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Crise desde 2011, 2022,... 2030... Até quando?[AVISO Página#2709-Post#81255]

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    A Venezuela é o futuro


    A fim de vislumbrar o que há-de vir, os ingénuos assistem na internet a conferências TED, compram revistas sobre gadgets ou viciam-se em ficção científica. Se os ingénuos habitarem entre o Minho e o Algarve, farão melhor em acompanhar a actualidade venezuelana. Na hipótese de isto correr conforme os pessimistas esperam, está lá o que nos espera.

    É escusado recuar demasiado: apenas nos últimos dias, a miséria local subiu a níveis que fazem a austeridade da troika assemelhar-se ao conforto de Beverly Hills. Numa cedência à ecologia, a electricidade desaparece durante quatro horas diárias. Numa medida de elementar justiça social, os funcionários públicos trabalham apenas às segundas e terças de manhã. Numa medida de pedagogia experimental, as escolas fecham às sextas. Num gesto de incentivo à poupança, os centros comerciais abrem a meio gás. Numa prova de resistência ao consumismo, os cidadãos aguardam em filas a aquisição de luxos como roupa e comida. Numa afirmação dos valores colectivistas, o desodorizante é partilhado a quase dois euros por dose na axila. Num grito de revolta contra a ditadura dos relógios, o fuso horário desloca-se meia hora. Numa inquestionável vitória sobre o colonialismo, a língua oficial passa a ser o sueco.

    Só a última mudança é uma graçola de Woody Allen. Mas o ímpeto da revolução bolivariana é tal que ninguém se surpreenderia. Infelizmente, julgo que muitos portugueses ainda se surpreendem face às comparações com o nosso caso (no sentido clínico). Aos cépticos, lembro que, pormenores à parte, em Caracas a coisa também começou assim, com o poder tomado por um bando de rústicos, nostálgicos do comunismo ou meros oportunistas de carreira. E também houve bazófia, proclamações de soberania, injúrias a imperialistas imaginários, juras de amor à liberdade, promessas de imparável progresso. E não faltou o anestesiado clima inicial, em que se tomou por normal e até simpática a consagrada receita do desastre. E não faltaram a fé, o foguetório e as subidas sucessivas do salário mínimo, que de salto em salto ronda hoje os treze dólares mensais. E não faltou a indigência, perdão, a diligência da "intelectualidade" internacional, que tipicamente apressou-se a venerar os rústicos: a Venezuela é o futuro, repetia-se aqui e ali num passado relativamente recente.

    O resto será história, mais exactamente a história do costume sempre que o catequismo marxista ilumina os povos. Apesar de especificidades regionais, petrolíferas e monetárias, quando duas experiências principiam de igual modo, não é improvável que terminem de modo parecido. Para já, Portugal encontra-se na fase do fervor autonómico, na qual se recusa toda a ingerência externa que não consista em empréstimos incondicionais. Com um bocadinho de azar, e outro de impaciência estrangeira com malucos, chega-se não tarda ao desodorizante repartido, às velinhas ao serão e à atribuição de culpas à ingerência externa (excepto esmolas, por favor). De caminho, aprende-se pela enésima vez que a realidade não se estabelece por decreto.

    Claro que tudo, incluindo a penúria, tem vantagens. Enquanto, aos poucos e a custo, a Europa reconhece a calamitosa ascensão do islamismo dito radical, a originalidade indígena arranjou uma calamidade para se desgraçar primeiro: uma aliança de lunáticos empenhados em afundar-nos no exotismo do Terceiro Mundo. Literalmente no fundo, talvez os terroristas não deem por nós. Pela Venezuela ninguém dá nada.


    Sexta-feira, 29 de Abril

    Primavera marcelista

    Os obcecados por números talvez notem que o défice vai de vento em popa, que a dívida pública aumenta com galhardia e que o governo anunciou 120 medidas até 2020, quase todas destinadas a investir fortemente na despesa. Felizmente, um modelo de ponderação garantia que os portugueses não são números, mas pessoas. Pessoas como o dr. Costa, que quando não está a rir sabe-se lá do quê está a jurar que não admite (ouviram?) salários baixos.

    Pessoas como o ministro Centeno, que já riu mais. Pessoas como os dirigentes das duas agremiações comunistas que suportam o dr. Costa, que fingem contestar o poder enquanto de facto o ocupam. E pessoas como Sua Excelência, o Senhor Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.

    No discurso do 25 de Abril, o PR traçou um retrato fidelíssimo do país. Só que não do nosso. É um país onde as pessoas "estão a viver a saída de uma crise". Um país onde os cidadãos começam a "reacreditar (peço desculpa) no futuro". Um país onde todos "vivem já uma distensão, impensável há escassos meses". Só se for muscular, de tanto abrirem a boca perante as intervenções de Sua Excelência.

    Porque é que o prof. Marcelo diz coisas assim? Há por aí inúmeras teses. Ele deseja a permanência do governo. Ele alimenta uma velha e discreta amizade com o dr. Costa. Ele não consegue despir (salvo seja) o fato de comentador.

    Ele sonha com a "descrispação" (peço desculpa) do clima político para evitar maçadas. Ele quer o povo unido e disponível para o aclamar em uníssono. Ele acredita de facto no que diz (e em unicórnios).

    Até se perceber qual destas teorias resiste, uma outra teoria desabou com estrondo: a de que a "distância" do anterior presidente era nociva e condenável. Mal li que o prof. Marcelo tenciona visitar três mil freguesias, e previsivelmente aliviar-se de quinze mil opiniões extravagantes, pensei logo nos "silêncios" de Cavaco Silva, um santo homem.
    http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/...o-5152157.html



    Para desenjoar, um artigo de opinião do Alberto Gonçalves, alguém realmente de direita e sempre assertivo nas suas crónicas, ao contrário do Pacheco Pereira que nem é uma coisa, nem a outra...

    Comentário


      Originalmente Colocado por Frecciarossa23 Ver Post
      n bate palmas à neo-liberalha, é o problema dum Social-Democrata, num partido cujo nome é... Partido Social Democrata!
      E ele é q é o traste, o hipócrita, o vendido, enfim... vê-se bem a coerência do pessoal q apoia o coelhote...
      Percebe-se bem o ataque violento a quem destoa do seguidismo aprendido nas universidades de Verão, tanto mais, quando se denuncia a falta de coragem de bandos de hienas sentados ao teclado e de como se comportam pela net; "estou a falar de apoiantes do PSD e do CDS, do extinto PAF, muitos “jotas”, mas também gente adulta que enfileirou nos últimos cinco anos do “ajustamento”, vindas de alguns think tanks e amadores da manipulação comunicacional que se formaram nestes anos.

      São também alguns colunistas no
      Observador, no Sol, no extinto Diário Económico e nos sites que estes jornais patrocinam
      ".

      E que todos podemos observar no comportamento anti-social e psicótico do costume; "Não são um grupo muito numeroso, mas escrevem todos os dias e em quantidade, parecem estar de patrulha nas caixas de comentários e no twitter e são muito agressivos. Não se coíbem em usar citações falsas ou manipuladas, boatos, calúnias e insultos (Costa é o “monhé” e o “chamuça”, por exemplo). É na vida política portuguesa um fenómeno novo e não adianta dizer que o mesmo existe à esquerda, porque não é verdade.".

      Percebe-se bem a mentalidade distorcida e subvertida que pretendem branquear na sua argumentação já batida e que Pacheco Pereira denuncia de forma tão clara; "Para eles, Portugal é socialista desde o 25 de Abril, com excepção dos anos do governo Passos-Portas, e é governado por uma “oligarquia” de políticos e sindicatos ao serviço do tamanho do estado, como garantia dos seus proventos.

      Este conceito de oligarquia é interessante porque inclui os funcionários públicos, o aparelho sindical, todos os que fazem greve em empresas públicas, e todos os políticos que são apresentados como o braço armado dessa oligarquia.

      A oligarquia muito curiosamente não inclui os grandes empresários, os homens da finança, os lóbis junto do poder político, como os escritórios de advogados de negócios, e os donos dos
      offshores. Bagão Félix faz parte da oligarquia, junto com Carvalho da Silva, Boaventura Sousa Santos, e Ana Avoila, mas Eduardo Catroga, Carrapatoso, Ferraz da Costa, Bruno Bobone e Paulo Portas não.
      "

      Comentário


        Eppur si muove - apesar de tudo, a Terra move-se.

        E apesar de tudo move-se: a "realidade" ameaçada pelas surpresas

        JOSÉ PACHECO PEREIRA
        16/04/2016 - 08:20

        PSD é o Grande Sacerdote da “realidade” pelo que será sempre o último a perceber. Dizem que o CDS percebeu


        Sim, apesar de tudo, a Terra move-se. Apesar dos “mercados”, apesar do “não há alternativa”, apesar da “realidade”, a nova palavra que a direita usa para qualificar o statu quo quando está no poder ou quer lá chegar. Quando chama Deus para as suas fileiras e chama Deus à “realidade" . Apesar de tudo, move-se. De forma caótica, inesperada, desigual, sem direcção nem sentido, mas, na história que não tem H grande, costuma ser assim. Nada nos garante que se chegue a algum lado, ou que se chegue a um lado melhor, – o mais provável é sempre que se chegue a um lado pior – mas é assim mesmo. Vejam-se várias surpresas que a mudança, ou talvez o Demónio, faz à “realidade”.

        Surpresa – temos em Portugal um governo de “maioria de esquerda”. A surpresa é tanta que muita gente ainda não percebeu o que se passou, do PS, ao BE, ao PCP, e terminando no PSD, que não só não percebeu o que se passou, como tem enorme dificuldade em aceitar… que a “realidade” é outra. O PSD é o Grande Sacerdote da “realidade” pelo que será sempre o último a perceber. Há quem diga que o CDS percebeu. Vamos ver.

        “Realidade” – a radicalização política veio para ficar. Marcelo, o Grande Distensor, faz o que pode, mas rapidamente esgotará o pouco que pode. Não tem a “realidade” do seu lado. Hoje toda a gente quer posicionamento, lados, fileiras, ou estás comigo ou contra mim. Não é de agora, mas como as coisas estão mais cataclísmicas, a parada dos “lados” sobe bastante.

        Surpresa – temos Marcelo a Presidente. Pensando bem é mais surpreendente do que parece.

        “Realidade” – a Nemesis do governo Costa será aquilo a que hoje chamamos a “Europa”. E não falta muito.

        Surpresa – a declaração Costa–Tsipras é um facto inédito na política europeia. Pela primeira vez um governo da União fez coro com os excomungados gregos contra a ideologia da “austeridade”. Pode não valer muito face aos poderosos do Eurogrupo mas irritou-os certamente. Como o governo Costa não poderá nunca esperar mais do que alguma cosmética desses zeladores da ortodoxia do “ajustamento”, irrita-los não é irrelevante.

        Surpresa ou “realidade”? – eu ainda sou capaz de me surpreender com a patetice de um partido que, no meio da tempestade, que pelos vistos não vê no horizonte, acha relevante conduzir uma causa “fracturante” contra um papel, o Cartão do Cidadão, em nome do “combate ao sexismo”.

        “Realidade” – é uma vergonha, para não lhe chamar outra coisa, ver a logomaquia sobre a “legalidade” dos offshores. Os offshores não são uma anomalia abusiva da “realidade” dos “mercados”, são uma coisa absolutamente aceitável e defensável para quem tem dinheiro, e pode fazer “planeamento fiscal”. Os offshores só são ofensivos para quem está do lado errado do “ajustamento”. Vai ficar tudo na mesma.

        “Realidade” - a “mudança” de política, proclamada pelos jornalistas depois do último Congresso do PSD, não existiu. O PSD actua em todos os casos como se a jugular do governo Costa estivesse a latejar ao seu lado. As palavras do Congresso não disfarçam o estilo. São bons tempos para os “novos” PSD como Carlos Abreu Amorim.

        Surpresa – não temos governo em Espanha, nem parece que venhamos a ter nos tempos mais próximos. Os novos partidos Ciudadanos e Podemos não conseguem chegar ao poder, o PSOE consegue ser ainda mais reaccionário do que o PS, e o PP ameaça ir parar todo à cadeia ou carregar o fardo dos offshores. Já é menos surpresa o efeito bloqueador da questão independentista, mas mesmo assim atingiu nos últimos anos um patamar de tudo ou nada. A Espanha é o exemplo mais flagrante de como os anos do “não há alternativa” minaram o sistema político democrático e o tornaram disfuncional.

        Surpresa – temos um candidato às eleições americanas, Bernie Sanders, que tem conseguido resultados consideráveis para a nomeação do Partido Democrático que diz que é “socialista” e muitos eleitores votam nele. Nos EUA é da ordem do milagre.

        Surpresa – temos um candidato à nomeação republicana, Trump, que é ao mesmo tempo amigo de Putin e inimigo de quase todos os amigos dos EUA (os países europeus da OTAN, os aliados árabes, os turcos, os moderados latino-americanos, etc.). Ele não chegará lá, mas isto chama-se brincar com o fogo.

        Surpresa – temos um candidato à nomeação republicana, Trump, que levou o populismo para muito além do Tea Party, deixando a elite republicana, ela própria “feita” pelo Tea Party, a parecer moderada. Quando olho para a cara de um homem como Ted Cruz, um puro produto do radicalismo republicano dos últimos anos, acho que Deus escreve direito com linhas muito tortas.

        “Realidade” – conseguimos tornar a política ocidental (EUA, Reino Unido, França) no Médio Oriente ainda mais confusa e sem saída do que tem sido nas últimas décadas.

        “Realidade” - os turcos estão a ficar cada vez mais “islamizados” dentro e permanecem “ataturkianos” fora e por isso atacam os curdos com um vigor que nunca tiveram contra o ISIS. A herança de laicidade do estado turco, assente nas Forças Armadas, tornava a Turquia na excepção no mundo muçulmano. Agora, está cada vez menos ataturkiana com Erdogan, mas cada vez mais nacionalista ou pan-turca. Para a Europa, mostra o grande erro de ter prometido à Turquia entrar para a União, e depois tirar-lhe o tapete. Para os EUA, para quem os curdos são o principal aliado na luta no terreno contra o ISIS e um factor estabilizador no Iraque, esta evolução da Turquia é um desastre

        Surpresa – a Rússia conduz uma das políticas externas mais eficazes dos dias de hoje. A começar pela Síria. Usando todos os meios, determinação, habilidade, inteligência, diplomacia e força.

        “Realidade” – a Rússia com Putin faz aquilo que os bolcheviques fizeram com a política externa czarista: mantiveram os objectivos tradicionais da política russa assegurando o que consideram a sua zona de influência. Não admira que polacos e bálticos estejam muito preocupados, e que pensem muitas vezes no célebre provérbio polaco: “troco a minha gloriosa história por uma melhor geografia”.

        Surpresa – a “realidade” nunca ganha. Pode atrasar, pode fazer a vida negra a muita gente, pode causar enormes desperdícios e destruições, mas nunca ganha porque é a-histórica, não é do domínio da natureza, mas da teologia, está para a astronomia como a astrologia, é um desejo de mandar em nome de uma ordem “natural” que não existe na natureza. Até a “mão invisível” lhes faz partidas.
        Editado pela última vez por Peste; 01 May 2016, 20:31.

        Comentário


          Numa coisa tenho que dar razão a esses escritos... A linguagem insultuosa, como monhé, chamuça e afins não só não é dignificante de quem a usa, como não contribui em absolutamente nada para discutir o que é importante. E o que é importante não é saber se o AC é de origem indiana ou não, mas sim saber se nos conduz para um 4º resgate, após os 3 a que o PS nos levou desde 74..

          Agora, numa coisa não concordo.. Este não é o estilo daquilo que o Pacheco Pereira classifica de direita radical.. Talvez seja o estilo da direita do PNR, haverá sempre meia dúzia de pessoas que acham normal ir por ai, e haverá sempre quem faça uma piadola com isso... Mas não é certamente o estilo dos milhares de jovens com ideias, intervenção politica, que sentem que o pais foi conduzido por interesses corporativos, por interesseiros e que querem quebrar esse ciclo, nem de todos aqueles que acreditam na liberdade individual, que acreditam que há vida para lá do Estado e que pelos vistos tanto têm incomodado a Esquerda, porque se não fosse um grupo já significativo embora ainda sem qualquer representação parlamentar, o Pacheco Pereira não lhe dedicaria o seu azedume...

          Mas, independentemente do que fazem os outros, o que me interessa mais é falar por mim.. E por achar que essa linguagem é indigna, por entender que não acrescenta nada e por achar que o insulto gratuito é próprio de quem não tem inteligência para fazer ver as suas ideias pela força dos argumentos é que me abstenho tanto quanto possível de a usar. Não sou nenhum santo e por vazes posso ter dias menos felizes como qualquer um, mas uma coisa é certa. Não faço, nem nunca fiz do insulto modo de estar, nem estilo de escrita..

          Por isso é que não chamo o António Costa de monhé, mas também é por isso que não chamo os interlocutores da ala esquerda de comunalha, nem de socialha, nem nada terminado em alha.. embora alguns se portem como canalha.. Também é por isso, que quando acho que tenho razão, contraponho, nem começo por rebaixar, humilhar e desdenhar da pessoa, não os classifico de anti-sociais, não os classifico de psicóticos e muito menos de serial killers e psicopatas..


          Peste, não sei se estás a ver a ironia disto tudo. A ironia é tu e os teus amigos falarem dos outros acusando-os de serem insultuosos... A sério? Vai ler o que escreves sempre que aqui vens e tens ai um belo tratado sobre insultos..
          Editado pela última vez por mundano; 01 May 2016, 21:07.

          Comentário


            "bandos de hienas sentados ao teclado e de como se comportam pela net"
            ...........
            "podemos observar no comportamento anti-social e psicótico do costume"
            .......
            "Percebe-se bem a mentalidade distorcida e subvertida"



            O lugar comum de um user que faz do insulto permanente o seu modo de presença neste tópico. A moderação que avalie.

            Comentário


              Originalmente Colocado por mundano Ver Post
              ...........

              Peste, não sei se estás a ver a ironia disto tudo. A ironia é tu e os teus amigos falarem dos outros acusando-os de serem insultuosos... A sério? Vai ler o que escreves sempre que aqui vens e tens ai um belo tratado sobre insultos..
              Este user, tem como modo de ser e estar, a pouca vergonha e a incoerência de passar os posts a tentar vestir o seu casaco no tronco dos outros.

              Tenho uma enorme dificuldade em perceber, como ainda anda por cá.

              Comentário


                Originalmente Colocado por Peste Ver Post

                Percebe-se bem o ataque violento a quem destoa do seguidismo aprendido nas universidades de Verão, tanto mais, quando se denuncia a falta de coragem de bandos de hienas sentados ao teclado e de como se comportam pela net;
                ...
                ..."



                que dizia mesmo a peste sobre os insultos na net?
                Ficheiros anexados

                Comentário


                  N tenho a capacidade de expressão de P.Pereira, mas é exactamente o q penso dos offshores e dos seus defensores (alguns aqui bem perto, neste tópico sabe-se lá por quê...):

                  “Realidade” – é uma vergonha, para não lhe chamar outra coisa, ver a logomaquia sobre a “legalidade” dos offshores. Os offshores não são uma anomalia abusiva da “realidade” dos “mercados”, são uma coisa absolutamente aceitável e defensável para quem tem dinheiro, e pode fazer “planeamento fiscal”. Os offshores só são ofensivos para quem está do lado errado do “ajustamento”.

                  Comentário


                    Offshores, a última conquista de Abril

                    Ironias de Abril, em 1974, nem empresários nem políticos tinham dinheiro fora de Portugal. Hoje as elites não acreditam no país quanto baste para lhe entregar o seu dinheiro.




                    Quem ouvisse a conferência de imprensa dada pelos ministros Mário Centeno e Eduardo Cabrita esta quinta-feira acreditaria que osoffshores são um assunto da maior relevância para a saúde das finanças públicas portuguesas. Compromissos com Bruxelas acerca do deficit, detalhe das medidas avançadas no Plano de Reformas e no Programa de Estabilidade, quais impostos vão aumentar… nada disso importou. O que havia para anunciar era uma série de medidas para combater os offshores.

                    Neste Abril de de 2016 partimos literalmente falando à conquista dos offshores.

                    Convenhamos que a técnica não é nova: face às más notícias ou à necessidade de criar uma barreira protectora em torno dos governantes criam-se ou sobredimensionam-se factos que cumprem o papel de inimigos úteis. Rapidamente se instala um ambiente de cruzada. Como se todos os problemas do país estivessem concentrados nos offshores. Mas os offshores são apenas um capítulo – o mais recente – numa longa lista de inimigos úteis que, uma vez derrotados, permitiriam ao país seguir em frente.

                    Quem não se recorda do problema das multinacionais? As multinacionais eram “a face mais negra do capitalismo”. Apedrejar as instalações das multinacionais – para mais muitas delas com ligações à CIA – quando não fazer-lhes explodir uns escritórios era um acto legítimo de resistência. Quase uma questão estética. Ninguém de bom senso defendia as multinacionais. Estas apenas vinham para o nosso país – e para os demais – explorar o povo, as riquezas nacionais e mandar nos governos.

                    Depois, quando já ninguém as contestava, as multinacionais, verdadeiros espíritos de contradição, começaram a ir-se embora. Aí nasceu a indignação com a deslocalização. Então as multinacionais iam-se embora? Não podia ser. Tanto mais que, oh cúmulo do horror!, as empresas nacionais iam-lhes no encalço.

                    A deslocalização das empresa protagonizava agora “a face mais negra do capitalismo”. A mesma face que até há pouco era representada pelas mesmas empresas quando se tinham resolvido localizar naqueles países de que agora deslocalizavam. Mais uma vez houve um consenso: a deslocalização era um crime e os países deviam criar mecanismos para combater a deslocalização, explicavam os mesmos que anos antes demonstravam as vantagens de nos vermos livres das multinacionais e de se estancar a sua vinda. Aliás, se houvesse uma verdadeira coordenação europeia – afirmavam – as empresas não deslocalizariam porque seriam penalizadas por isso. Tal como no passado deviam ter sido impedidas de se instalar aqui. Complicado? Então preparem-se para essa saga nacional que foi a luta contra os intermediários, os grandes grupos económicos, a ausência de grandes grupos económicos e asempresas de vão de escada.

                    Comecemos pelos intermediários. Nos anos 70, acabar com os intermediários era um desígnio nacional, um verdadeiro consenso, uma necessidade absoluta. Os jornais enchiam-se com artigos que comparavam os preços pagos aos produtores versus os preços por que eram vendidos os produtos e, indignadas, as forças vivas do país concluíam que os lucros iam para os intermediários, logo havia que eliminar os intermediários. Houvesse a coragem de acabar com os intermediários e o povo passaria a viver muito melhor.

                    Para a oposição a Marcello Caetano o intermediário era mais um exemplo da perversão do regime. Para o regime, o intermediário era um símbolo de cupidez pouco compatível com o Estado Social que Marcello Caetano lançara. E assim, em Abril de 1973, em pleno choque petrolífero, a inflação em Portugal nascia, segundo as almas bem pensantes e de bom coração, não de qualquer crise nos combustíveis mas sim da maldade dessa figura que se acoitava algures entre o bom produtor e o comerciante.

                    Para contrariar a inflação dos bens alimentares, a Junta Nacional das Frutas não só tabelou os preços dos legumes e das frutas como criou uma rede – os postos da Junta – onde, livres de intermediários, se passaram a vender legumes e frutas. Infelizmente não houve maneira de convencer as mulheres portuguesas (quem na época fazia as compras) a trocar as mercearias, os mercados e os novos e apelativos supermercados por aquelas barraquinhas de folha onde, na falta de compradoras, os legumes murchavam e as frutas definhavam.

                    Vieram as chuvas e os postos da Junta foram-se enchendo de ferrugem. Caiu o regime que os viu nascer, foi extinta a Junta Nacional das Frutas, acabou o PREC e os postos lá se mantinham de pé. Sem frutas nem legumes mas com muita ferrugem e muitos ratos. Vários anos depois ainda andavam os executivos municipais a decidir o que fazer com os velhos postos. Como na época não havia na época o conceito de loja histórica os postos da Junta foram sendo retirados. Tal como desapareceram também os postos da UCAL que, para quem não saiba o que que era, se tratava de umas lojas altamente históricas destinadas a vender, livres de intermediários, leite e manteiga. Sendo que manteiga às vezes havia e o leite invariavelmente faltava. Mas o desaparecimento dos postos da Junta Nacional das Frutas e da UCAL foi um perda irreparável. Nem sei como não os ressuscitam!

                    Mas descansem as almas inquietas com a exploração do povo: o país não tinha desistido de combater os intermediários. Apenas se tinha dotado de mecanismos mais eficazes e estruturas mais organizadas para esse combate. Ou seja, o país apostava agora nas cooperativas de consumo. A dado momento tornou-se mesmo um frenesi: havia cooperativas para todos os gostos e até socialmente diferenciadas: ter o cartão da cooperativa dos bancários era quase um emblema de pertença à nova classe média. Já frequentar as cantinas da PSP funcionava como uma introdução à Roménia de Ceausescu!

                    Como se sabe as cooperativas feneceram porque não aguentaram a concorrência com os grandes supermercados e hipermercados, nomeadamente com os do senhor Belmiro de Azevedo, onde qualquer pessoa desejosa de parecer bem e com vários cartões de várias cooperativas jurava que nunca entraria. Com tanta mudança os intermediários foram esquecidos como ódio de estimação. De certo modo o ódio, tal como o casamento, para ser eficaz deve ser monogâmico. E assim os intermediários foram substituídos pelas empresas de vão de escada, como flagelo nacional a que sobre todos os outros havia que pôr fim.

                    Portugal não se desenvolvia porque estava cheio de empresas de vão de escada. Para mais as empresas de vão de escada eram invariavelmente propriedade dos empresários mais ignorantes e estúpidos do mundo. Para a determinação do grau da estupidez dos empresários portugueses concorria, segundo os abalizados especialistas em “vaõdescadologia” que povoavam os jornais e a televisão, o facto de os empresários por serem estúpidos não arriscarem e não investirem em tecnologia e mão-de-obra qualificada.

                    Estavam as coisas neste ponto do diagnóstico sobre os malefícios do vão de escada, quando se detecta outro fantasma pairando sobre o país. Era ele protagonizado pelas empresas que fazendo grandes investimentos em tecnologia recorrem a pouca mão-de-obra. Logo os mesmos sábios pedem legislação que penalize estas últimas empresas que não contribuem como deviam para a Segurança Social porque, recorrendo a muita tecnologia, usam pouca mão-de-obra.

                    Note-se que este combate às empresas de vão de escada que recorrem a muita mão-de-obra (mal paga) a que se seguiu o combate às empresas que incorporam muita tecnologia e pouca mão-de-obra (melhor paga), fora precedido pela batalha fundadora contra os grandes grupos económicos.

                    Em 1974 o nosso problema eram os grandes grupos económicos. Havia que nacionalizar os grupos económicos, donos de Portugal. Os seus fabulosos lucros pertenciam ao povo e ao povo deviam ser devolvidos. Os grandes grupos económicos (e também os grupos médios, os pequenos e até lavandarias, barbearias e sapatarias) foram nacionalizados. Infelizmente para o povo os lucros fabulosos ou mesmos só os lucros pequenos ou até residuais é que nem vê-los pois logo se transformaram em gigantescos prejuízos.

                    Em resumo, Portugal, que primeiro não se desenvolvia por causa dos grandes grupos económicos e das multinacionais passou a não se desenvolver por causa da deslocalização das multinacionais e de não termos grandes grupos económicos e apenas empresas de vão de escada. Depois passámos a não nos desenvolver porque as empresas que já não eram grandes grupos económicos nem de vão de escada passaram a investir mais em tecnologia e menos em mão-de-obra barata, pelo caminho os intermediários devem ter ido à vida deles felizes por mais ninguém os culpar de coisa alguma.

                    Convenhamos que todos estes combates se inseriam num combate maior: o que visava extinguir a exploração do homem pelo homem. Acabar com os patrões ou seja com os exploradores era o meio mais que certo para acabar com a exploração do homem pelo homem. Boa parte da massa cinzenta deste rectângulo ocupou-se durante anos de questões relevantíssimas como: serão todos os patrões exploradores? Serão exploradores os patrões que apenas têm um ou dois empregados e até trabalham ao seu lado? Não serão esses patrões também umas vítimas do sistema? Qual sistema? O da exploração…

                    Apesar do consenso a exploração do homem pelo homem não só não terminou como foi esquecida. Hoje ninguém se preocupa com a exploração porque agora o que conta é que o explorador pague impostos.A fuga ao fisco (ou a simples expressão do desejo de pagar menos impostos) tornou-se a fonte de todos os problemas, não apenas do país, não apenas da Europa, não apenas do hemisférios norte mas sim de todo o mundo. Até o facto de haver pessoas que procuram legalmente pagar menos impostos se tornou um crime. E assim, neste Abril de 2016, partimos para mais um combate. A saber o da luta contra os offshores. Outros se seguirão. Tanto mais que cada vez teremos de ir buscar o dinheiro mais longe: ironias de Abril, há quarenta e dois anos, em 1974, nem empresários nem políticos tinham dinheiro fora de Portugal. Hoje os portugueses confiam no regime que têm mas as suas elites não acreditam no país q.b. para lhe entregar o seu dinheiro. E a avaliar pelos dados revelados pelo Ministério das Finanças neste final de Abril é bem provável que mais dinheiro esteja já a sair: de 2010 a 2014, mais de 10.200 milhões de euros saíram de Portugal para serem aplicados em sociedades offshore. Mas esse dinheiro não saiu regularmente: o maior volume de transferências aconteceu em 2011, com mais de 4.600 milhões de euros. E o mais baixo volume de transferência aconteceu em 2014, ano em que apenas cerca de 373 milhões de euros foram transferidos para offshores. Percebido?


                    Moral da História: o dinheiro a sair dos países é o primeiro sinal da crise que está a vir. Não admira portanto que se tenha falado de offshores na estrambólica conferência de imprensa dada por Mário Centeno após esse dia surreal em que o parlamento aprovou o Programa de Estabilidade. E ainda menos admira que precisemos de um inimigo para nos distrair da realidade. Mais do que fugir dos impostos em Portugal o dinheiro foge das crises. E Mário Centeno sabe-o.
                    http://observador.pt/opiniao/offshor...nquista-abril/


                    Artigo fantástico, não só pela pertinência da mensagem, mas também pelo lado histórico... A opinião em relação à oportunidade do Ministério das Finanças entrar na polémica das offshores vai exactamente no mesmo sentido do que eu já tenho aqui dito..

                    Comentário


                      para aqueles q choravam com o pseudo-fim da retórica neo-liberal do coelhote, podem dormir descansados (outra situação mais q evidente e bem expressa por P.Pereira):

                      “Realidade” - a “mudança” de política, proclamada pelos jornalistas depois do último Congresso do PSD, não existiu. O PSD actua em todos os casos como se a jugular do governo Costa estivesse a latejar ao seu lado. As palavras do Congresso não disfarçam o estilo. São bons tempos para os “novos” PSD como Carlos Abreu Amorim.

                      Comentário


                        Uma coisa é mto boa nestes "tempos novos": são tempos de clarificação de aguas, o q é bom para todos e traz à tona o ridículo de situações hipócritas na politica actual (como por ex: o PSD ainda ter a LATA suprema de ter a social-democracia no seu nome, apenas no nome é claro ). Isto é válido n só para a politica nacional, mas tb internacional.

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                          Originalmente Colocado por 330i Ver Post
                          "bandos de hienas sentados ao teclado e de como se comportam pela net"
                          ...........
                          "podemos observar no comportamento anti-social e psicótico do costume"
                          .......
                          "Percebe-se bem a mentalidade distorcida e subvertida"



                          O lugar comum de um user que faz do insulto permanente o seu modo de presença neste tópico. A moderação que avalie.
                          Isto vindo de alguém q trata todos aqueles q n seguem a sua tribo política de uma forma... tudo menos simpática... vale o q vale
                          Editado pela última vez por Frecciarossa23; 01 May 2016, 22:57.

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                            Uma governação de "direita radical" teria que ter duas características indiscutíveis:

                            -Redução drástica de impostos

                            -Quadro legal simplificado ao máximo

                            A quem queira ter uma visão da realidade, e não acreditar que sim apenas porque o Pacheco Pereira disse, aconselho a consultarem os escalões de IRS em vigor em 2015 e não esquecer que havia uma sobretaxa e uma CES. Se isto é um imposto sobre rendimento de uma governação de direita, eu vou ali e já venho.

                            Aconselho a que passem numa FNAC ou outra livraria. E vão à secção de direito. Vejam o tamanho dos calhamaços. A legislação é duma complexidade e dum volume espantosos. Mais uma vez algo que não bate com a classificação de extrema direita.

                            Foi uma governação de esquerda, quer gostem, quer não gostem. Foi a realidade.
                            A questão é que havia um buraco no orçamento de quase 17 mil milhões de euros por ano. Não havia o programa de QE do BCE. E o modelo de economia baseado no consumo (à base de crédito) e na construção civil colapsou.

                            Comentário


                              Originalmente Colocado por Frecciarossa23 Ver Post
                              Isto vindo de alguém q trata todos aqueles q n seguem a sua tribo política de uma forma... tudo menos simpática... vale o q vale
                              Chegando mesmo a chamar "idiotas úteis" a quem vota esquerda, mas as coisas são como são.Já reparei que gosta de mandar insultos para o ar mas quando são devolvidos (e alguns nem podem ser considerados insultos) vem logo dizer que os outros não sabem argumentar etc. etc.

                              Comentário


                                Originalmente Colocado por Frecciarossa23 Ver Post
                                Isto vindo de alguém q trata todos aqueles q n seguem a sua tribo política de uma forma... tudo menos simpática... vale o q vale

                                já tinha prometido a mim mesmo que não voltaria a inter-agir contigo. Mas vou abrir uma excepção para te pedir que coloques aqui os insultos directos e escritos, ou direccionados a qualquer user de esquerda.

                                Comentário


                                  http://economico.sapo.pt/noticias/di...co_248585.html

                                  http://www.noticiasaominuto.com/econ...eis-historicos

                                  This is not according to the plan...

                                  Comentário


                                    Originalmente Colocado por Frecciarossa23 Ver Post
                                    Isto vindo de alguém q trata todos aqueles q n seguem a sua tribo política de uma forma... tudo menos simpática... vale o q vale
                                    Originalmente Colocado por Ooze27 Ver Post
                                    Chegando mesmo a chamar "idiotas úteis" a quem vota esquerda, mas as coisas são como são.Já reparei que gosta de mandar insultos para o ar mas quando são devolvidos (e alguns nem podem ser considerados insultos) vem logo dizer que os outros não sabem argumentar etc. etc.
                                    Pois, nada de novo. Nestes casos o melhor é mesmo ignorar a falta de educação constante e os ataques pessoais.

                                    Por aqui basta ter um discurso mais elaborado, desmontar a conversa de café e as falácias habituais com factos, para se ser logo apelidada de "esquerdalha" e se sentirem extremamente ofendidos a cada novo post onde são confrontados com a realidade. Mesmo quando as palavras não são nossas, mas citadas de um economista, psicólogo ou um outro qualquer cientista politico, o resultado é invariavelmente o mesmo, ataques furiosos e em grupo, a quem divulga o absurdo neo-liberal tuga e aos respectivos autores dos textos, que apresentam dados e factos inquestionáveis.

                                    Aqui há tempos, limite-me a divulgar que um conjunto de sintomas, pode indiciar um distúrbio de saúde psicológica e que deveria requerer algum cuidado e ajuda especializada, porque eu não terminei o curso de psicologia por ter mudado de área, mas ainda assim senti-me obrigada devido aos poucos conhecimentos aprendidos desse tempo, a prestar apoio cheia de boa vontade, encaminhando para quem de direito e que melhor do que eu, podia ajudar. O resultado foi um chorrilho de disparates, de damas ofendidas, que sem entender do que se falava, se sentiam mais insultados do que quem foi aconselhado a procurar ajuda médica especializada.

                                    Isto é comum neste sentimento tuga de treinador de sofá, falam de tudo sem perceber de nada e como resultado, ofendem-se facilmente, especialmente quando não entendem os conceitos e expressões mais "técnicas" ou não fazem a mínima ideia do assunto.

                                    Apesar de tudo, tenho que reconhecer que, sempre que alguém se sente insultado por não perceber o mínimo, me sinto bastante triste, porque afinal isto espelha o país e demonstra o que sempre tenho escrito por aqui, que é necessário investir mais na educação e qualificar as pessoas, de maneira a que o próprio país se possa desenvolver e tornar competitivo. E isto é urgente e grave, porque enquanto alguns se sente ofendidos com a realidade que desconhecem e ameaçados pela mudança, todo um país vai decaindo.
                                    Editado pela última vez por Peste; 02 May 2016, 14:07.

                                    Comentário


                                      A falácia da relação entre salários, competitividade e crescimento económico





                                      O recente vídeo publicado no site do Expresso sobre o papel das exportações para o crescimento económico presta um mau serviço ao debate sobre as estratégias de desenvolvimento do país. Ao confundir causas com consequências, curto prazo com longo prazo e exportações com balanças externas, o vídeo baralha mais do que esclarece, dando a entender que foi mais motivado por uma qualquer irritação pessoal dos seus autores do que por ideias claras sobre os temas em questão.

                                      Subjacente ao vídeo do Expresso está uma falácia que, a julgar pela amostra, continua presente em muitos discursos sobre a situação económica em Portugal e sobre as políticas mais adequadas para lhe fazer face. Em termos simples, o raciocínio é este:

                                      1) para a economia portuguesa crescer é necessário que as exportações aumentem;
                                      2) para que as exportações aumentem é preciso que o seu preço baixe;
                                      3) para que o preço das exportações diminua é necessário baixar os salários.

                                      É este raciocínio que continua a levar muitos a defender que os salários em Portugal têm de descer para que a economia cresça. Inversamente, sugerem que qualquer política que favoreça o crescimento dos salários está condenada a gerar mais desemprego. Acontece que qualquer um dos passos do raciocínio atrás referido é falacioso.


                                      Primeiro, a descida dos salários não é condição necessária nem suficiente para que os preços das exportações se reduzam.

                                      Por exemplo, este estudo mostra que os custos salariais têm vindo a reduzir-se nos países do sul da UE sem que isso se tenha reflectido inteiramente nos preços dos bens produzidos (a razão é simples: a redução dos salários foi absorvida pelo aumento dos lucros). Por sua vez, este trabalho estima que nos países referidos os custos do trabalho são responsáveis por apenas 1/6 dos preços dos produtos. Ou seja, há factores muito mais relevantes para a determinação dos preços do que os custos do trabalho.


                                      Segundo, a redução dos preços não é condição necessária nem suficiente para o aumento das exportações.

                                      Para além dos preços relativos, a evolução das exportações depende também de factores de competitividade não-preço (qualidade, inovação, serviços aos consumidor, acesso aos canais de distribuição, etc.), bem como das dinâmicas de procura dos produtos em questão e do crescimento dos mercados de destino. Por exemplo, ao contrário do que muitas vezes se diz, o sucesso das exportações alemãs na última década não resulta da compressão salarial que se verificou naquele país desde finais da década de noventa, mas antes do crescimento verificado nos mercados de destino dos produtos germânicos. Inversamente, o fraco desempenho das exportações dos países do sul da UE têm menos a ver com o crescimento dos salários do que com o padrão de especialização das suas economias.


                                      Por fim, o aumento das exportações não é condição necessária nem suficiente para o crescimento das economias.

                                      O crescimento da economia pode ser induzido pela procura externa ou pela procura interna. Na esmagadora das economias avançadas, a procura externa representa apenas 1/5 da procura dirigida à produção nacional. Isso significa que seria necessário um crescimento extraordinário das exportações para compensar uma redução da procura interna. O problema agrava-se quando a procura internacional é fraca e se tenta assegurar o aumento das exportações por via dos baixos salários – pois isso significa que a procura interna vai diminuir, penalizando fortemente o crescimento. Não é, pois, surpresa que alguns estudos mostrem que as políticas de desvalorização interna – visando promover o crescimento por via do aumento da competitividade – conduzam, pelo contrário, a um crescimento mais fraco.

                                      Em suma, por estranho que pareça, nem a redução dos salários conduz necessariamente à redução do preço dos produtos, nem a redução dos preços conduz necessariamente ao aumento das exportações, nem o aumento das exportações conduz necessariamente ao crescimento económico (principalmente se for obtido à custa de baixos salários). Nada disto significa que devamos ser indiferentes às relações entre salários, competitividade e crescimento económico. Mas, como sempre, as coisas são mais complicadas do que parecem.

                                      Comentário


                                        Spam, spam, spam...Peste, ninguém lê as tuas muralhas de publicações sem interesse...simplifica!

                                        Comentário


                                          Originalmente Colocado por freefall2900 Ver Post
                                          Spam, spam, spam...Peste, ninguém lê as tuas muralhas de publicações sem interesse...simplifica!
                                          Já está mais do que simplificado nas palavras do autor. Mais simples, só com bonecos.

                                          Comentário


                                            Originalmente Colocado por freefall2900 Ver Post
                                            Spam, spam, spam...Peste, ninguém lê as tuas muralhas de publicações sem interesse...simplifica!
                                            hoje ainda devem estar a comemorar o 1 de maio na repartição.

                                            Comentário


                                              Em primeiro lugar gostava de ver um post redigido na integra por ti; sabes, é que isto cheira demasiado a propaganda!

                                              Originalmente Colocado por Peste Ver Post
                                              O recente vídeo publicado no site do Expresso sobre o papel das exportações para o crescimento económico presta um mau serviço ao debate sobre as estratégias de desenvolvimento do país. Ao confundir causas com consequências, curto prazo com longo prazo eexportações com balanças exte rnas (como é que não estão ligadas?) , o vídeo baralha mais do que esclarece, dando a entender que foi mais motivado por uma qualquer irritação pessoal dos seus autores do que por ideias claras sobre os temas em questão.

                                              Subjacente ao vídeo do Expresso está uma falácia que, a julgar pela amostra, continua presente em muitos discursos sobre a situação económica em Portugal e sobre as políticas mais adequadas para lhe fazer face. Em termos simples, o raciocínio é este:

                                              1) para a economia portuguesa crescer é necessário que as exportações aumentem;
                                              2) para que as exportações aumentem é preciso que o seu preço baixe;
                                              3) para que o preço das exportações diminua é necessário baixar os salários.

                                              É este raciocínio que continua a levar muitos a defender que os salários em Portugal têm de descer para que a economia cresça. Inversamente, sugerem que qualquer política que favoreça o crescimento dos salários está condenada a gerar mais desemprego. Acontece que qualquer um dos passos do raciocínio atrás referido é falacioso.


                                              Primeiro, a descida dos salários não é condição necessária nem suficiente para que os preços das exportações se reduzam.

                                              Por exemplo, este estudo mostra que os custos salariais têm vindo a reduzir-se nos países do sul da UE sem que isso se tenha reflectido inteiramente nos preços dos bens produzidos (a razão é simples: a redução dos salários foi absorvida pelo aumento dos lucros). Por sua vez, este trabalho estima que nos países referidos os custos do trabalho são responsáveis por apenas 1/6 dos preços dos produtos. Ou seja, há factores muito mais relevantes para a determinação dos preços do que os custos do trabalho. -
                                              Há e não são só pelo "demónio do aumento do lucro do grande capital"; qual a grande diferença entre o que é feito pelos países do Norte e pelos países do Sul? Ou se quiseres "o teu próprio exemplo" Suíço? Por mais que não queiramos, o valor das exportações, como o valor por exemplo de uma casa, não é tanto pelo que achamos que vale mas pelo que lhe metemos dentro, pelo aspecto, etc.


                                              Segundo, a redução dos preços não é condição necessária nem suficiente para o aumento das exportações.

                                              Para além dos preços relativos, a evolução das exportações depende também de factores de competitividade não-preço (qualidade, inovação, serviços aos consumidor, acesso aos canais de distribuição, etc.), bem como das dinâmicas de procura dos produtos em questão e do crescimento dos mercados de destino. Por exemplo, ao contrário do que muitas vezes se diz, o sucesso das exportações alemãs na última década não resulta da compressão salarial que se verificou naquele país desde finais da década de noventa, mas antes do crescimento verificado nos mercados de destino dos produtos germânicos. Inversamente, o fraco desempenho das exportações dos países do sul da UE têm menos a ver com o crescimento dos salários do que com o padrão de especialização das suas economias.
                                              - como se consegue fazer evoluir o valor acrescentado?


                                              Por fim, o aumento das exportações não é condição necessária nem suficiente para o crescimento das economias.

                                              O crescimento da economia pode ser induzido pela procura externa ou pela procura interna. Na esmagadora das economias avançadas, a procura externa representa apenas 1/5 da procura dirigida à produção nacional. Isso significa que seria necessário um crescimento extraordinário das exportações para compensar uma redução da procura interna. O problema agrava-se quando a procura internacional é fraca e se tenta assegurar o aumento das exportações por via dos baixos salários – pois isso significa que a procura interna vai diminuir, penalizando fortemente o crescimento. Não é, pois, surpresa que alguns estudos mostrem que as políticas de desvalorização interna – visando promover o crescimento por via do aumento da competitividade – conduzam, pelo contrário, a um crescimento mais fraco. -
                                              espectáculo, então vamos aumentar artificialmente os salários para níveis não correspondentes de produtividade e de valor acrescentado e vamos estimular a procura interna. Num país que não é auto-suficiente em energia, em alimentos básicos e em muitas outras coisas vamos consumir mais para exportarmos mais dinheiro? Isso transforma-se em dívida!

                                              Em suma, por estranho que pareça, nem a redução dos salários conduz necessariamente à redução do preço dos produtos, nem a redução dos preços conduz necessariamente ao aumento das exportações, nem o aumento das exportações conduz necessariamente ao crescimento económico (principalmente se for obtido à custa de baixos salários). Nada disto significa que devamos ser indiferentes às relações entre salários, competitividade e crescimento económico. Mas, como sempre, as coisas são mais complicadas do que parecem.
                                              Só vejo teorias, o autor do Facebook ou do blog onde foste buscar isto deveria passar mais tempo numa fábrica ou num outro qualquer lugar da economia real para ver como as coisas realmente se processam!

                                              Comentário


                                                Originalmente Colocado por Peste Ver Post

                                                ...

                                                Aqui há tempos, limite-me a divulgar que um conjunto de sintomas, pode indiciar um distúrbio de saúde psicológica e que deveria requerer algum cuidado e ajuda especializada, porque eu não terminei o curso de psicologia por ter mudado de área, mas ainda assim senti-me obrigada devido aos poucos conhecimentos aprendidos desse tempo, a prestar apoio cheia de boa vontade, encaminhando para quem de direito e que melhor do que eu, podia ajudar. O resultado foi um chorrilho de disparates, de damas ofendidas, que sem entender do que se falava, se sentiam mais insultados do que quem foi aconselhado a procurar ajuda médica especializada.

                                                ...
                                                até estou comovido com tanta boa vontade em ajudar os maluquinhos que discordam de si

                                                com estaline, o pai dos povos, era a mesma coisa, por vezes era gentilmente oferecido aos opositores um tratamento num hospital psiquiatrico
                                                os malucos não queriam, mas quem não se pode ligar à opinião dos malucos, afinal era preciso ser louco para discordar de estaline

                                                Comentário


                                                  Este tópico já andava demasiado clean, e á demasiado tempo.

                                                  Comentário


                                                    Este pessoal da esquerda caquetica, vivem numa enorme alegria colectiva acreditando nas suas proprias mentiras

                                                    Conseguem ficar deslumbrados com as suas proprias ilusões, pensam que o mundo é a utopia reinante nas suas mentes delicadas.
                                                    Até se conseguem convencer uns ans outros que as suas mentiras são as verdades absolutas do seu mundo do faz de conta

                                                    Mas o pior disto tudo é que conseguem inundar tudo com os seus delirios de esquerda caviar, ainda são piores que a peste...

                                                    Comentário


                                                      Crise 2011/12/13/14/15/16/17/18/19... E os portugueses?[AVISO Página#2709-Post#81255]

                                                      o país a definhar lentamente e eles continuam a celebrar a única coisa que lhes interessa: os aumentos salariais e o regabofe público.

                                                      e viva o umbiguismo e a desigualdade.

                                                      Comentário


                                                        Crise 2011/12/13/14/15/16/17/18/19... E os portugueses?[AVISO Página#2709-Post#81255]

                                                        Ainda hoje no Forum TSF a propósito das greves anunciadas ontem, e que ninguém percebe porque, tendo em conta que são eles que governam desta vez se questionava o seguinte:

                                                        A cassete dos dinossauros e bolorentos sindicatos em Portugal:
                                                        -Mais férias
                                                        -Mais feriados
                                                        -Menos horas
                                                        -Mais salário
                                                        -Não queremos ser despedidos por justa causa

                                                        Mais produtividade?
                                                        Mais crescimento?
                                                        Mais investimentos?

                                                        Isso é o que? Interessa para que?Que participação tem os sindicatos nesta dialética?

                                                        Que estratégia de desenvolvimento para os próximos 20 anos?
                                                        -Não há!
                                                        As metas, as medidas?
                                                        -Ninguém as conhece? Ninguém faz a mínima!

                                                        Chavões?
                                                        -O mar!!!
                                                        -As novas Ti!!
                                                        -A competitividade!


                                                        Banalidades!!!!




                                                        Enviado do meu iPhone usando o Tapatalk
                                                        Editado pela última vez por 330i; 02 May 2016, 18:31.

                                                        Comentário


                                                          Essa questão dos salários e produtividade resolveria-se facilmente se uma parte dos lucros de uma empresa fossem distribuídos de forma igualitária por todos os trabalhadores, os salários deveriam depender directamente da performance de uma empresa.

                                                          Comentário


                                                            Crise 2011/12/13/14/15/16/17/18/19... E os portugueses?[AVISO Página#2709-Post#81255]

                                                            Originalmente Colocado por Fabulous Ver Post
                                                            Essa questão dos salários e produtividade resolveria-se facilmente se uma parte dos lucros de uma empresa fossem distribuídos de forma igualitária por todos os trabalhadores, os salários deveriam depender directamente da performance de uma empresa.
                                                            isso são os bónus que já existem por todo o sector privado.

                                                            são função dos resultados da empresa e da produtividade individual.

                                                            mas no mundinho da FP os salários e os aumentos são negociados por atacado (e totalmente independentes da saúde financeira da organização) pelo zé inútil do sindicato, que se certifica que o indolente recebe o mesmo que o mais esforçado.

                                                            porque no dia em que os preguiçosos não fossem recompensados, ninguém precisava de sindicatos para nada.

                                                            um bom trabalhador não precisa de ninguém a negociar por ele.
                                                            Editado pela última vez por jimbo; 02 May 2016, 18:05.

                                                            Comentário


                                                              Originalmente Colocado por Fabulous Ver Post
                                                              Essa questão dos salários e produtividade resolveria-se facilmente se uma parte dos lucros de uma empresa fossem distribuídos de forma igualitária por todos os trabalhadores, os salários deveriam depender directamente da performance de uma empresa.


                                                              Não! de modo algum, não existe nenhum modelo de gestão da performance assim, não é assim nem deverá ser assim.

                                                              O salário só pode depender da performance individual, só assim poderá estimular o mérito e as competências do indivíduo, estabelecendo uma cultura de meritocracia na organização. Julgo que percebo a tua ideia, e talvez não te tenhas expresso da forma que pretendias, porque é a soma da boa performance individual que alavanca a boa performance económica da empresa, e nestas a distribuição de recompensas é algo normal.

                                                              Comentário

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