio de escolhos, e por vezes solitário quando poucos acreditam em nós. Se não existir a tal fé e capacidade de persistir, o mais natural é desistirem e acomodarem-se num emprego qualquer: ao fim de algum tempo, dos sonhos não lhes restará mais que a sua memória.

                                                              Para ilustrar isto (pode ser que a minha história inspire alguém) tenho o meu exemplo e o da minha mãe. Esta quando era nova tinha muito jeito para o desenho e gostaria de ter sido estilista - pelos desenhos e criatividade que vi, não tenho a menor dúvida que teria sido uma excelente estilista. Acima de tudo, teria sido muito feliz a fazer aquilo de que gostava.

                                                              Infelizmente o meu avô não via as coisas da mesma maneira e quiz que ela tirasse um curso mais prático ($$$) para a altura: o de enfermeira. Ela cedeu e nunca mais se dedicou aos desenhos.

                                                              Curiosamente herdei dela o gosto pelo desenho, que começou quando tinha 7 ou 8 anos: passava a vida em casa a fazer banda desenhada. Lembro-me perfeitamente que a minha maior frustração, quando fracturei o escafoide do pulso direito, foi a de não poder desenhar - cheguei a partir o gesso todo para conseguir mover os dedos da mão e assim poder desenhar mesmo com o pulso partido, o que me valeu várias ameaças do médico que me acompanhava.

                                                              Por incrivel que pareça, a minha mãe, apesar do que passou com o seu próprio pai, não via futuro nenhum naquilo: adolescente, tive que aguentar pressões constantes para me dedicar a 'algo mais sério'.

                                                              Um dia estava a mostrar os meus desenhos a um amigo na escola quando o dono de uma das primeiras empresas de cursos de micro-informática em Portugal (estamos a falar do tempo do Sinclair ZX-80 e ZX-81) viu os mesmos e me convidou para trabalhar com ele. Isto por sua vez levou a um convite para fazer ilustrações para revistas Portuguesas de micro-informática.

                                                              Apesar de saber perfeitamente que ainda não estava preparado para entrar no mercado de trabalho (estava no 11º ano) decidi deixar de estudar durante um ano apenas para provar a quem não acreditava em mim que, de facto, podia mesmo ganhar dinheiro com o meu 'hobby'.

                                                              Como disse, sempre tive vários interesses: adorava ficção ciêntifica e esta exposição directa aos micro-computadores eventualmente levou a que eu trocasse uma paixão por outra: influenciado por um jogo para o Zx-Spectrum chamado 'O Hobbit', onde, pela primeira vez num jogo de aventuras as personagens pareciam ter vontade própria e faziam aquilo que queriam, quiz fazer algo parecido e resolvi trocar o desenho pela micro-informática.

                                                              Voltei aos estudos e lá prossegui com a minha nova paixão, apesar de nem sequer ter um computador em casa: sem dinheiro, fazia os meus programas num bloco de notas no café e apanhava boleia nos semáforos para a Parede, onde, durante a hora de almoço, podia experimentar os meus programas numa loja de informática que lá existia.

                                                              Alguns de vocês, do tempo do Zx Spectrum, poderão ter usado um dos programas que escrevi: um copiador chamado OMNICOPY II.

                                                              Para não me estar a alongar muito, com o passar dos anos fui arranjando empregos como programador em várias empresas, mas aquilo sabia sempre a 'pouco' pois limitava-me a 'fazer salsichas' (isto é, programas de Gestão Comercial e afins) quando sabia ter potencial para muito mais.

                                                              Portugal sempre foi muito limitado nas oportunidades que oferece, e, no fim, o que me 'salvou' foi a Internet, ao dar-me acesso ao mercado global.

                                                              Um dia tive que escolher entre arranjar mais um emprego de fazer salsichas ou fechar-me em casa a fazer uma aplicação do meu gosto que pudesse mais tarde comercializar através da Internet.

                                                              Aqui entra a tal 'fé' (também há quem lhe chame coragem, e outros inconsciência): pedi um empréstimo ao banco para poder passar alguns meses em casa sem me preocupar com a renda e dediquei-me ao trabalho. Hoje, 14 anos depois, é disso que tiro uma vida confortável - e adoro aquilo que faço.

                                                              Mesmo isto não foi fácil: por minha própria culpa, tive uma fase intermédia onde nem dinheiro para um misero café tinha. Nessa altura pensei várias vezes em desistir e arranjar um emprego normal, mas sabia que, se o fizesse, aquele sonho morria. Portanto persisti, fechei-me em casa a trabalhar que nem um doido durante um par de anos e consegui novamente dar a volta.

                                                              Fé, persistência e alguma sorte, é o que eu julgo ser a 'receita': a capacidade de não desistir perante a adversidade e o acreditar em nós próprios. O resto vem naturalmente por acréscimo.

                                                              Originalmente Colocado por Rasec Ver Post
                                                              Já vi gente a ser feliz com tão pouco, e gente com tanto que vive eternamente insatisfeito, sempre à procura de mais. Qual será o ponto de equilíbrio?
                                                              O ponto de equilibrio, como alguém já escreveu aqui, é o teres uma vida confortável (mas sem excessos) onde tens dinheiro no banco para uma qualquer emergência. É o dares valor aquilo que já tens em vez de estar sempre à procura do próximo brinquedo (e assim viveres eternamente insatisfeito).

                                                              O estar 'sempre à procura de mais' tem um nome: chama-se ganância. Acontece quando se confunde os meios de se chegar a algo com o próprio objectivo. Muitos são os que se deixam cegar pela mesma, esquecendo-se pelo caminho que o que realmente importa são as pessoas e não os bens materiais: é a familia e os que estão à tua volta.

                                                              No fim, por mais dinheiro que tenhas acumulado, o mesmo não te salvará de morrer como todos os outros. E, nessa altura, vais olhar para trás e fazer um balanço da tua vida, de como perdeste a infância dos teus filhos e o amor dos que te rodeavam porque estavas demasiado ocupado a acumular cada vez mais riqueza. E para quê?

                                                              Que interessa ter um bom carro, um barco e/ou um jacto particular para ires a qualquer ponto do mundo se depois não tens ninguém que goste realmente de ti com quem partilhar isso?
                                                              Editado pela última vez por JcRabbit; 05 December 2012, 00:46.

                                                              Comentário

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